𝙲𝚊𝚙í𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟹𝟽 ‒ 𝙾 𝚊𝚟𝚒ã𝚘 𝚊𝚛𝚌𝚊𝚒𝚌𝚘

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De repente, quando Safra menos esperava, uma cabeçada o atingiu.

O fingimento de Diego havia o enganado.

Diego se levantou e olhou para o relógio: faltavam 5 segundos para o sinalizador apagar.

5. 4. 3. 2...1.

O ambiente avermelhado se tornou escuridão, deixando tudo mais sombrio. 

Nada eles conseguiam enxergar. Diego foi até as escadas, subiu e entrou no avião arcaico tendo apenas sua memória e seu tato como guia.

"Talvez aqui eu possa encontrar algo que ajude." 

O homem tateou as paredes do avião, até que por sorte descobriu que ainda havia luz dentro dele, mas logo entrou Safra, o convidando para mais luta. Com uma lentidão macabra, ele tirou da mochila uma bengala dobrada.

— Lembra disso? — Ele desdobrou a bengala e avançou para bater em Diego.

* * *

Catupi estava sentada no chão consultando o relógio do Kyoto — o dela não funcionava mais desde a tempestade, o dele sim, pois havia guardado em um saquinho plástico na mochila.

— Ele tá demorando demais — Ela se levantou. —, não posso mais ficar aqui parada.

Ela tomou impulso para pular, mas o rapaz a impediu quando ela começou a correr.

Kyoto a empurrou até a parede e com seus braços a cercou.
Catupi arregalou levemente os olhos de surpresa, depois suspirou e seus olhos relaxaram, tornando a fitar o rapaz de cima a baixo.

— Impressionante — disse ainda ofegante, com um sorriso ladino no rosto.

— Preciso que fique aqui! — exclamou Kyoto com firmeza. 

— Tá, já chega dessa palhaçada. 

Ela ergueu o braço, porém ele agarrou seu pulso, prendendo-o também contra a parede.
Catupi tentou se soltar, mas seu esforço era inútil diante das mãos largas do rapaz pressionando seu pulso com firmeza. Talvez estivesse enfraquecida pela surpresa dele ter tanta força, o que era engraçado, porque essa era uma questão que ela costumava ter ao seu favor em lutas.

— Desde quando você é forte?

— Catu, aquele cara tentou te matar!

— Não pode tomar decisões por mim! — ela exclamou, se aproximando e tornou a olhar cada canto do rosto dele. — Por favor, não me obriga a te machucar.

— Peço o mesmo a ti.

Ela cerrou os dentes e bateu sua testa no nariz dele, fazendo Kyoto se afastar.

Em seguida, Catupi mirou um soco, mas ele desviou, agarrou-a pela cintura e a deitou no chão.

A garota avançou com agilidade, tentando desequilibrar o garoto com sua força e destreza. Ele, por sua vez, usou sua técnica e agilidade para resistir aos seus ataques, cada movimento calculado para não ferir, mas para neutralizar.

Era uma verdadeira luta de jiu-jitsu, onde os corpos se entrelaçavam em um jogo de estratégia e resistência.
Kyoto, que tinha um nariz sangrento à mostra, agora estava por cima de Catupi. Mas a ela enrolou suas pernas na barriga dele e assim conseguiu aplicar um golpe final.

E, com isso, Catupi pulou até a extremidade do abismo.

* * *

Safra desarmou Diego, agora no chão. O inimigo bateu nele com a bengala, o fazendo sangrar ainda mais.

Intrépida: a relíquia do inventorOnde histórias criam vida. Descubra agora