Capítulo 22

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Any chegou exausta, entrou no quarto, colocou a bolsa na cômoda, tirou os sapatos e se jogou na cama. Olhou o teto e de repente memórias de sua vida desde que chegara ali naquele apartamento lhe vieram à mente.

Ela estava segura de que deixar a vida religiosa tinha sido a melhor opção. Apesar de não estar mais com Poncho e ele ter sido o motivo dela ter percebido que não tinha vocação para ser freira, Any tinha certeza de que amava toda aquela liberdade que tinha conhecido. Amava sair para dançar, ir ao shopping, escolher roupas e sapatos (que aliás ela já tinha feito coleção), se divertir e até mesmo conhecer novos homens. Ela estava literalmente aproveitando a vida como a mulher jovem, linda e solteira que era. Mas era inevitável pensar nele. Ela trocaria tudo que estava vivendo para ter sua história de amor de volta, para viver ao lado daquele que amava e de sua pequena. Seu coração sofria de saudade e apesar de ter conhecido lindos homens, nenhum a fazia sentir nada semelhante ao que ela sentia por Alfonso. Mas ela espantou aqueles pensamentos rapidamente, pois não queria mais sofrer por ele.

Angel: Até que enfim! - Falou, entrando no quarto - Já estava preocupada. Cheguei do plantão e não te vi.

Any: Dormi no hotel com ele. - Falou sentando na cama, enquanto Angel sentou ao seu lado.

Angel: Xii, to vendo que ele tá quase conseguindo o que quer. Vai aceitar namorar?

Any: Não sei. Gosto dele, mas não sei se gosto o suficiente para namorar, não quero enganar ninguém. Se não quero me casar, para que namorar?

Angel: Ele gosta de você de verdade, viaja por horas todo final de semana só para te ver. Eu sei que você teve uma grande decepção, mas nem todos os homens são iguais. Ele merece uma chance.

Any: Falou a super experiente! Cadê seu namorado, Angel? - Perguntou, jogando uma almofada na prima. - E toda aquela história que você me ensinou sobre encontros casuais? Eu estou gostando disso.

Angel: Haha engraçadinha. Eu nunca quis casar, já você é diferente. Só ficou assim por causa do...

Any: Não termina a frase. Nome proibido. E eu nunca quis casar, quem quis casar foi a Anahí. Eu sou a Giovanna.

Angel: Toda engraçadinha, né, Anahí Giovanna?

Any: Você que me ensinou.

Angel revirou os olhos e as duas riram. Angel não queria voltar ao assunto, mas ela tinha certeza que Any não tinha esquecido Poncho.

As duas moravam juntas desde que Any resolveu que precisava de um tempo longe de tudo que a lembrava de sua vida como noviça e com Poncho. Tinham se aproximado muito nesse tempo. Angel, além de prima, era uma ótima amiga e as duas se davam muito bem.

Angel: Any, mudando de assunto. Eu preciso te falar uma coisa - Disse, ficando séria.

Any: Você tá me assustando com essa cara.

Angel: É o Paulo. - Falou sem rodeios - Descobri que ele tá mesmo no Brasil. E já faz tempo. Aliás, ele está nessa cidade.

Any gelou. Há anos não via seu tio, pai de Angel, que fizera tanto mal a elas na infância.

Any: Como assim? O que ele quer aqui?

Angel: O porteiro falou que ele ofereceu dinheiro para ele falar se nós morávamos aqui.

Any: E ele falou o que? - Já estava nervosa com a situação.

Angel: Ele falou que não morávamos, mas está morrendo de medo dele voltar, descobrir que ele mentiu e fazer algo contra ele, percebeu que não é uma pessoa que aceita mentira como resposta. Acho que vamos ter que nos mudar.

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