Capítulo 5: A Fuga

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O silêncio após Max sair da sala era esmagador. Eu fiquei parada, olhando para a porta, com minhas mãos presas nas algemas que bloqueavam meus poderes, e minha cabeça girando com as coisas que ele tinha acabado de me dizer. Um tempo alternativo? Uma guerra pelo controle do tempo? E eu, no meio de tudo isso, sem nem entender direito o que estava acontecendo.

Eu precisava sair dali.

Meus pulsos estavam doloridos por causa das algemas, e eu percebi que elas pareciam feitas para impedir qualquer uso de energia. Max sabia exatamente o que estava fazendo. Olhei ao redor da sala, tentando encontrar algo, qualquer coisa que pudesse me ajudar. Mas o lugar estava vazio, exceto por uma pequena mesa com alguns instrumentos que pareciam de interrogatório.

Minha mente estava cheia de perguntas. Será que Caio estava bem? Será que ele tentou me seguir? Ou será que ele sabia mais do que me contou? Eu queria acreditar que ele estava do meu lado, mas as palavras de Max continuavam a ecoar na minha cabeça: "Todos querem te usar."

Fechei os olhos, tentando afastar o medo que ameaçava me tomar. Respirei fundo e me forcei a pensar com calma. Se eu conseguisse me concentrar, talvez encontrasse uma saída. Foi então que notei um som suave vindo de cima. Um leve zumbido, quase imperceptível. Levantei a cabeça e vi um duto de ventilação. Era pequeno, mas talvez grande o suficiente para eu passar, já que sou magra.

Sabia que era arriscado, mas era minha única opção.

— Preciso de uma distração... — murmurei para mim mesma.

Antes que eu pudesse pensar num plano, a porta se abriu de repente. Meu coração disparou. Achei que Max tivesse voltado, mas, para minha surpresa, era outra pessoa. Era uma mulher jovem, com cabelos loiros presos num rabo de cavalo. Ela usava o mesmo uniforme que os outros agentes de Max, mas havia algo diferente em seus olhos — um brilho que mostrava que ela não era só mais uma seguidora.

Ela se aproximou de mim, sem dizer nada, e começou a digitar em um pequeno dispositivo preso ao braço. Em segundos, as algemas que prendiam meus pulsos se soltaram com um estalo. Fiquei surpresa, sem entender o que estava acontecendo.

— Quem é você? — perguntei, massageando os pulsos enquanto me levantava.

— Não temos tempo para perguntas — disse ela, com a voz baixa e urgente. — Eu sou Sophia. Vim te tirar daqui, mas você tem que confiar em mim.

Sophia? Esse nome me pareceu familiar, Caio havia mencionado algo sobre ela, mas eu não tinha certeza. De qualquer forma, não tinha muitas opções. Ficar ali e esperar Max voltar não era uma ideia boa.

— Tudo bem — concordei, ainda desconfiada. — O que fazemos agora?

Ela olhou para o duto de ventilação que eu tinha notado antes.

— Vamos por ali. É o único caminho que não está sendo vigiado. Max controla todo o prédio, mas eu desliguei os sensores desta área por um tempo. Não temos muito tempo.

Subimos no banco mais próximo, e Sophia começou a abrir o duto com habilidade. Logo, o caminho estava aberto, e eu fui a primeira a entrar, rastejando pelo espaço apertado. O metal frio machucava meus joelhos, mas a adrenalina era tão grande que eu mal percebia.

Enquanto nos movíamos pelo duto, uma pergunta não saía da minha cabeça.

— Por que está me ajudando? — sussurrei, virando-me para olhar Sophia logo atrás de mim.

Ela hesitou por um instante antes de responder.

— Porque Max está mentindo para você. Ele sempre mente. Você não tem ideia do que realmente está acontecendo. — Havia raiva na voz dela, misturada com algo mais pessoal.

— Então, o que está acontecendo? — perguntei, mantendo minha voz baixa.

— É complicado, mas a guerra que Max mencionou é real. Só que não é só uma disputa pelo controle do tempo. Ele quer destruir qualquer pessoa que possa viajar no tempo e mudar as coisas. Ele acha que o tempo pertence a ele e que todo o resto é uma ameaça. Ele... — Sophia parou, como se estivesse pensando se deveria ou não continuar. — Ele fez coisas terríveis para garantir que isso aconteça. Ele precisa de você porque você é a chave para ele controlar todas as linhas temporais.

— E o Caio? — perguntei, confusa. — Ele também está mentindo para mim?

Sophia respirou fundo.

— Caio é uma boa pessoa, mas ele está preso nessa guerra. Ele quer proteger as linhas do tempo, mas, às vezes, isso significa sacrificar pessoas. Eu não posso garantir que ele sempre vai fazer o que é melhor para você, mas ele acredita que está lutando pelo bem maior.

Enquanto eu tentava processar tudo isso, continuamos nos arrastando pelos túneis apertados. Depois de um tempo que pareceu durar uma eternidade, Sophia parou e abriu uma saída que dava para um beco escuro, longe do prédio onde eu estava presa. O ar fresco da noite bateu no meu rosto, e eu respirei fundo, sentindo um pouco de alívio.

— Para onde vamos agora? — perguntei, saindo do duto e ajudando Sophia a descer.

— Para um lugar seguro — disse ela, olhando ao redor, como se estivesse verificando se alguém nos seguia. — Vou te levar a um ponto de encontro fora da cidade. Lá, você vai poder entender melhor o que está em jogo. E, com sorte, aprender a controlar seus poderes antes que Max te encontre de novo.

Eu assenti, sem fazer mais perguntas. Eu sabia que tudo era muito mais complicado do que eu tinha imaginado, e agora estava em um caminho sem volta. O tempo não era mais algo que eu podia controlar; ele estava se tornando uma arma, e eu precisava aprender a usá-la antes que fosse tarde demais.

Dunada voltei no tempo é ganhei super poderes Onde histórias criam vida. Descubra agora