S/n pov
Acordei cedo, antes mesmo do sol nascer. Não consegui dormir direito no sofá, a cabeça cheia de pensamentos sobre a noite anterior. As palavras do meu pai ainda ecoavam em mim, e, enquanto me levantava silenciosamente, decidi que precisava voltar à minha rotina de corridas. Talvez um pouco de ar fresco ajudasse a clarear minha mente e me dar forças para enfrentar o dia.
Coloquei meus tênis de corrida, a calça esportiva e saí, fechando a porta com cuidado para não acordar Camila. A cidade ainda estava tranquila, e o ritmo das minhas passadas me acalmava, colocando os pensamentos em ordem. Mas, por mais que tentasse focar apenas na corrida, tudo o que eu conseguia pensar era em como consertar as coisas entre nós. Cada quilômetro que passava parecia uma forma de me preparar para o que vinha depois.
Quando voltei para casa, suada e um pouco cansada, o silêncio ainda reinava. Entrei na sala, esperando que Camila estivesse dormindo, mas, para minha surpresa, ouvi um choro baixo vindo do quarto. Meu coração apertou.
Caminhei até lá e encontrei Camila sentada na cama, as mãos cobrindo o rosto, os ombros sacudindo enquanto as lágrimas caíam. Ela não me ouviu entrar, e ver ela daquele jeito me destruiu por dentro. Devia ter ficado ali, perto dela, como meu pai sugeriu. Devia ter dado o suporte que ela precisava.
— Camila? — Chamei suavemente, indo até ela.
Ela ergueu o rosto, os olhos inchados de tanto chorar. Quando me viu, soltou um soluço e desviou o olhar.
— O que aconteceu? Por que você tá chorando assim? — Perguntei, sentando-me ao seu lado na cama, sem saber se devia abraçá-la ou dar espaço.
Ela suspirou, ainda evitando meus olhos, e respondeu com a voz fraca:
— Eu... eu me sinto sozinha, S/n. Sinto que você não me ama mais. Você foi embora cedo, não me disse nada. Parece que... parece que eu só te atrapalho. — As palavras saíam carregadas de dor.
Senti um aperto no peito. Essa não era a primeira vez que ela expressava esse medo, mas ouvi-la falar assim me quebrou de um jeito diferente dessa vez.
— Camila... — Coloquei minha mão sobre a dela, mas ela se afastou um pouco, o que doeu mais do que eu esperava. — Eu nunca deixei de te amar. Nunca. Eu saí para correr porque... — Eu respirei fundo, tentando não parecer defensiva. — Eu só precisava pensar um pouco. Eu queria voltar para você mais calma, mais centrada, pra gente poder resolver as coisas com a cabeça fria.
Ela olhou para mim, ainda desconfiada, as lágrimas caindo silenciosamente.
— Mas parece que você tá sempre fugindo... — Sussurrou.
Essa frase me atingiu como um soco no estômago. Eu nunca quis que ela se sentisse assim, e, ainda assim, minhas ações a estavam machucando sem eu perceber.
— Eu não estou fugindo, mi vida. Eu tô aqui, agora, com você. — Paguei seu rosto entre minhas mãos, limpando suas lágrimas com os polegares. — E vou ficar. Eu tô com você nessa. Não importa o quanto seja difícil ou o quanto a gente brigue... meu lugar é ao seu lado.
Camila me olhou nos olhos, procurando algum sinal de dúvida, mas eu sabia que ela veria a verdade ali. Tudo o que eu queria era fazer ela se sentir amada e segura, mesmo quando eu mesma me sentia perdida às vezes.
— Me perdoa por te fazer sentir assim, tá? — Completei, a voz suave, cheia de sinceridade.
Ela respirou fundo, ainda visivelmente abalada, mas assentiu devagar. Me aproximei mais e a puxei para meus braços, sentindo o corpo dela relaxar contra o meu. Ficamos assim, em silêncio, por um tempo, apenas sentindo o calor uma da outra, enquanto eu acariciava seus cabelos e ela se acalmava aos poucos.
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brazilian seasoning - Camila/you
Fanfiction- Você fala parecendo que vou me apaixonar perdidamente por ela. - Falei impaciente com minha irmã - Só tome cuidado, não quero que se machuque. - Ela deixou um beijo no meu rosto e saiu. Tudo isso porque achei a arquiteta bonita. Venham conhecer...