Mareena
A tempestade lá fora permanecia do mesmo jeito. Os níveis de água nos lugares da cidade pareciam estar aumentando cada vez mais. A situação já estava se tornando horrível! Eu imaginava que, algumas construções mais baixas na cidade já deviam estar alagadas. Sem poder sair, devido ao grande volume de chuva, era difícil ter certeza.
Eu estava sentada em uma das banquetas que ficavam em volta da ilha de porcelanato cinza, localizada na cozinha. Sobre a mesma próximo a mim, estavam um livro, uma vela, que eu utilizava para a leitura; e meu celular, que agora só servia para eu ter noção das horas. Já se aproximava da meia noite, concluí assim que acendi o visor do mesmo para me certificar.
O livro que eu estava lendo, não me parecia trazer algum conteúdo que pudesse nos ajudar a enfrentar o perigo que se aproximava. Sim... Eu continuava pesquisando por respostas, por alguma coisa que pudesse ajudar a mim e a meus amigos a deter a fúria da profecia.
Eu temia que já estivéssemos sem tempo. Aquele temporal apavorante, com certeza havia sido enviado para nos dar sinais de que a hora do fim já estava próxima. Eu estava começando a me desestabilizar emocionalmente.
Ouvi passos... Claramente eram passos de alguém usando salto alto pisando no assoalho. O som se aproximava cada vez mais. Quando virei- me para olhar, a feiticeira-mor estava entrando na cozinha. Ela usava uma camisola de seda preta seus cabelos brancos estavam presos em um elegante coque.
- Ainda acordada, Mareena? - Perguntou ela assim que se aproximou.
- É difícil dormir com todo esse barulho da tempestade... E também, com tantos problemas em mente. - Respondi calmamente.
Diretora Ofélia deu a volta na bancada e foi até um dos refrigeradores que ainda permaneciam desligados... A sorte era que o freezer ainda continha gelo. Minha maior preocupação era, que quando o gelo derretesse, o sangue estocado estragaria... Assim como as comidas congeladas.
A velha feiticeira apanhou um copo e uma garrafa d'água e veio se juntar a mim. Ela se sentou em uma das banquetas, e em seguida encheu o copo com água Resolvi compartilhar meus pensamentos com ela:
- Altíssima...
-Sim? - Ela me olhou após dar uma golada em seu copo. Em seguida o pousou sobre a bancada.
- Vi que as pessoas que a senhora enviou para buscarem mantimentos e sangue conseguiram abastecer o estoque.
- Sim... Eles desempenharam muito bem os seus papéis. - Ela deu outro gole no copo d'água
- Mas eu estou preocupada... Sem luz, o sangue e as comidas congeladas com certeza irão estragar... O que faremos?!
Novamente ouvi passos se aproximando... Dessa vez, quando me virei para olhar juntamente com a feiticeira-mor, percebemos que era um dos Licantropos que entravam na cozinha segurando uma vela. Era o rapaz que havia me chamado a atenção quando fomos apresentados, mas infelizmente o nome dele havia me fugido da mente naquele momento. Ele, um pouco sem jeito porém sorrindo, disse:
- Perdão... Eu não queria atrapalhar as damas... Não imaginava que teria alguém aqui tão tarde.
- Você é o...? Me desculpa... Esqueci o seu nome. - Perguntei apertando meus olhos... Eu tentava com todas as minhas forças recordar o nome dele.
- David. - Ele abriu um largo sorriso. - Não precisa se desculpar, só nos vimos uma vez... É normal que não se lembre do meu nome.
- Que rapaz simpático e educado! - A feiticeira-mor entrou na conversa. - Precisa de alguma coisa, meu jovem?
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O Híbrido: Despertar do Híbrido {Livro 2}
Fiksi UmumA vida é uma caixinha de surpresas, que nos vive pregando peças às vezes boas e às vezes nem tão boas... O segundo livro da Saga O Híbrido.