Lei de Murphy: Princípios, Aplicações e Caso Prático.

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Se tem uma coisa a qual eu ainda não me adaptei, é a máxima de que nada está tão ruim ao ponto que não possa piorar.


É tudo jogos e diversão, alegria e tesão até que se corte pela raiz a felicidade, a ponto que não se esboce uma fagulha que seja de calmaria e alegria: exatamente assim que eu me senti com o flagra de novela mexicana patrocinado por Paolla.


Mas pior que isso, só a pseudobriga que eu pensei que ia ter que apartar das duas professoras contra a moral e os bons costumes. Eu me sentia jogado em meio a uma arena de duelo, sangue para todos os cantos, e uma torcida fervorosa acompanhando.


Apesar de situar Paolla no lugar dela, coisa na qual ela não parecia aceitar muito bem, ela não me pareceu 2 reais convencida na veracidade e intensidade do nosso relacionamento, no nosso namoro.


E isso acabou mal. Tava na cara que ia acabar mal. Acabou numa cena de pré-escola horrível, que resultou em uma prisão sem fundamento, totalmente juvenil, promovida pela mulher mais madura de belurizontz, vulgo minha mulher, numa metodologia científica nada comprovada e muito menos eficaz.


— Que porra tu tá fazendo, Giovanna? — disse, batendo na porta da sala de história com raiva.


Ela está louca. Giovanna está louca.


— Eu vou dar um jeito de tirar a Antônia daqui por hoje e ocê tenta convencer essa doida a não falar nada pra ninguém até eu voltar. — Mas isso não era possível...


— Ei, eu tô ouvindo! — Paolla, toda revoltada, tomou minha frente para discutir com ela.


— Tu só pode estar de brincadeira, Giovanna. — Eu continuei ali, com a testa grudada na porta, e uma das mãos na maçaneta.


— É por esse tipo de maluca que você me trocou?


— Pra ter uma troca, deve ter pelo menos uma escolha, Paolla. — disse, cerrando os olhos, 100% sarcástico. Talvez, pesado até demais, a julgar a pose que ela tinha feito.


— Pra cima de mim esse discurso de cão arrependido? Cê sabe que não cola, Zé. O que cê fez, cê fez de caso pensado. — ela não deixou de mentir, embora com um exagero do seu ponto de vista passional.


Não, ninguém apontou uma arma na minha cabeça e me fez ir pra cama com Paolla. Mas minha interação com ela foi meramente e totalmente pra tentar esquecer aquela cena da Jacuzzi com Giovanna que honestamente... eu vou morrer e não esqueço.


Vão se passar os anos, as coisas, as memórias e lembranças, e aquele feito ainda vai ser o mais memorável da nossa vida. Ela ia ter que rebolar e muito, mas muito mesmo pra me aprontar outra imprudência gostosa daquelas.


Voltando, acho que voei. O importante aqui nesse momento, caro leitor, é que você saiba que acima de todas as coisas, que eu estou sendo testado. Duramente testado a todo momento, a todo instante, a toda situação. Mas sigo forte no que Giovanna tinha me proposto a fazer: entrar em acordo com o inimigo.


— Paolla, preciso que cê preste atenção no que eu vou te falar agora. Olhe, me perdoe assim, de verdade mesmo, se eu te dei ideias demais naquela saída que tivemos. Mas...


— Mas? Ainda tem um mas? — o tom de indignação era fino e os seus olhos se esbugalhavam. Uma mulher bonita daquela se prestando a esse papelão por um cabra que já era muito bem comprometido que nem eu, era de fazer dó.


— Tem, com certeza tem, vei. — disse, tentando não me exaltar. — Aquilo... não foi nada além daquele momento.


— Não foi isso que pareceu. Você tava lá e cê sabe bem do que eu tô falando, Nero. — maldito homem passional.


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