Capítulo 26

58 7 7
                                    

Quando soube que Any tinha saído do quarto, Dulce foi até lá. Abriu a porta devagar e logo viu que Poncho estava chorando, sentado na poltrona ao lado de Lorena.

Dulce: O que foi? A Lolo tá bem? - Olhou a menina, preocupada.

Poncho: Sim, graças a Deus está fora de perigo. - Falou tentando parar de chorar.

Dulce: Já passou, não fica assim - Dulce sentou ao lado dele e o abraçou.

Mas agora que Lorena não corria mais riscos, Dulce não imaginava que Poncho estava daquele jeito pelo que Anahí tinha lhe falado e por ter visto ela com Bernardo. Porém ele também não conseguia falar nada naquele momento. Apenas tentou controlar seus sentimentos e ficou em silêncio.

___________

Any não conseguiu ir direto para casa. Ao sair do hospital, resolveu dar uma volta. Precisava espairecer. Voltar para aquela cidade e tentar mandar em seus sentimentos, fingir para Poncho que não o amava loucamente, e além de tudo isso, ver sua pequena doente a deixou angustiada e perdida. Depois de algumas horas, finalmente chegou em casa.

Angel: Até que enfim, fiquei preocupada com sua demora. Você não me atendeu mais nem respondeu as mensagens.

Any: Saí do hospital e fui dar uma volta. Minha cabeça está explodindo. - Falou se jogando no sofá e fechando os olhos.

Angel: Como está a Lorena?

Any: Tá bem, o pior já passou. Mas só a vi dormindo.

Angel: E o Alfonso, você falou com ele?

Any: Não tive como fugir. Mas acho que me saí bem - Seus olhos se encheram de lágrimas. Estava detestando fazer aquilo.

Angel: Você não tá bem. Cadê aquela mulher alegre e baladeira? Quer sair um pouco? Eu vou com você. Amanhã cedo tenho a entrevista no hospital, mas acho que consigo.

Any: Eu só quero um banho e uma cama.

Angel: Xi, não tá bem mesmo. Sabia que ele ia mexer com você.

Any: Ninguém mexeu comigo. Só fiquei preocupada com a Lorena.

Angel: Isso também, mas agora ela tá bem e você está assim por outro motivo. Você não vai conseguir se enganar e nem me enganar. - Falou, sincera.

Any não respondeu, apenas levantou e foi em direção ao seu quarto. Fechou a porta e se permitiu chorar, era isso ou a tristeza o sufocaria. Não tinha como negar para si mesma, ela estava assim por causa de Poncho e isso só dava mais certeza de que ele só tinha feito mal a ela, de que ele só a fazia sofrer por não conseguir deixar de amá-lo.

______________

Poncho ficou acompanhando Lorena, mas mal dormiu naquela noite. Não conseguia parar de pensar em Anahí, o jeito e o beijo dela com Bernardo não saíam de sua mente e maltratava seu coração. Ele passou a noite lembrando de todos os momentos que viveu com Any, de todas as vezes que foram tão felizes juntos, que se amaram e se declararam. Lembrava de cada detalhe, do seu sorriso verdadeiro, do seu olhar apaixonado, da forma como ela se entregava para ele e correspondia todo seu amor na mesma proporção. Era impossível ela ter esquecido tão rápido, ele sentia que era verdadeiramente correspondido. Alfonso sentia que havia algo que ele não sabia, algo que estava fazendo ela agir daquela forma com ele. E ele estava disposto a descobrir o mais rápido possível o que tinha acontecido. Tinha aceitado e respeitado quando ela disse que queria seguir a vida religiosa, mas agora sabia que não era o caso. Todos aqueles pensamentos o deixavam mais confuso e desolado, impedindo seu sono.

_______________

Quando amanheceu, Poncho ficou ansioso para que a filha acordasse. Mas já passava das 9h quando o médico entrou para examiná-la e ela ainda estava dormindo.

Perderme en tiOnde histórias criam vida. Descubra agora