Mon & Sam - Entre Laços E Liberdade

Capítulo 16 - Sim, aceito.

Perspectiva de Sam

Minhas pernas estavam bambas, como se fossem ceder a qualquer momento, mas eu não conseguia desviar o olhar de Mon. Nossas mãos seguravam a lanterna, uma de cada lado, e eu observava cada detalhe dela. Mon fechou os olhos por um instante, parecia fazer um desejo silencioso, e ao abri-los, aquele brilho que eu conhecia tão bem voltou.

— Teve tempo de desejar o seu? — Ela me pergunta, a voz suave e carregada de expectativa.

— Sim. — Respondo, mas minha voz sai quase como um sussurro, o coração batendo descompassado. Não consigo dizer muito mais.

Soltamos a lanterna juntas, vendo-a subir lentamente, iluminando o céu escuro. O momento parecia congelado no tempo, e eu me permiti sentir cada segundo dele, como se fosse a primeira vez.

— Fechem os olhos. — A voz de Tee ecoa, suave mas firme.

De mãos dadas, Mon e eu fechamos os olhos, apenas nos deixando levar pelo momento. Éramos nós duas ali, frente a frente, com os olhos fechados, como se o mundo ao redor não existisse. Tudo que sentíamos era a presença uma da outra.

— Já podem abrir. — Tee diz.

Ao abrir os olhos, sinto o peso leve de algo em minha cabeça. Uma coroa de flores brancas repousava ali, e ao olhar para Mon, vejo que ela também usa uma coroa idêntica. É como reviver tudo de novo, e meu coração dispara no peito, batendo tão rápido que quase não consigo respirar.

— Agora é com vocês. — Tee se afasta, deixando-nos sozinhas no centro daquela pequena celebração.

Mon respira fundo e toma a palavra. Ela sabia exatamente o que dizer, e eu sei que preciso ouvir.

— Khun Sam... — Sua voz treme um pouco, mas ela continua, respirando fundo outra vez. — Nossos filhos estão nos mostrando o quanto o nosso amor é possível.

As lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto, mas eu não tiro os olhos dela. Mon está tão linda, tão cheia de vida, e sinto que meu coração vai explodir.

— Espero que o que estou escolhendo fazer agora seja a coisa certa. — Mon continua, e minha respiração para por um segundo. — Vamos nos casar de novo?

As palavras dela me atingem com a força de um trovão, e as lágrimas que antes escorriam lentamente agora correm livremente. Tento falar, mas minha voz sai entrecortada pela emoção.

— Sabe o que desejei agora? — Digo, ainda chorando, minha voz quase sumindo.

Mon faz que sim com a cabeça, mas espera eu continuar.

— Desejei que o que você desejou se torne realidade.

— Significa que... — Ela começa, e agora as lágrimas também correm pelo rosto dela, mas o sorriso que se forma é o maior e mais lindo que já vi.

— Que sim, eu vou casar com você de novo. — Digo, e mal consigo terminar a frase antes que Mon me puxe para um abraço apertado.

Ela envolve meu pescoço com seus braços, e eu enterro o rosto em seu pescoço, sentindo o cheiro de seu cabelo, que me leva de volta a tantos momentos do passado. Quando finalmente nos soltamos, ainda ofegantes, vejo Bennie se aproximar. Ela sempre teve o poder de me deixar nervosa, mas hoje há algo diferente no olhar dela.

— Mãe, Khun Sam... — A voz de Bennie é baixa, carregada de um arrependimento que não consigo ignorar. — Sinto muito por não ter sido justa com vocês. Quero muito que me perdoem e me deem a chance de mudar isso.

Mon olha para Bennie com uma ternura que faz seus olhos brilharem como estrelas cadentes. Bennie então tira do bolso dois anéis, simples e elegantes, e os coloca na mão de Mon.