Capítulo 4: Captura

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Eu estava começando a sentir que estava ganhando algum controle sobre meus poderes, mas a tensão no ar era palpável. Depois de horas de treino, Caio decidiu que era hora de uma pausa. Fomos até uma sala lateral, onde ele me serviu um pouco de água, e por um breve momento, eu senti um pouco de normalidade voltar.

— Você está progredindo rápido, Luna. — Caio me olhou com uma mistura de orgulho e preocupação. — Mas lembre-se, os inimigos não vão esperar você estar pronta. Eles podem aparecer a qualquer momento.

Assenti, ciente de que não tinha tempo a perder. Só que o que ele não sabia era que já era tarde demais.

Sem aviso, a porta foi arrombada, e um grupo de homens invadiu o espaço, armados e prontos para a captura. Eu não tive tempo de reagir. Um golpe na lateral da cabeça me deixou atordoada, e antes que pudesse entender o que estava acontecendo, senti meus braços sendo imobilizados por algemas de metal frio que pareciam bloquear meus poderes. Olhei para Caio, mas ele já estava sendo subjugado por outro grupo, lutando, mas em desvantagem.

— Não! — tentei gritar, mas minha voz saiu fraca.

Com um puxão violento, fui arrastada para fora da sala. Minha visão estava embaçada, e eu mal conseguia entender o que estava acontecendo. Tudo parecia uma confusão de sons e imagens distorcidas.

Quando finalmente voltei a mim, estava em uma sala fria e estéril, amarrada a uma cadeira de metal. Meus pulsos doíam sob as algemas pesadas, e a eletricidade que antes sentia fluindo em minhas veias agora estava apagada, bloqueada por algum tipo de tecnologia. A sala era silenciosa, exceto pelo som constante de um ventilador no teto.

Foi então que a porta se abriu lentamente, e um homem entrou. Alto, elegante e com um ar de autoridade, ele vestia um uniforme preto que imediatamente me fez pensar em algo militar, mas com toques futuristas. Seu rosto era inescrutável, mas seus olhos – frios e calculistas – me examinavam como se eu fosse uma peça em um jogo.

— Luna Reis, não é? — Sua voz era calma, quase casual, mas havia algo sinistro na forma como ele pronunciava meu nome. Ele se aproximou, parando a poucos metros de mim.

— Quem é você? — perguntei, a garganta seca de tensão.

Ele sorriu, um sorriso controlado e calculado.

— Meu nome é Maximilian Von Strauss, mas você pode me chamar de Max. — Ele começou a caminhar ao redor da sala, olhando para os painéis de controle nas paredes. — Imagino que você tenha muitas perguntas. Como, por exemplo, por que está aqui. Por que te perseguimos. Por que o seu tempo foi arrancado de você.

Eu permaneci em silêncio, tentando manter a calma. Mas no fundo, meu coração batia acelerado. Tudo o que eu queria era respostas.

Max parou e me olhou diretamente.

— Estamos no ano de 1886, mas não o 1886 que você conhece dos livros de história. Este é um tempo alternativo, um ponto crucial onde o futuro e o passado colidem. — Ele se aproximou mais, agora olhando diretamente nos meus olhos. — A sua chegada aqui não foi um acidente, Luna. Nada disso foi. Você foi trazida aqui porque possui algo que poucos têm: o poder de alterar o curso do tempo.

Eu senti um arrepio percorrer minha espinha.

— Alterar o curso do tempo? Eu não sei nem como controlar meus poderes! — protestei.

— Ainda. — Ele sorriu novamente, dessa vez com um toque de arrogância. — Mas você vai aprender. E quando aprender, será uma arma poderosa. Veja bem, Luna, o tempo é uma estrutura maleável. Existe uma batalha acontecendo agora mesmo, nas sombras da história. Aqueles como você, os "viajantes", foram trazidos para diferentes eras porque possuem habilidades que transcendem o espaço e o tempo. Mas poucos podem moldar a linha temporal como você. Você é especial.

— E você quer me usar, não é? — A raiva estava crescendo dentro de mim, mesmo com o medo tentando sufocá-la. — Para os seus próprios objetivos.

Max riu, mas não havia humor em seu riso.

— Não se engane, Luna. Todos querem te usar. Até aqueles que dizem ser seus amigos. — Ele deu um passo para trás, cruzando os braços. — Caio, aquele que te encontrou, faz parte de uma resistência que tenta preservar a "pureza" do tempo. Uma ideia nobre, mas tola. A verdade é que o tempo já foi corrompido. E agora, tudo o que resta é o poder para controlá-lo. E esse poder pode estar em suas mãos. Ou nas minhas.

Minha mente estava girando com as revelações. Não havia como saber se ele estava dizendo a verdade, mas algo no fundo de mim sabia que eu estava no meio de uma guerra que ia muito além de qualquer coisa que eu poderia ter imaginado.

— E por que eu deveria te ajudar? — perguntei, estreitando os olhos.

Max se aproximou mais uma vez, seus olhos penetrantes.

— Porque, se você não fizer isso, eles vão te destruir. Não existe neutralidade nessa guerra, Luna. Ou você está conosco, ou está contra nós. E aqueles que estão contra nós... bem, você viu o que aconteceu com outros viajantes, não é? Ouviu as histórias. — Ele deu um sorriso cruel. — Nós sempre os encontramos.

Eu fiquei em silêncio, absorvendo suas palavras. Não havia uma saída fácil. Eu tinha que decidir em quem confiar, e no momento, tudo parecia uma armadilha, não importava o lado.

Max suspirou levemente e se levantou, caminhando até a porta.

— Vou te dar um tempo para pensar. Mas lembre-se, o tempo nunca está a seu favor. — Ele me lançou um último olhar antes de sair da sala, deixando-me sozinha, acorrentada e com a mente fervilhando de dúvidas e medo.

Enquanto eu lutava para manter a calma, uma coisa era clara: eu precisava sair dali. E rápido.

Dunada voltei no tempo é ganhei super poderes Onde histórias criam vida. Descubra agora