Capítulo 49 - Vovô

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Perspectiva de Mon

Corri para a Diversity, meu coração ainda acelerado da noite intensa com Sam. Quase não consegui dormir e, inevitavelmente, acabei me atrasando. Cumprimento todos os funcionários enquanto caminho pelos corredores, sentindo um orgulho genuíno pelo ambiente alegre que reina na empresa. Quando finalmente chego ao meu gabinete, a cena que me espera me faz gelar.

— Jesse!!! — Grito, sem conseguir acreditar no que estou vendo.

Minha filha está deitada nua no chão, apenas coberta por uma pequena manta que mal esconde seu corpo. Ao lado dela, Yu, igualmente exposta, tentando se cobrir com a mesma manta. Meu primeiro instinto é fechar a porta rapidamente para que ninguém mais testemunhe aquela situação e viro-me de costas, tentando processar o que acabei de ver.

— Mãe, desculpe, eu não vi as horas! — Jesse tenta se justificar, sua voz um misto de vergonha e pânico.

— Eu não acredito que vocês acharam que esse era o lugar adequado para isso! — Exclamo, sentindo a raiva subir pelo desrespeito e pela imprudência delas.

Saio rapidamente da sala, dando-lhes tempo para se vestirem, e vou até a zona do café buscar algo para acalmar os nervos. Nem cinco minutos depois, as duas aparecem diante de mim, ainda desajeitadas, com os cabelos despenteados, maquiagem borrada e Yu com os botões da camisa todos errados.

— Não quero falar sobre isso agora. — Digo antes que elas tentem se explicar. — Só vão embora antes que alguém as veja desse jeito. Jesse, conversaremos mais tarde.

Elas saem apressadas, e eu observo suas figuras se afastarem, tentando manter a seriedade. Mas, inesperadamente, um sorriso surge no meu rosto ao me lembrar de uma memória antiga.

Há 21 anos...

Quase fomos pegas por Yha quando ela foi ao gabinete de Sam enquanto estávamos nos beijando. Eu me escondi debaixo da mesa de Sam enquanto ela, rapidamente, despachava Yha. Assim que a funcionária saiu, eu me ajoelhei entre as pernas de Sam, que estava visivelmente aliviada por termos conseguido disfarçar a situação. Naquela época, ninguém sabia do nosso relacionamento; apenas nossos amigos mais próximos, que sempre nos apoiaram. Sam tinha pegado Yha beijando um dos funcionários e, ironicamente, na época, ela tinha uma regra rígida que proibia relacionamentos entre funcionários. Mas naquela noite, talvez por estar envolvida comigo, ela decidiu deixar o caso de Yha passar.

— Khun Sam, você não é mais aquela chefe impetuosa e implacável. — Digo, de joelhos à sua frente, ainda meio escondida sob a mesa, enquanto ela se recosta na cadeira, tentando manter a compostura. — Você é tão gentil que merece uma recompensa.

— Que recompensa? — Ela pergunta, com uma expressão confusa.

Eu começo a beijá-la levemente, com um sorriso que se recusa a sair do meu rosto.

— Não faça isso. — Ela sussurra, tentando se controlar.

Mas eu a puxo para mais perto e nos beijamos intensamente, sentindo sua respiração ficar descompassada. Minha mão desliza até o zíper das calças dela, mas ela agarra meu pulso rapidamente, seu olhar fixo no meu, confuso e vulnerável.

— Não resista a mim. — Murmuro, meus olhos nos dela, capturando-a naquele momento de desejo.

Perspectiva de Kit

Passei a manhã na universidade e agora era hora de ir para a academia e preparar minhas aulas. Assim que chego à porta da academia, vejo o senhor idoso que estava falando com minha tia Neung dias atrás, sentado em um banco na entrada. Ele não parecia bem; hoje estava mais frio, e ele estava visivelmente pálido. Me aproximo com cuidado.

Mon & Sam - Entre Laços E LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora