Mon & Sam - Entre Laços E Liberdade

Capítulo 25 - Mãe

Perspectiva de Mon

Meses se passaram e Napat continuava sumido, sem dar qualquer sinal de vida. Minha rotina seguia, e às vezes eu até me esquecia da existência daquele homem. Minha relação com Sam estava tão doce e cheia de amor que parecia que nunca havíamos ficado distantes todos esses anos.

Estávamos no meio do nosso almoço de fim de semana em família quando meu advogado chegou. Pedi aos meus filhos que continuassem a refeição e levei o advogado até o escritório, com Sam me acompanhando.

— Alguma novidade do Napat? — Sam perguntou, percebendo como eu ficava nervosa sempre que o advogado vinha nos ver.

— Consegui entrar em contato com o advogado dele — ele respondeu, sério.

— Isso é bom. Pelo menos vamos conseguir que ele assine os papéis do divórcio, certo? — Sam insistiu, tentando ser otimista.

— Não é tão simples assim. Vamos nos sentar, por favor. — O advogado sugeriu, e nós nos acomodamos nas poltronas que estavam no escritório. Ele suspirou e continuou: — Napat, através do advogado dele, colocou algumas exigências para que o divórcio seja concretizado.

Respirei fundo, já esperando que ele não me deixaria ir facilmente.

— Diga, doutor. O que ele quer? — Sam perguntou, mantendo a calma por mim.

— Ele quer deserdar todos os filhos, exceto John, alegando que eles foram forçados a existir pela senhora Mon para que, no futuro, ela pudesse se beneficiar da riqueza que herdassem.

— O quê?! — Minha revolta era palpável. — Forçados?

— Mon, calma. Senta, vamos ouvir tudo e depois pensamos numa solução. Não vou deixar que você ou as crianças sejam prejudicadas — Sam disse, puxando-me gentilmente de volta para a cadeira.

— Bem, continuando... — O advogado prosseguiu. — Ele também exige que a senhora Mon assine uma cláusula de confidencialidade, que a proibiria de falar publicamente sobre qualquer coisa relacionada ao casamento de vocês.

As unhas de Sam cravaram no braço da poltrona enquanto ela lutava para conter a raiva que estava prestes a explodir.

— E, por fim, o senhor Napat exige que a senhora Mon pague por todos os benefícios financeiros que teve durante os 20 anos de casamento: seguros de saúde, uso de cartões de crédito... enfim, uma lista extensa de despesas que ele fez questão de detalhar.

— Aquele desgraçado! — Sam exclamou, saltando da cadeira como se uma mola a impulsionasse.

— O que eu faço? — Eu disse, em pânico, olhando do advogado para Sam, buscando respostas.

— Senhora Mon, temos duas opções: podemos aceitar as exigências dele e finalizar o divórcio em poucos dias, ou levá-lo ao tribunal. Mas, devo alertar, esse caminho não será fácil. Se o juiz souber que vocês já estavam juntas antes do início do processo, ele poderá se inclinar a favor do senhor Napat, acusando-a de traição.

— Mon... — Sam disse, ajoelhando-se à minha frente, olhando-me nos olhos. — Sabe que podemos usar outras coisas para tornar esse divórcio justo, sem ter que aceitar essa loucura.

— Não, Khun Sam. Eu não vou usar isso. Não vou manchar ainda mais a imagem do pai dos meus filhos para eles. Preciso pensar. Tem que haver outra maneira.

— Mon, por favor. Aquele homem merece estar na prisão depois de tudo o que fez.

O advogado nos observou com curiosidade.

— Senhoras, se há algo que eu precise saber e que possa ser útil, por favor, compartilhem. Com as informações que tenho agora, há pouco mais que eu possa fazer — ele disse, com tranquilidade.