O Híbrido: Despertar do Híbrido {Livro 2}

Nós Dois

Alec

Um vento moderadamente frio entrou em contato com meu corpo totalmente nu. Sentir aquele ar gélido, fez com que eu despertasse por completo.

Ao abrir meus olhos lentamente, percebi que eu não estava em meu quarto. As lembranças da noite anterior começaram borbulhar em minha memória. Me lembrei onde eu estava.

Um certo receio começou a tomar conta de mim, minha garganta parecia ter começado a se fechar, minha respiração ficou pesada... Era óbvio o tamanho da insegurança que eu estava sentindo a respeito do que havia acontecido entre eu e Magnos. Naquele instante, eu já não sabia se tinha tomado a decisão certa cedendo aos desejos da carne. Eu tinha medo da reação posterior do homem deitado ao meu lado...

Depois de alguns minutos imerso em meus pensamentos sufocantes de dúvida, criei coragem para me virar para o outro lado. Fiz os movimentos mais discretos possíveis na intenção de não acordar Magnos.

Para minha total surpresa, quando encarei o mesmo, ele já estava de olhos bem abertos sem desviar o olhar de mim. Com o susto, eu meio que recuei imediatamente fazendo uma leve careta.

- O que foi?! - Ele perguntou sem piscar.

- Eu... Eu... Achei que... Você ainda estivesse dormindo. - Respondi gaguejando. Em seguida me levantei bruscamente e sentei na cama, apanhando meu roupão que se encontrava jogado no chão.

- Onde você vai?

- Voltar pro meu alojamento! - Eu estava totalmente desconcertado, não conseguia nem olhar Magnos.

- Mas por quê? Eu fiz alguma coisa errada? - O tom de insegurança era notável na voz do rapaz. - Não me surpreenderia, já que vivo fazendo e falando merda!

- Não... Não é isso... - Eu continuava a gaguejar.- Que péssima hora.

- Então o que foi?

Depois de me cobrir parcialmente com o roupão, parei de me mexer. Eu olhava apara o chão do quarto tentando pensar em uma forma de conversar com Magnos sem sentir tanta vergonha. Uns minutos de silêncio se passaram, eu respirei fundo e comecei a falar, tentando ao máximo possível não tropeçar nas minhas palavras:

- É que eu não sei se fiz o certo... Deixei o momento me levar... Agora estou apreensivo, pois não sei se era realmente isso que você queria.

O silêncio voltou a predominar no ambiente... Eu continuava sentado na beirada da cama olhando o chão. Eu realmente estava com muito medo de Magnos ter levado nossa noite anterior apenas como algo casual. Os risos dele fizeram eu emergir de meus pensamentos. Eu não estava acreditando naquela situação.

Foi só depois de ouvir as gargalhadas histéricas dele que tomei coragem para olhá-lo diretamente. Quando o vi, ele estava quase que se debatendo de tanto rir. Lágrimas começaram a escorrer pelas laterais do seu rosto, eu não estava entendendo o motivo de tanta graça.

- Tá rindo de quê?! - Perguntei totalmente cético.

Magnos continuava a rir descontroladamente. Aquilo já estava começando a me deixar ainda mais sem graça. Eu franzi o cenho, o encarando totalmente descrente e disse:

- Quer saber...? Eu já vou indo! - Comecei a me levantar.

Ainda rindo, porém com menos intensidade, Magnos impediu que eu saísse da cama me abraçando por trás. Um arrepio me subiu pela espinha devido aquela atitude que me pegou de surpresa.

- Não vai não... Fica? - Ele pediu enquanto eu notava sua crise de riso cessar.

- Qual o motivo de tanta graça? O que eu disse que pra você é tão engraçado?