Perspectiva de Fah
Levei Mon para o hospital mais próximo. Chamar uma ambulância para aquele local seria um risco, eu seria imediatamente identificada e presa. Meus capangas ficaram para trás, limpando a cena e tratando do corpo daquele homem nojento.
Agora, estou na sala de espera, aguardando notícias sobre Mon, quando toda a família de Bennie chega correndo. Khun Sam, em um estado de desespero absoluto, não permite que Bennie se aproxime e se atira em meus braços.
- Onde ela está? – Sua voz está carregada de pânico.
Agarro as mãos de Khun Sam com calma e respiro fundo.
- Levaram-na. Ela está recebendo cuidados. O acidente foi grave, mas ela parece estar bem, dentro do possível. – Explico, tentando acalmar a mulher. – Mas não sou médica. É melhor aguardarmos.
- Foi ele? – Ela pergunta, a voz tremendo de emoção.
Abano a cabeça, confirmando. Khun Sam desaba em meus braços, chorando. Sinto um alívio ao perceber que, após tudo o que passei com essa família, estou agora confortando Khun Sam. Todos os irmãos de Bennie, incluindo Bennie, me olham com uma mistura de desespero e esperança.
- Khun Sam, precisamos conversar. – Peço, tentando ganhar algum controle sobre a situação.
Ela me encara, aguardando que eu comece a explicar.
- Sozinhas. Consegue? – Pergunto, ainda a apoiando.
Nos afastamos ligeiramente dos outros e a sento em uma das cadeiras da sala de espera.
- Meus homens conseguiram refazer o trajeto que Napat fez com Mon depois do acidente. Eu fui até lá para buscá-la. – Começo a explicar.
- Por que você não me avisou? Eu tinha o direito de saber! – Ela resmunga, seus olhos caindo sobre o sangue em minha blusa. – Esse sangue é...
- Não é da Mon, fique tranquila. – Digo, tentando acalmá-la com a minha resposta. – Eu não sabia o que encontraria, lamento ter agido sozinha, mas não arriscaria colocar as duas mães da Bennie em perigo. Mas não era sobre isso que queria falar.
- Me conte.
- Quando encontrei Napat, ele estava em cima de Mon e... bem... eu não sei se ele realmente fez algo. Perguntei a Mon, mas ela não conseguiu responder. – Conto, o peso das palavras se fazendo sentir.
Khun Sam deixa a cabeça cair em meu colo, chorando descontroladamente.
- Khun Sam... – A chamo suavemente, sussurrando. – Não posso explicar tudo agora, mas posso garantir que Napat nunca mais se aproximará dela, nem dela nem de seus filhos. Eu me certifiquei disso.
Ela me olha com um olhar que é uma mistura confusa de medo e alívio. Ela se levanta e se dirige para a recepção.
Perspectiva de Sam
Uma enfermeira me guia até o quarto onde Mon está internada. Assim que chegamos à porta, respiro fundo, o coração batendo acelerado, sem saber o que esperar. Abro a porta e vejo minha linda mulher deitada na cama, com a cabeça enfaixada e recebendo soro no braço. Com calma, me aproximo dela, me sento na beira da cama e toco seu rosto. Ela tinha os olhos fechados, mas ao sentir meu toque, os abre e se assusta com a minha presença.
- Sou eu, Mon. Sou eu, Sam. Sou eu! – Tento acalmá-la, minha voz tremendo de emoção.
Quando ela me vê, relaxa o corpo, sem dizer uma palavra. Fico alguns segundos a observando, afastando fios de cabelo do seu rosto.
- Bebê... Napat... Tiro... – Ela diz palavras desconexas, o cansaço e o choque visíveis em sua voz.
- Calma, amor. Primeiro vamos cuidar de você. Depois, veremos o resto. – Peço, acariciando seu rosto.
Ela respira profundamente, como se tentasse reunir forças para falar.
- O teste deu positivo, Khun Sam. – Finalmente consegue dizer, a voz fraca.
- Eu sei, meu amor. Pong encontrou o teste. – Digo, oferecendo um sorriso pequeno, tentando transmitir um pouco de esperança.
Ela respira novamente, tentando recuperar as forças.
- Napat está morto.
- Fah falou comigo. – Respondo.
- Ela matou... Sam... Ela... Ela matou... Foi um tiro... Napat... – Ela se perde de novo, o cansaço a dominando.
- Respira, Mon. Só me interessa como você está. Não consigo pensar em mais nada agora.
Ela volta a respirar fundo, ganhando um pouco mais de força.
- Perdi o bebê?
- Não, Mon. O médico já me disse que vocês estão bem. – Respondo, sorrindo e dando um beijo em sua testa.
A notícia parece aliviar um pouco Mon, pois no segundo seguinte, ela adormece profundamente.
O médico entrou no quarto com cuidado, tentando não acordar Mon.
- Você deve ser Khun Sam. - Disse ele, já sabendo a resposta. - Venho para informá-la sobre o estado de sua esposa.
- Diga, doutor. - Respondi, tentando manter a voz calma apesar da ansiedade.
- Ela bateu a cabeça após o acidente de carro. Felizmente, não é grave. Já fizemos todos os exames necessários e ela apenas precisará ser monitorada nas próximas horas. - Começou a explicar.
- Doutor, eu preciso saber... bem... existe a possibilidade dela... o ex-marido... ele era violento... - Minha voz falha enquanto tento me explicar.
- A mulher que a trouxe nos avisou sobre essa possibilidade. Fizemos testes e pode ficar tranquila, sua esposa não foi forçada a nada. - Disse ele, oferecendo um alívio temporário. - Claro, isso não significa que o momento não tenha sido traumático para ela. Já providenciei para que ela seja acompanhada por um psiquiatra.
- Ela será acompanhada, doutor. - Respondi, os olhos fixos em Mon, deitada na cama, com um peso de tristeza no peito.
- Sobre a gravidez, são apenas quatro semanas, mas, segundo o obstetra, está tudo bem. Precisamos monitorar de perto essa gravidez. O estresse que sua esposa sofreu foi significativo, e precisamos garantir que, assim que os medicamentos começarem a sair do organismo dela, ela não tenha nenhum aborto. - Continuou o médico.
- Claro, doutor. - Respondi, tentando absorver cada palavra, embora meus olhos não se desviassem de Mon.
- Khun Sam, a situação da gravidez é delicada. - Disse ele, respirando fundo. - O corpo de Mon está sob extremo estresse. Tivemos que administrar uma quantidade significativa de medicação e, além disso, a idade dela não ajuda. Em condições normais, uma gravidez de trigêmeos já é complicada.
E foi a última coisa que ouvi antes de me sentir desmaiar.
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Mon & Sam - Entre Laços E Liberdade
ФанфікиApós um divórcio marcado por uma suposta traição, Mon e Sam seguiram caminhos separados. Vinte e um anos depois, a vida de ambas toma um rumo inesperado quando Jesse, a filha mais velha de Mon, começa a estagiar na empresa de Sam, a Diversity. Sem s...