Capítulo 58 - O aniversário

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Perspectiva de Sam

Já estávamos todos em casa nos arrumando para o aniversário da minha irmã, que hoje completa 57 anos. Respiro fundo ao me lembrar de como o tempo tem passado rápido. Olho para minha linda noiva se vestindo como uma verdadeira rainha. Como é uma cerimônia à noite, ambas estamos usando vestidos longos e escuros, mas aquela fenda no vestido dela, mostrando sua coxa, está me deixando completamente louca. Me aproximo, passando a mão pela sua coxa e coloco meu rosto em seu pescoço, apenas para sentir seu cheiro.

— Khun Sam... nem pense nisso, vamos chegar atrasadas! — diz ela, tentando conter o sorriso.

Não importa quanto tempo passe, eu sou louca por essa mulher. Me afasto e termino de me arrumar. Descemos, e nossos filhos vão surgindo um a um. Pedi a John para coordenar as "tropas" no quarto dos meninos para que não aparecessem vestidos como se fossem para uma festa de fantasia.

John desce primeiro, vestindo um terno preto com uma gravata vermelha. Seu cabelo está, como sempre, impecável, e ele carrega um sorriso enorme no rosto. Meu pequeno Pong vem logo atrás, com um terno azul escuro e um laço amarelo, parecendo um verdadeiro cavalheiro. Kit aparece com um terno azul escuro e uma gravata vermelha, mas com um semblante claramente irritado.

— O que foi, filho? — pergunto ao ver sua expressão.

— O John não me deixou usar meu terno roxo! — resmunga Kit.

Pisco para John, que entendeu meu "obrigada" silencioso.

Kob desce de braços dados com minhas filhas. Ele veste um terno preto com uma gravata bege, enquanto Jesse optou por um vestido longo, vermelho escuro, soltinho, como ela gosta. Já Bennie está deslumbrante em um vestido preto justo e comprido...

— Tá vendo, mãe? Hoje é longo! — diz ela, apontando para o vestido. — Que seja a primeira e última vez que vou a um evento onde não posso mostrar minhas pernas lindas.

Eu rio e respondo:

— É só hoje, Bennie. Vai ter imprensa, e eu preciso garantir que tudo saia tranquilo. Desculpa, filha. — digo, acariciando seu rosto liso. — Bom, vamos? — pergunto, avançando em direção à porta.

— Espera, mãe. — Jesse intervém. — Yu, Fah e Puu devem estar chegando.

"Oh meu Deus", penso, sentindo um nervosismo crescer.

— Eles vêm? — pergunto, um pouco ansiosa. Mon percebe meu nervosismo e agarra meu braço, acariciando para me acalmar.

— A gente não sabia que ia ter imprensa. — Bennie diz. — Quer que a gente peça pra eles voltarem?

Kit, ainda chateado, responde:

— O Puu não vai vir pra cá, ele vai com a senhora Tee. Então, nem adianta falar que ele não pode ir. — diz ele, se jogando no sofá de braços cruzados.

O silêncio que se segue é pesado, e sinto como se todos pudessem ouvir minha respiração ofegante. Eu respiro fundo, tomando alguns segundos para pensar.

— Não. Eles vão. — declaro, sentindo um peso grande nos ombros.

— Tem certeza, mãe? — pergunta Jesse, preocupada.

Olho para Mon, que me observa pacientemente, aguardando que eu lide com a situação como achar melhor. Sorrio para ela, e na minha mente passa o quanto foi difícil apresentá-la como minha esposa há 20 anos atrás. Mas eu fiz isso porque ela é o amor da minha vida e nosso casamento vinha em primeiro lugar. Agora, eu faria o mesmo pelos meus filhos. Independentemente do que acontecesse, eu suportaria. Primeiro, vêm eles.

Mon & Sam - Entre Laços E LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora