Um Buraco

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Gregori

Mareena nos materializou as margens do riacho onde eu e Matteo havíamos encontrado o terno de Élio no dia anterior. O local estava silencioso. Os únicos sons que nossos ouvidos eram capazes de captar, era o som do riacho, da brisa suave que embalava as copas das árvores em uma dança lenta, e de alguns pássaros que cantavam despreocupadamente.

O sol brilhava timidamente, haviam poucas nuvens no céu que tinha seu tom azulado. Se existia alguma coisa que eu não me recordava de já ter visto alguma vez, era o céu de Avonlea totalmente limpo e com uma coloração azul intensa.

Atravessamos o riacho pulando sobre as pedras que quase faziam um caminho perfeito até a outra margem. Era como se elas tivessem sido dispostas intencionalmente para servirem de ponte.

Ao chegar do outro lado, nos reunirmos ao redor do local onde eu e Matteo havíamos estado no dia anterior. Meu amigo olhava para o chão com um olhar perdido. Depois de alguns minutos de silêncio, ele ergueu seu olhar para nós e disse:

- Foi aqui que encontramos o terninho!

- Vocês acham que existe alguma possibilidade de Élio estar perdido pelas montanhas? - Gabe questionou enquanto ajeitava seus óculos sobre o nariz com o auxílio do dedo indicador.

- Pra ser sincero, eu não sei de mais nada. As coisas estão ficando cada vez mais confusas. – Respondi sinceramente. Eu, de fato, me sentia perdido.

- Eu também, por mais que tente achar alguma explicação para tudo que está acontecendo, só me deparo com mais questionamentos! - Agora era Rafael quem se manifestava.

- Não podemos perder as esperanças, pessoal... - Mare que estava um pouco mais afastada começou a falar. - Eu sei que a desesperança insiste em nós rodear. Mas temos que ter em mente, que o futuro do mundo depende de nós. Nós temos que fazer o possível e também o impossível para dar um fim nesse inferno que se tornou nossas vidas de uma vez por todas!

- Ela tem razão! - Uma voz muito familiar surgiu de repente de trás das árvores.

Voltamos nossos olhares para a direção em que a voz havia surgido. Nos deparamos com Sandy e Renan saindo de trás de um tronco grosso de um enorme pinheiro.

- E aí, pessoal!? - Renan ergueu a mão direita no ar enquanto esboçava um sorriso simpático.

- Achei que não fossem aparecer! - Dei um sorriso retribuindo ao cumprimento.

- Como não?! Se nossos amigos nos chamam, estamos prontos para qualquer coisa! - Indagou Sandy.

- É que tem estado cada vez mais perigoso andar por aí, como vocês estavam sozinhos na casa do seu namorado, pensei que não gostariam de se arriscar a vir até aqui. - Matteo explicou calmamente.

- Que isso, cara! Assim você até ofende! Nunca deixaríamos de ajudar nossos amigos por medo! - Renan foi objetivo.

- Valeu! - Agradeceu Matt.

- E então? O que fazemos agora?! - Sandy perguntou olhando para Mare

- Vamos vasculhar as montanhas! Se foi por aqui que encontraram a única pista, talvez tenhamos mais sorte desse lado do riacho! - Explicou Mare apontando para o cume.

- E vamos nos separar por equipes ou algo assim? Perguntei.

- De jeito nenhum! - Mare disse indignada.

- Como não? - Questionou Renan confuso. - Separados conseguimos cobrir uma área maior em menos tempo!

- Nem pensar! Separados também temos mais chances de ser atacados e mortos! - Teimou Mare

O Híbrido: Despertar do Híbrido {Livro 2}Onde histórias criam vida. Descubra agora