Capítulo 6 - Ela é sua mãe

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Perspectiva de Mon

Olhei fundo nos olhos daquela mulher à minha frente, sentindo uma mistura de admiração e confusão. Havia tantos sentimentos dentro de mim que eu mal conseguia descrevê-los.

— Mon, você é e sempre foi a única mulher que eu amei. — Khun Sam disse, com uma sinceridade que me desarmou.

Deixei que ela se aproximasse. Seus olhos me transmitiam um carinho que eu não sentia há muito tempo. Como pude cometer um erro tão grande?

— Única? — sussurrei, ainda tentando processar suas palavras.

Ela sorriu, um sorriso cheio de ternura.

— Única, Mon.

— Mas... o menino... — minhas palavras saíam entrecortadas pela emoção — o... seu... filho... você casou?

— Tive Kob por inseminação sozinha. Você sabe que eu sempre quis ser mãe, e é triste que ele nunca tenha tido outra mãe. Mas eu simplesmente não conseguia colocar ninguém na minha vida.

Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. A dor de perceber o erro colossal que cometi apertava meu peito. Khun Sam enxugou minhas lágrimas com delicadeza e beijou meu rosto molhado.

— Seus filhos são maravilhosos, sabia? Quando vi Jesse pela primeira vez, meu coração quase parou. Ela tem o seu sorriso.

— Eles são tudo para mim — respondi, com a voz embargada.

— Eu entendo. Kob também é tudo para mim.

Enquanto falávamos sobre nossos filhos, Khun Sam se aproximou mais, e, antes que eu pudesse pensar, seus lábios encontraram os meus. Suas mãos subiram para a minha nuca, segurando-me com firmeza, como se não quisesse que eu escapasse daquele beijo longo e apaixonado. Uma de suas mãos deslizou pela minha cintura, puxando-me para mais perto dela.

— Só de pensar que aquele monstro te teve... — sua voz falhou enquanto ela tentava conter a raiva, afastando-se um pouco de mim.

— Eu nunca o amei, Khun Sam.

Minhas palavras a deixaram atônita. Ela se aproximou novamente, olhando nos meus olhos com uma intensidade que me fez tremer. Como eu amava aqueles olhos escuros.

— Nunca...

— Você foi o meu único amor, Khun Sam.

— Único?

— Único.

Khun Sam me puxou de novo para si, e, entre beijos, nos deitamos no sofá. Ela se colocou sobre mim, nossas pernas se entrelaçando. Sua coxa pressionava entre as minhas pernas enquanto uma das mãos segurava firmemente a parte de trás do meu pescoço, mantendo nossos lábios unidos. Meu corpo respondia ao toque dela com um prazer que eu quase havia esquecido. Enquanto ela beijava meu pescoço e sua mão deslizava sob minha blusa, gemidos suaves escapavam dos meus lábios. Eu não sabia mais o que estava fazendo, mas deixei que ela me guiasse. Em um impulso de desejo, a puxei para mais perto com tanta força que acabamos caindo do sofá.

— Ai! — gritamos em uníssono.

Ao olhar do chão, vi meus filhos, Kob e Jim, parados na entrada da casa, em silêncio e chocados, observando-nos.

— O que vocês estão fazendo aqui? — pergunto, levantando-me rapidamente e ajeitando a roupa.

— Moramos aqui, mãe — responde Kit, sem muita emoção.

— O que eu quis dizer é que não ouvi vocês chegarem.

Enquanto tento manter a compostura, Khun Sam se levanta atrás de mim, imponente, apenas limpando os vestígios dos beijos que lhe dei.

Mon & Sam - Entre Laços E LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora