Capítulo 34

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S/n Pov

Depois de um café da manhã delicioso e das nossas conversas matinais, me despedi de Camila com um beijo suave, prometendo que nos veríamos mais tarde. Entrei no carro, ainda com o sorriso bobo no rosto, e pedi a Jordan que me levasse para casa. Precisava trocar de roupa antes de seguir para o restaurante.

Quando entrei em casa, a atmosfera estava diferente. Havia um silêncio que eu não esperava, e quando passei pela sala, encontrei Elisa sentada no sofá, com um olhar distante. Suas mãos estavam entrelaçadas no colo, e seu rosto mostrava uma expressão que eu não conseguia decifrar de imediato.

— Elisa? — Chamei, me aproximando devagar. — Você está bem?

Ela demorou um segundo para perceber que eu estava ali, mas quando seus olhos se encontraram com os meus, vi algo que não estava acostumada a ver na minha irmã: vulnerabilidade. O que quer que estivesse acontecendo, era sério.

Ela abriu a boca para falar, mas pareceu mudar de ideia, desviando o olhar e mordendo o lábio inferior, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas. Sentei-me ao seu lado, colocando uma mão no seu ombro, tentando transmitir a segurança que ela precisava.

— Você sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe? — Falei com suavidade, mas com firmeza suficiente para que ela sentisse que eu estava ali para ela, sem julgamentos, sem pressões.

Elisa respirou fundo, os olhos ainda evitavam os meus. Ela parecia estar travando uma batalha interna, mas, finalmente, como se as palavras tivessem se tornado impossíveis de segurar, ela revelou:

— Eu... estou grávida.

Fiquei em silêncio por um momento, digerindo a informação. Era uma notícia inesperada, e a expressão no rosto de Elisa deixava claro que ela também não estava preparada para isso. De todas as possibilidades, essa era a última coisa que eu esperava ouvir naquele momento.

— Elisa... — Comecei, mas minha voz falhou por um segundo. Passei a mão pelo meu cabelo, tentando reunir meus pensamentos. — Você tem certeza?

Ela pegou o teste que estava na mesinha ao lado do sofá e me entregou.

— Como você está se sentindo? — Perguntei olhando o teste que mostrava dois tracinho.

Ela olhou para mim, os olhos marejados, e aquilo quebrou meu coração.

— Eu não sei, S/n. Eu realmente não sei. Não estava nos meus planos, não assim... E eu... eu não sei o que fazer.

Minha irmã estava assustada, confusa, e isso me fez perceber o quanto ela precisava de mim naquele momento. Eu me inclinei para frente, puxando-a para um abraço.

— Ei, vamos passar por isso juntas, ok? Você não precisa tomar nenhuma decisão agora. Vamos descobrir o que é melhor para você, sem pressa.

Ela se aconchegou no meu abraço, deixando escapar um suspiro que parecia carregar todo o peso do mundo. Fiquei ali, segurando-a, deixando-a saber que eu estava ali, que não importava o que acontecesse, ela não estaria sozinha.

— A gente vai encontrar um jeito. — Sussurrei, mais para confortá-la do que qualquer outra coisa, embora eu realmente acreditasse nisso. Não importava o que viesse a seguir, estaríamos juntas, como sempre.

Depois de um tempo, ela se afastou, enxugando os olhos com o dorso da mão.

— Obrigada, S/n. Eu só... Eu precisava falar isso para alguém, e não sabia como.

— Você fez a coisa certa, Elisa. E não precisa agradecer. Você é minha irmã, sempre estarei aqui por você.

Ela me ofereceu um sorriso trêmulo, e naquele momento, percebi que, apesar de tudo, talvez isso fosse o que ela mais precisava: saber que, independentemente de qualquer coisa, ela tinha uma rede de apoio.

brazilian seasoning - Camila/you Onde histórias criam vida. Descubra agora