Prefixo de verão e amor

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Meus encantos iam muito além da beleza incontestável da capital baiana, isso é fato. Talvez fosse pelo meu guia turístico, pela família tão amável que ele tinha ou pelas belezas que iam muito além do visual.

Bahia realmente é um sentimento, e que bom que eu estava viva pra poder sentir tudo isso ao lado dele. Não teria a menor graça se não fosse com ele.

Boiola mil vezes, eu sei. Mas é inevitável não ficar de 4 por esse homem e por todas as suas belezas, suas grandezas, sua sabedoria, seu amor.

— Terminou de se arrumar, amor? — a voz do meu Nero se fez presente na porta do banheiro, pela trigésima vez naquele curto período de tempo.

Pô, homem não sabe que as mulheres possuem todo um ritual pra se arrumar para sair? Que coisa!

— Tô pronta já, peste. Meu Deus! Parece que tá com formiga na bunda.

A roupa escolhida para aquela ocasião nada mais era do que um dos meus minúsculos biquínis, que passavam quase o ano tofo guardado dentro do armário. Mal de se morar em um lugar sem praias e mal de não fazer amizade com quem tem piscina em casa.

Uma canga branca que eu amarrei na cintura como se fosse uma saia e um chinelinho de palha que mãe tinha arrumado pra mim sabe Deus de onde, mas tinha surgido na minha mala sem que eu me desse conta.

— Nossa... Tá gostosa demais! — ouvi sua voz besta, bestinha, assim que saí do banheiro. — Pensando seriamente em desistir de sair daqui pra dar um jeito em tu agora mesmo.

Perdição dos infernos esse homem, sedento assim, cheio de vontade e das maldades.

— Vai desistir de nada não, trem. Ocê me prometeu mostrar as belezas da Bahia e a sua beleza eu já tô cansada de ver. — brinquei, apertando suas bochechas na minha mão e deixando um selinho na sua boca. — A noite eu deixo cê me aproveitar todinha com marca de biquíni e tudo que tem direito, meu bem. — a última frase saiu sussurrada dentro da sua boca, baixo para que só ele ouvisse.

Devia estar escrito em algum lugar que é pecado cometer essas saliências dentro da casa dos sogros que eu havia acabado de conhecer, mas como evitar? Sou fraca demais pra dizer não pra esse homem.

Tem base não, sou nem doida de tentar.

— Hum... — ele se afastou um pouco, apenas o suficiente pra passar o olhar por todo o meu corpo sem nenhum pudor ou vergonha naquela cara bonita. — Tu sabe que eu sou muito bom cobrando dívida, né?

— Ô se sei... — respondi rindo, deixando mais um beijo rápido na sua boca.

— Esse biquíni te deixou com o peito maior, tu quer acabar com a minha sanidade mesmo, né? Como é que eu vou me comportar te vendo assim e ainda tem que te dividir com mais um bando de marmanjo? — ele resmungou, balançando a cabeça em negativa.

— Pensa que só você que vai poder se deliciar com eles depois, querido.

Em um descuido meu, Alexandre desceu sua boca até meu seio, deixando uma mordidinha que teria sido deliciosa em outro momento. Mas hoje, há apenas alguns dias da minha menstruação descer, me incomodou um pouquinho.

— Aí, bruto! Precisa morder forte assim, pô? — dei um tapa no seu braço, tirando-o de perto de mim. — Bora pra praia logo antes que o Sol fique ainda mais forte, vai.

— Nossa, mas eu nem encostei em você direito, chata!

Sua feição era como se eu, uma mera bruxa, tivesse tirado doce da mão de criança. Pobrezinho!

Descemos até a sala da casa para nos despedirmos do restante dos Neros, que permaneciam aglomerados naquele cômodo conversando sobre mil assuntos ao mesmo tempo.

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