Capítulo 4

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Na manhã seguinte, Alfonso acordou com o despertador tocando depois de quase não conseguir dormir. O sonho tinha mexido muito com ele e agora teria que ir ao colégio buscar Lorena e bloquear qualquer pensamento impróprio que surgisse ao ver a bela noviça de olhos encantadores e perfume inebriante.

Ao chegar no pátio, avistou Lorena caminhar sorridente em sua direção junto com Anahí - como no início de seu sonho. Sentiu uma tristeza ao lembrar que não poderia acontecer mais nada além disso em sua realidade.

Lorena: Oi papai, que saudade! - Falou já abraçando-o. Poncho abaixou para abraçar e beijar a pequena.

Poncho: Também estava morrendo de saudade. Oi irmã Any - Seus olhos se encontraram e ambos sentiram o coração sinalizar que aquele não era um olhar qualquer.

Any: Olá senhor Herrera. - Falou, tentando manter a formalidade.

Lorena: Posso ir ali falar com a Maísa rapidinho, papi?

Poncho: Vai lá, eu queria mesmo falar com a irmã Anahí.

Any: Comigo? - Teve medo, não queria ficar muito tempo com ele, ainda mais sem a presença de Lorena.

Poncho: Sim, é rápido. Tem algum lugar que possamos conversar melhor?

Any: Na sala dos professores, me acompanhe por favor.

Poncho a acompanhou concentrado no assunto que precisava falar, bloqueando qualquer lembrança do sonho maravilhoso que tivera, embora fosse inevitável não notar que o perfume que sentia era o mesmo. De repente lembrou de uma coisa: no sonho não tinha visto os cabelos dela e imediatamente uma enorme curiosidade o invadiu - desejava loucamente saber como eles eram.

Os dois seguiram para a sala e sentaram, um de frente para o outro ao redor da mesa que havia ali.

Any: Pode falar, senhor.

Poncho: Por favor, Alfonso. Me chame de Alfonso - queria muito ouvia-lá chamando-o de Poncho, com em seu sonho, mas assim estava bom para começar.

Any: Ok, se prefere assim. Pode falar, Alfonso.

Poncho: Bem melhor! - Ele sorriu e ela retribuiu o sorriso, culpando-se por isso e por se sentir tão boba perto dele. Poderia se derreter apenas com aquele sorriso e isso era errado. Absurdamente errado para ela.

Any: Como posso te ajudar?

Poncho: Posso te chamar de Any? Ou Anahí? Irmã Anahí me parece tão frio.

Any: Anahí, pode ser. Mas só porque estamos longe da Madre, ela não iria gostar de ver isso. - Seu corpo já tremia e ela detestava aquelas sensações que ela não podia controlar ao estar perto dele.

Poncho: Então, Anahí. Eu estou precisando muito da sua ajuda com a Lorena. Sei que você é a pessoa que mais a conhece, e eu não sei como falar para ela que a Belinda, aquela minha amiga que ela não gostou, na verdade é minha namorada.

Any: Alfonso, como assim? Não acha que é cedo demais para namorar? Acabou de chegar ao Brasil!

Poncho não esperava aquela reação, se ela fosse uma mulher como as outras poderia jurar que estava presenciando uma cena de ciúmes e isso o deixaria feliz. Mas ela era uma noviça. E logo seria uma freira. Não tinha a menor lógica ter uma crise de ciúmes com o pai de uma de suas alunas.

Any corou imediatamente ao perceber o que tinha falado. Tentou corrigir.

Any: Eu quero dizer que a Lorena não está preparada para isso agora. Seria melhor esperar, ela com certeza vai achar que está sendo trocada e irá sofrer muito.

Perderme en tiOnde histórias criam vida. Descubra agora