O Híbrido: Despertar do Híbrido {Livro 2}

Unidos Outra Vez

Élio

Uma semana depois

As coisas estavam começando lentamente a voltar a sua rotina normal. O estrago causado pelo grande confronto final com Lucius foram devastadores, algumas coisas estavam sendo mais fáceis de se resolver do que outras.

Chegamos a conclusão de que as vidas de todos deviam retomar seus devidos rumos. Era difícil voltar a ter uma vida "normal" depois de tudo que aconteceu, mas precisávamos tentar... O mundo precisava voltar a "girar".

Diretora Ofélia convocou uma reunião no grande salão para nos colocar cientes de tudo que havia sido resolvido, e também sobre tudo que ainda precisava de uma solução:

- Bom dia meus queridos. - A mor cumprimentou a multidão. Ao lado dela, estavam Magnos e Jason e os líderes dos outros Clãs. - É com imenso prazer que me dirijo a vocês hoje. Passamos por momentos conturbados e sombrios, mas no fim, saímos vitoriosos. Sei que tivemos muitas perdas irreparáveis, mas também ganhamos uma nova chance para tentarmos ser criaturas ainda melhores. Precisamos retornar as nossas rotinas e não precisamos mais viver com medo, pois enfim, nosso inimigo foi derrotado.

Aplausos ecoaram por todo o ambiente. Minha mãe, que estava de pé ao meu lado, estava sorridente. Eu sabia que ela estava otimista. Todos os meus amigos estavam ali próximos. Matteo estava próximo de Rafael, eu ainda não havia conseguido perdoá-lo totalmente por tentar me esconder tudo que havia acontecido comigo.

Minha mãe ficou bastante chocada e demorou bastante para aceitar meu novo eu. Eu havia iniciado meus treinamentos com uma simpática senhora chamada Eva, ela estava me ensinando a usar magia. Já Magnos e Gregori, sempre que podiam estavam me ajudando a controlar meu apetite por sangue. No início foi bastante difícil, mas eu já conseguia me virar bem com minha nova alimentação.

Eu acabei conhecendo pessoas novas, fiquei bastante feliz em saber que o Ministério havia voltado atrás, e revisto àquela lei que proibia os licantropos de viverem ou sequer passarem por Avonlea. Aquilo havia sido um grande passo... Os seres mágicos precisavam se unir, e eu sempre senti que os licantropos eram boas pessoas, agora eu entendia o por que daquele meu sexto sentido quanto a eles.

Enquanto a feiticeira-mor discursava lá na frente, minha mãe me cutucou com seu cotovelo e falou:

- Meu filho... Você não vai conversar com Matteo a respeito do que aconteceu? Ele está triste por conta do seu distanciamento.

- Eu não sei, mãe... - Suspirei. - Ainda não me sinto preparado pra isso. Matteo deveria ter me contado a verdade, ele é meu namorado... Mas quem acabou me abrindo todo o jogo sobre tudo o que aconteceu foi o Gregori.

- Eu sei, Élio... - Ela cochichava. - Mas eu já te disse que fomos eu e Mareena quem pedimos pra ele não contar nada naquela ocosião? Você havia acabado de acordar, estava confuso... Não seria uma boa já despejar aquele tanto de coisa em cima de você! Pra mim já estava sendo difícil digerir aquilo tudo a princípio, imagine pra você?

- Eu teria o contado... Não guardaria segredos dele. - Teimei

- Mas você precisa entender que nós só queremos o seu bem...

- Mãe... Não vamos falar mais disso, okay? Quando eu estiver preparado eu vou falar com ele. - Olhei para Matteo e notei que ele me encarava. Quando percebeu que eu estava o olhando, ele imediatamente disfarçou.

Na frente da multidão, ali reunida, a feiticeira-mor continuava a falar com toda a sua imponência:

- Amanhã as aulas no principal colégio da cidade recomeçarão. Aconselho que todos os estudantes aqui presentes, retomem a sua rotina de estudos, já perderam muito tempo e logo o ano irá acabar... Eu como Diretora do colégio, já deixei tudo preparado para a volta às aulas. Foi difícil completar o corpo docente, já que alguns dos nossos mais antigos professores desapareceram. Mas não foi impossível! Agora faremos o possível para retornar as nossas atividades normais... Quanto aos que tiverem condições de voltar para suas causas, peço que assim o façam. Não vejo mais sentido em mantê-los aqui. E também quero dizê-los que, felizmente os humanos não fazem qualquer idéia do que aconteceu. Para eles, todos os transtornos, mortes e desaparecimentos foram causados por uma catastrofre natural de escala global. A energia aos poucos está sendo restabelecida, mas infelizmente a comunicação segue ausente, afinal, não será tão rápido e simples colocar satélites em órbita novamente.