O beijo de Vênus

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Que festinha dos infernos. Que morena dos infernos. Acabou com minha raça e com meu dia, bem da faceira.



Depois de ter rodado com um tapa na cara de um beijo que nem fui eu que roubei, a marrenta saiu de lá de dentro me deixando ruim do juízo e fraco das pernas. E com um problema no meio das pernas que tive que esperar uns bons minutinhos pra passar de vez.


Eu fazia o cálculo de que ela era boa, mas não imaginei que fosse tanto, e pior: não imaginei que nosso encaixe pudesse ser bom daquele jeito. Pra começar que depois da gafe de derramar cerveja nela, ela me deixou todo errado quando ficou só de biquíni na festa, me subindo os piores instintos que um homem pode ter. Táporra... o que tinha de maluca, tinha de gostosa, viu?


Ali a festa tinha só começado, e a gente já tava daquele jeito. Aô, Minas Gerais do meu agrado. Suas mulheres porretas e suas cachaças limpas são fantásticas.


Comi a corda de Paolla, a professora de física da escola, porque a outra tinha me deixado encabulado com o compromisso de namorado, mas minha nossa... a gente não tinha nada em comum. Dar em cima de Paolla era o equivalente de ser um peixe tentando subir numa árvore, e pior que ela tinha caído, viu?


Só que depois daquele beijo... eu fiquei totalmente perturbado das ideias e queria saber de tudo, menos de Paolla. Passei a tarde toda provocando ela com Paolla, mas quando vi que quem tava se encrencando ali era eu... fiz o que podia e não podia pra afastar a mulher de mim.


Acho que ela acabou perdendo a paciência com o meu joguinho de puxar ela pra dançar e depois ignorar como se nada tivesse acontecido, e daí... foi pra casa antes mesmo das 18h. Graças!


Me juntei aos outros mineiros depois da saída dela, mas a cabeça não divagava. Eu sou simpático, fiz amizade com geral, mas não era meu dia... Minha cabeça tava areada naquele balcão e naquela pegada arrancada que ela tinha. Precisava aliviar aqueles pensamentos.


Deu algum momento da noite e eu decidi que precisava dar um basta daquela galera e pensar um pouco na vida. Sai de onde estavam todos, e decidi dar um mergulho na hidromassagem que ficava ao lado da piscina, com uma long neck me acompanhando. Era o que eu precisava antes de me mandar pra casa: SOBRIEDADE.


Lá fora estava um breu, ressalvado pela luz da churrasqueira, que era nada comparada ao dia iluminado que havia feito naquele sábadão de sol. Mas como a paz de um homem íntegro como eu é que nem notícia boa benefício que dura pouco e alegra muito, a minha paz foi ceifada com 2 segundos.


Ou melhor, com uma silhueta inapagável.


Eu e você precisamos conversar, Alexandre. – parecia bem da determinada, ainda de longe.


— Venha, ué. – disse, muito bem acomodado naquela hidromassagem.


— Não é muito apropriado. — disse, observando o espaço.


— Ah, tu quer falar dos bons modos e coisas apropriadas... Tá certo. – revirei os olhos e olhei pra ela cheio de sarcasmo. Não dá pra nadar contra a maré. Ela mesma desistiu de tentar, e cedeu.


Arrancou a roupa de baixo e minha nossa senhora, que loucura de mulher. Deus tende misericórdia, mas aquele biquíni branco plenas 9 da noite de um fim de cana me deixou sóbrio, bom todo. Um quadril largo que era uma miséria, uma barriga miserável, um par de pernas que era uma maravilha.


Desligou a luz da área da churrasqueira, e deixou com que a luz lunar trabalhasse por nós dois. Era melhor até, porque ninguém ia desconfiar que tinha gente por ali, e muito menos... que estávamos nós dois tendo um papo sério sobre coisas sérias.


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