Baía de Todos os Santos

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Eu devia estar bem doida, doidinha da cabeça pra ter decidido de última hora partir pra Bahia com meu querido namorado. Mas como é que eu ia sobreviver 15 dias sem ele?

E pior!!! Deixar um homem gostoso desses soltinho na Bahia? Sou doida, mas nem tanto.

Fiz minha mãe agir feito doida comigo, arrumando uma mala para uma viagem de 15 dias faltando poucas horas para o vôo sair. Alexandre sequer imaginava a loucura que eu estava prestes a fazer.

Num é que dizem por aí que o amor nos faz cometer loucuras? Tô vendo mesmo.

— Me avisa assim que chegar, viu? Não deixa sua mãe preocupada c'ocê não, fia. — dei um último beijo na coroa, já entrando no carro no maior desespero.

Pior do que ter pagado o olho da cara em uma passagem de última hora, seria perder o maldito voo e ter que gastar ainda mais dinheiro, sem contar o estresso.

E também, a verdade é que eu queria chegar na Bahia juntin do meu baiano. Coladinho de tudo, só isso.

Sorte a minha que o táxista entendeu o meu atraso sem eu precisar falar muito, acelerando o carro até mais do que deveria ser permitido naquelas avenidas. Ainda bem que a multa iria pra ele, não pra mim.

— Muito obrigada, viu? Bom trabalho pro senhor.

Peguei as malas do porta-malas do carro e saí voando pra dentro do aeroporto de Confins, olhando de tempo em tempo no meu relógio de pulso.

Faltava pouco mais de uma hora para o voo, mas era tempo o suficiente pra se atrasar se o destino não estivesse do meu lado. E olha que eu posso ser bem azarada de vez em sempre.

Sorte minha foi ter ouvido minha mãe e feito caber toda a minha vida em uma bagagem de mão minúscula, mas que acabou facilitando os processos pra mim.

Depois de passar pela segurança do aeroporto e me direcionar até o portão de embarque referente ao nosso voo, comecei a procurá-lo com o olhar em todo canto daquele aeroporto.

Né possível que é tão difícil assim achar aquela desgraça de homem dentro desse lugar.

Mas olhar de mulher apaixonada é uma coisa de doido mesmo, pois bastou eu visualizar de longe os cabelos castanhos que eu tanto gosto de enfiar meus dedos, que um imã nos conectou e o seu olhar virou na minha direção.

Meio sem explicação esse tipo de coisa, que acontece como obra do destino.

Nós dois nos tornamos dois românticos incuráveis, e tomara Deus que não tivesse cura mesmo.

Trem bão demais da conta.

— Oi. — murmurei sem som, ainda meio longe dele.

Um sorriso tão lindo e sincero nasceu no seu rosto assim que seu olhar pousou na mala que eu tinha em mãos, se dando conta do que eu estava fazendo ali naquele momento.

É o amooooor, mesmo!

— Que é isso que tu tá aprontando, nega? — perguntou todo besta das ideias, quando me aproximei de mala e cuia.

— Cê achou messsssmo que eu ia te deixar soltinho que nem arroz na Bahia, meu bem? — brinquei, passando meus braços em volta do seu pescoço e deixando minha mala a Deus dará. — Surpresa! — murmurei, juntando nossas bocas em um selinho bem casto, como o lugar pedia.

Alexandre parecia ainda meio abobado, meio sem acreditar no que seus olhos viam. Como se fosse uma grande coisa eu ter tirado 15 dias de folga pra ficar com ele...

É, talvez fosse mesmo.

— Nossa, amor. Tô até meio zonzo, não acredito que tu tá aqui. — respondeu finalmente, puxando minha mala junto da sua na sala de embarque. — Por que não me falou que vinha?

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