Capítulo 7 - A festa

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Perspectiva de Mon

Mudamos para a casa dos meus pais. A idade já pesava neles, mas eles nos receberam de braços abertos, sem questionar nada. Não falei sobre o que aconteceu com Napat; eles apenas presumiram que houve uma grande discussão. Meus filhos estão ocupando meu antigo quarto, enquanto eu me acomodei na sala. A casa é pequena, mas desde que chegamos, sinto uma paz que há muito não conhecia. Era manhã, e eu ajudava minha mãe a preparar o café da manhã.

- Bom dia, Jesse - cumprimentei-a com um sorriso, enquanto ela descia as escadas.

- Bom dia, mãe e avó - respondeu ela, dando-nos um beijo rápido. - Estou atrasada para o trabalho, peço desculpas, mas vou comer pelo caminho. Queria deixar isto com você, mãe - disse, estendendo-me as chaves do carro.

- Oh, filha, eu vou de transporte. Não se preocupe com isso - respondi, tentando devolver as chaves. - E para ser sincera, o seu carro me assusta. É potente demais para mim.

- Sem discussão - declarou Jesse, deixando as chaves na mesa e saindo antes que eu pudesse argumentar mais.

A manhã passou rapidamente, e eu marquei um café com Jim e Tee. Não via Tee há algum tempo e precisava muito desabafar com alguém que pudesse realmente entender o que estava passando. Ao chegar ao café, fui recebida com um caloroso abraço de Tee.

- Mon! - exclamou Tee, sua voz cheia de entusiasmo. - Quanto tempo, pequenina!

- Não sou mais pequenina, Tee. Tenho 44 anos, pelo amor de Deus - respondi, rindo da forma carinhosa com que ela me chamava.

Sentamos e comecei a contar a Tee sobre o que havia acontecido com Napat, enquanto Jim já estava a par de tudo. Também falei sobre o retorno inesperado de Sam.

- Uau, Sam apareceu como uma heroína! - comentou Tee, visivelmente surpresa.

- Foi tão estranho vê-la novamente, Tee - eu disse, refletindo sobre o reencontro.

- E quanto à traição, ela realmente não traiu? Porra, aquela mulher deve ter sofrido - desabafou Tee.

- Ela não contou para vocês que não houve traição? - perguntei, intrigada.

- Mon, depois do divórcio, passei três anos sem ver a Sam. Quando a reencontrei no Japão, ela já estava com o Kob nos braços - explicou Tee. - Conheci algumas das namoradas dela ao longo dos anos, mas nada sério. Sabes como ela é reservada com sua vida. E quando Yuki faleceu, parei de procurá-la. Estava tão imersa no meu próprio luto e preocupada com o Puu que nada mais me interessava.

- Ela faz muita falta, Tee - eu disse, sentindo uma lágrima escorregar pelo rosto.

- Também sinto falta dela - respondeu Tee.

- Bem, isto está ficando um pouco mórbido! - interrompeu Jim, sua expressão claramente entediada. - O que Mon ainda não te contou é que nós a pegamos embrulhada com a Sam no sofá.

- O quê? Ahahah! Vocês não mudam! - Tee começou a rir descontroladamente.

- Foi um acidente - explicou Mon, seu tom mais sério. - Ela me provou que a traição era um mal-entendido e, bom, não consegui evitar sentir-me como se tivesse 20 anos novamente.

- Foi gostoso? - perguntou Jim, atrevida como sempre.

- Foi um sonho - eu respondi, corando.

- Olá, olá!!! - ouvíamos uma voz fina e estridente. Era Kate, que estava se aproximando.

- Kate! - gritaram todos nós, sorrindo.

Kate rapidamente se sentou à mesa, pegou minhas mãos e começou a falar sem parar, como era seu hábito.

Mon & Sam - Entre Laços E LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora