Capítulo 7: Sob o Luar da Rendição

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A noite avançava, e o silêncio no beco era interrompido apenas pela minha respiração rápida e pelo som do meu coração batendo forte. Max já tinha desaparecido nas sombras, mas seu toque ainda parecia estar em minha pele, como uma marca invisível. Sua presença ainda estava comigo, ameaçadora e ao mesmo tempo atraente, como uma sombra que eu não conseguia afastar.

Caio estava ao meu lado, olhando para mim com preocupação, mas ele não podia ver a batalha que eu lutava dentro de mim. Ele não sabia o quanto Max mexia comigo, o quanto suas palavras ainda ecoavam na minha cabeça. E, por mais que eu quisesse, não podia contar. Não podia admitir que, por mais que eu quisesse fugir, havia uma parte de mim que queria voltar para Max.

— Luna, precisamos sair daqui — disse Caio, com urgência. — Max não vai parar. Ele vai continuar te perseguindo até conseguir o que quer.

Eu assenti, mas minhas pernas pareciam presas no chão. Mesmo sabendo que devia fugir, meu corpo ainda estava sob o efeito da presença de Max. Cada vez que eu fechava os olhos, via o sorriso dele, sentia seus dedos frios na minha pele, prometendo coisas que eu não queria admitir que desejava.

Caio puxou meu braço para me tirar dali, mas algo dentro de mim resistiu. Parei de andar, meu corpo tenso.

— O que foi? — ele perguntou, confuso.

— Eu... — hesitei, sem saber como explicar. — Eu preciso de um tempo.

Caio franziu a testa, preocupado.

— Tempo? Luna, você quase foi capturada por ele. Ele está jogando com você. O que mais você precisa saber?

Afastei-me um pouco de Caio, cruzando os braços, tentando proteger a mim mesma da confusão na minha mente.

— Eu sei, mas... — Minha voz falhou. Eu não sabia como explicar o que sentia. Como poderia? Como eu poderia admitir que, mesmo sabendo que Max era perigoso, havia algo nele que me atraía, que me puxava de uma forma que eu não conseguia controlar?

Caio suspirou, tentando ser mais gentil.

— Luna, eu sei que é difícil, mas você não pode deixar que ele te engane. Max não se importa com você. Ele só quer o seu poder.

Eu balancei a cabeça, tentando concordar, tentando fazer com que essa verdade ficasse clara dentro de mim. Mas a voz de Max ainda estava na minha mente, me prometendo mais do que apenas poder. Prometendo uma conexão profunda, sombria, irresistível. Uma parte de mim, que eu tentava esconder, queria saber até onde essa conexão poderia ir.

— Vamos, Luna. — Caio estendeu a mão, preocupado, mas com carinho nos olhos.

Eu peguei a mão dele e o segui, mas o aperto no meu coração não sumia. Enquanto caminhávamos, olhei para o céu noturno, e a lua cheia brilhava forte, quase como se estivesse me observando. Havia algo naquela luz fria que me lembrava Max, de como ele parecia se mover com a mesma intensidade e mistério.

De repente, o ar ficou mais pesado, e um arrepio subiu pela minha espinha. Parei bruscamente, sentindo que Max estava perto de novo.

— Ele está aqui — sussurrei, sentindo o medo crescer.

Caio olhou ao redor, puxando sua arma, mas antes que pudesse fazer algo, Max saiu das sombras como um predador, com seus olhos brilhando de maneira perigosa.

— Eu disse que isso não acabou, Luna — ele falou, sua voz calma, mas ameaçadora.

Caio tentou avançar, mas Max fez um gesto simples, e uma força invisível jogou Caio contra a parede, prendendo-o lá, sem poder se mover.

— Você é um tolo por achar que pode mantê-la longe de mim — disse Max, sem nem olhar para Caio. Seu olhar estava fixo em mim, queimando com uma intensidade que me fez tremer.

Eu tentei resistir ao desejo de me aproximar, de ir até ele, mas era como se uma corrente invisível me puxasse. Todo o meu ser estava dividido entre o medo e o desejo, entre querer fugir e querer ceder. Max se aproximou, sua presença dominando tudo ao nosso redor, e eu sabia que não tinha como escapar daquela conexão.

— Você sente isso, não sente? — Max sussurrou, agora perto o bastante para que só eu pudesse ouvir. — Essa atração entre nós, essa conexão que não pode ser quebrada. Não adianta lutar, Luna. Eu já te possuo, de todas as formas que importam.

Abri a boca para protestar, para dizer que ele estava errado, mas as palavras não saíram quando ele levantou a mão e tocou meu rosto. Seus dedos frios na minha pele fizeram todo o meu corpo reagir. Um arrepio de prazer e medo passou por mim, e eu não conseguia me mexer.

— Você vai ceder, cedo ou tarde — ele continuou, sua voz baixa e controlada. — Porque, no fundo, você sabe que quer isso tanto quanto eu.

A proximidade dele era intoxicante, e por um momento, me deixei levar por aquele toque. Ele estava certo. Havia algo dentro de mim que queria essa escuridão, que queria se render. Max representava tudo o que eu não deveria querer, tudo o que era perigoso e proibido, mas mesmo assim, eu não conseguia afastá-lo.

Seus olhos estavam fixos nos meus, e ele inclinou a cabeça, seus lábios perigosamente perto dos meus. O ar ao nosso redor parecia eletrizado, e eu sabia que, se não fizesse algo, cederia completamente ao desejo sombrio.

Mas, antes que ele pudesse me beijar, coloquei uma mão em seu peito e o empurrei com toda a força que eu conseguia. Ele deu alguns passos para trás, surpreso, mas não parecia zangado. Na verdade, havia uma satisfação sombria em seus olhos.

— Isso não acabou, Luna — ele disse, com um sorriso frio. — Você vai ceder. É só uma questão de tempo.

Ele se virou e desapareceu nas sombras, deixando-me ali, tremendo, com o coração acelerado e a mente confusa. Caio, finalmente solto da força invisível, correu até mim, preocupado.

— Luna! Você está bem? — ele perguntou, mas eu mal conseguia responder.

Porque, no fundo, eu sabia que Max estava certo. Eu tinha resistido naquele momento, mas algo dentro de mim já estava se rendendo.

Dunada voltei no tempo é ganhei super poderes Onde histórias criam vida. Descubra agora