Perderme en ti

Capítulo 5

Any logo desceu com Lorena, que usava um conjuntinho de short e blusa cor de rosa com desenhos de unicórnios, lindo e confortável. Calçava um tênis e tinha uma linda tiara nos cabelos.

Ao chegar na sala, Any ficou sem ar ao ver que Alfonso tinha se trocado e pela primeira vez ela o via de bermuda, tênis e camiseta regata.

Poncho: Vamos? -Perguntou com um lindo sorriso nos lábios, fazendo Any prender a respiração para reprimir um suspiro de admiração.

Lorena: Sim, eu tô linda, papi? - Lorena deu uma voltinha.

Poncho: Está maravilhosa, a irmã Any caprichou! - Any sentia que tinha perdido a voz, o ar, o chão com aquela visão.

Lorena: Então vamos! - Puxou Anahí pela mão, mas ela seguiu em silêncio e tentando olhar para qualquer lugar que desviasse sua atenção do corpo malhado e do sorriso encantador de Alfonso.

Eles foram a um parque, estava um belo final de tarde para passear ao ar livre. Lorena andava saltitando no meio dos dois, segurando na mão deles. Any e Poncho olhavam a menina felizes por ver sua alegria e de vez em quando seus olhares se cruzavam. E quando isso acontecia nenhum dos dois fazia questão de desviar o olhar.

Lorena: Eu vou ali no escorregador! - Ela soltou da mão deles e saiu correndo. Os dois a observaram.

Poncho: Às vezes eu paro para pensar e não sei como consegui ficar tanto tempo longe dela. - Ele suspirou, olhando a filha de longe. Os dois sentaram em um banquinho onde podiam vê-la brincar.

Any: Imagino que não deve ter sido fácil - Ela sempre julgou o fato dele ter abandonado a menina, mas vendo a forma como ele a tratava desconfiava que tinha sido algo muito difícil para ele, algo que ele só tinha feito por não ter outra escolha.

Poncho: Foi terrível... Eu amava muito a Camila, a mãe da Lorena. Ela era tudo para mim. Quando a perdi, eu me perdi também. Eu não sabia mais quem eu era, não tinha condições de cuidar nem de mim mesmo, quanto mais da Lorena. Eu seria um péssimo pai para ela. Preferi me afastar, me curar e voltar da forma que ela merecia. Não vou dizer que esqueci a Camila porque isso é impossível, sempre lembrarei dela. Mas sei que agora posso seguir minha vida e dar uma família para minha filha outra vez.

Any: Tenho certeza que vai conseguir. A Lolo é maravilhosa, imagino que sua esposa deveria ser assim também. - Sorriu, carinhosa.

Poncho: Ela era sim...

Any: E sua namorada, como é? Sabe, eu me preocupo muito com a Lorena... - Tentou justificar a pergunta, mas na verdade ela que precisava saber se ele amava a namorada.

Poncho: A Belinda é bem diferente. Mas não sei se a conheço bem, porque às vezes parece que é doce e compreensiva, mas de repente se transforma em alguém fútil e egoísta. Eu não sei quem é ela de verdade.

Any: Talvez seja as duas pessoas, e mude de acordo com o contexto. - Tentou deixar seu lado noviça falar mais alto, mas a verdade é que morria por dentro ao imaginá-lo com uma mulher. O motivo? Ela ainda não fazia ideia.

Poncho: Pode ser... Mas e você, sempre quis ser freira?

Any: Sim, eu cresci com freiras, esse é o único mundo que eu conheço. Não me imagino de outra forma.

Poncho: Você é feliz?

Any: Acho que sim... - Nunca tinha se perguntado aquilo e percebeu que não tinha certeza da resposta.

Poncho: Acha?

Any: Sim. Eu amo estar com as crianças, cantar no coral, ensinar, cuidar delas... principalmente da Lorena, acho que se eu tivesse uma filha seria exatamente o mesmo amor que sinto por ela. Peço até desculpas por isso, eu só só uma professora, mas não consigo evitar.