Capítulo 2 - Olá, Mon!

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Perspectiva da Sam

O dia se arrasta, e minha produtividade é praticamente nula. O simples fato de saber que, atrás daquela porta, estava a filha de Mon me deixava inquieta. Como vou lidar com a presença dessa garota aqui todos os dias? Sem saber o que fazer, pego o telefone e ligo para minha irmã. Preciso desabafar.

— Alô, Nueng?

— Oi, irmãzinha! Ligando em pleno expediente? Aconteceu alguma coisa? — ela responde, um tom de preocupação na voz.

— Aconteceu.

— Conta logo, não me deixe nervosa!

— Recebi uma estagiária hoje...

— Sam, pelo amor de Deus, não me diga que você está interessada em estagiárias! Por favor, arranja uma mulher mais velha, ok?

— Não é isso, Nueng! Deixa eu falar! — explodo, já perdendo a paciência.

— Ela é filha da Mon.

Um silêncio pesado cai sobre a linha.

— Como assim? O que ela está fazendo aí?

— Foi a Jim que a recomendou. Eu não sabia de nada, sempre confiei nas indicações da Jim sem investigar muito. — Faço uma pausa, sentindo o peso das palavras. — Nueng, ela é a cara da Mon. Tão bonitinha e com aquele ar feliz!

— Sam, por favor, não faz isso contigo mesma. Já se passaram quantos anos? 17? 18?

— 21.

— 21 anos! Chega, Sam. A Mon se foi. Ignora essa garota. Sua empresa é enorme, não deve ser difícil evitar cruzar com ela.

— Sabes que não é tão simples assim. Foi fácil para você esquecer Anueng?

Ela fica em silêncio por alguns segundos, sem responder, antes de mudar de assunto.

— Despede a garota! Isso resolve o problema.

— Talvez você tenha razão. Não quero entrar todos os dias na minha própria empresa e ver o sorriso da Mon na cara daquela garota.

Enquanto falo, ouço batidas na porta.

— Sim??? — digo, tentando descobrir quem é.

Jesse abre a porta um pouco, hesitante.

— Desculpa, Khun Sam, não sabia que estava ao celular. Volto mais tarde.

— É ela??? — grita Nueng do outro lado da linha.

Desligo o telefone na cara da minha irmã e peço para Jesse entrar. Fixo meu olhar nos olhos dela. Que menina bonitinha, mesmo com aquele cabelo rosa ridículo. "Esses jovens de hoje..."

— Gostaria de lhe agradecer a oportunidade de trabalhar aqui, Khun Sam. Era meu sonho. E sei que vim por sugestão da minha tia, mas garanto que provarei que mereço estar aqui.

Eu conheço esse discurso. Já o ouvi há mais de 20 anos. Não posso simplesmente despedir essa garota; ela está tão cheia de esperança.

— Acredito que sim, Jesse. Espero que goste de trabalhar aqui e que isso possa impulsionar sua carreira, que imagino estar apenas começando.

— Está sim, Khun Sam. — Ela responde com um sorriso bobo, mas encantador.

— Sente-se, por favor. Gostaria de conversar um pouco mais com você. — Aponto para a cadeira à frente da minha mesa.

— Você estudou Marketing, correto? — Pergunto, embora meu interesse real seja por outro tema.

— Estudei sim. Fui a melhor da minha turma.

Mon & Sam - Entre Laços E LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora