Simone:
➘
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➘O dia lá fora amanheceu lindo, mas não está tão lindo assim o começo do dia para a minha sol, que desde as cinco da manhã seus enjoos voltaram e ela tá mais no banheiro do que no quarto, a chegada do terceiro mês de gestação foi assim, tá um pouco turbulenta nessa questão mas estamos dando conta e sabendo lidar.
Agora ela está aqui deitada e dormindo, ainda usa uma blusa social minha, a qual havia escolhido noite passada para dormir, parece que combina mais com ela do que comigo mesma, tudo que ela venha vestir fica perfeito e o que me resta fazer é somente lhe admirar, pois não canso de fazer isso nunca.
Desço meu olhar para sua barriga e dou um sorriso, ainda não há diferença, mas há a certeza de que nosso bebê está ali em seu ventre se formando, e daqui uns meses ele ou ela estará aqui com suas mães recebendo todo o amor do mundo, todo amor que guardei um dia foi para dividir com a Soraya e os nossos filhos, tenho certeza disso.
_Oi filho, bom dia, o dia tá lindo_ me apoio no cotovelo sobre a cama.
Minha conversa com ele ou ela vai se seguindo baixinha para não acordar a sol, quero que ela descanse pois está precisando, quem sabe tudo isso dos enjoos frequentes foi causado pelo estresse ontem na empresa, aqueles meus funcionários estão um lixo, a vontade é de mandar para a rua e contratar quem queira realmente trabalhar de verdade em um lugar sério como é ali.
_Vou ver quem é, já volto_ falo baixinho.
A campainha toca de novo e já me irrito, qualquer barulho pode acordar a sol e não quero que nada atrapalhe seu sono, fui então depressa para a sala, imaginei ser Eli ou Leila, ou quem sabe as duas, minha mãe está em São Paulo mas já voltará aqui para o Rio novamente esse fim de semana.
_Mas o que você faz aqui?_ pergunto ao abrir a porta.
_Feliz em me ver, meu amor?_ pergunta.
_Dê meia volta e suma da minha frente_ falo já irritada.
_Qual é Simone? eu vim trazer um agrado para a mamãe do ano, cadê sua querida esposa?_ ela sorri.
_Não fale da sol e nem do meu filho, eles não merecem passar por essa sua boca imunda_ digo.
_Não era imunda quando te proporcionava aquele grande prazer não é?_ me olha.
_Prazer de verdade eu só sentir quando encontrei a mulher da minha vida, e ela hoje carrega o nosso filho_ ando até a porta.
_Sabe Simone, me bateu uma saudade de você, te acompanho pelas postagens do perfil de sua empresa e isso tudo deveria ser construído comigo, não com ela_ altera sua voz.
_Janja, cala a sua boca, você quem arruinou tudo o que poderia ter, não venha pagar de arrependida agora não, saia daqui_ mando.
_Isso tudo é uma loucura Simone, você ama a mim, e não ela, você está iludida com essa brincadeira de casinha_ vou até ela e seguro seu braço.
_Iludida eu tava quando resolvi namorar com você, agora saia da minha casa_ lhe puxo.
Porém, enquanto fui lhe levando para a direção da porta, ela acabou me empurrando para cima do pequeno sofá da sala, a vi olhar de repente na direção da escada para o andar de cima e então se jogar em cima de mim para tentar me beijar.
_O que é isso Simone?_ eu olho na direção de onde veio a voz.
_Sol, não é nada disso_ falo.
_Conte pra ela que você também estava morrendo de saudade de mim, meu amor_ Janja diz para ela poder ouvir.
_Simone_ olho pra Soraya que já tem lágrimas nos olhos.