Resquícios de Apocalipse Part/3

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Mareena

Eu saí do alojamento onde estava hospedada com minha mãe. Saí da cama bem cedo naquela manhã, queria que de certa forma o dia rendesse ao máximo possível, tinha muitas coisas em mente para fazer, muitos problemas sem solução para tentar resolver.

Quando eu caminhava por um dos vários extensos corredores, que davam acesso à escadaria que levava até o andar térreo, vi tia Grace à distância... Confesso que já fazia um tempinho que eu não há dava a devida atenção.

Devido a todos os problemas que estávamos enfrentando, e vendo nosso tempo ficar cada vez mais curto, eu me sentia péssima por estar tão distante dela. Pois sabia que a mesma estava sofrendo profundamente por estar confinada naquele lugar sem ter qualquer notícia de seu filho.

Assim que me aproximei mais dela, pude notar sua feição. Ela parecia estar mais abatida do que nunca, seus olhos puxados, pareciam estar ainda menores devido as olheiras que pareciam se acumular cada vez mais nas suas pálpebras inferiores. Ela não demonstrava qualquer preocupação em pentear seus cabelos, que antes eram lindos, bem tratados e cheios de vida; ou vestir alguma roupa mais arrumada.

- Tia Grace?... - Me dirigi a ela um pouco hesitante. Eu não tinha qualquer palavra de conforto para dizê-la em primeiro momento.

- Ah... Oi, Mare... Como você está? - Ela me olhou com seu semblante abatido.

Olhando ainda mais de perto para o rosto de Grace, fiquei com o coração em frangalhos. Realmente a situação dela estava de dar dó. A tristeza dela parecia escapar pelos seus olhos, que demonstravam agonia, e atravessar meu peito como um punhal bem afiado.

- O que está fazendo? - Perguntei meio sem jeito.

- Estava apenas esticando as pernas, ficar enfurnada naquele alojamento está me deixando louca! E o fato de não ter qualquer notícia de meu menino, me angustia cada dia mais!

- Sinto muito por isso tudo Tia... Sei que deve estar sofrendo muito. Eu também estou muito preocupada com onde ele possa estar... - Fui sincera.

- Eu fiquei sabendo que Ofélia interrompeu as buscas, né? - Ela me encarava totalmente sem esperança.

- Foi algo inevitável de se acontecer, Grace. Lá fora se tornou muito perigoso, e até essa situação com as pessoas silenciosas ser resolvida, Diretora Ofélia não quer que ninguém se arrisque tanto. - Expliquei da melhor forma possível.

- Eu entendo... O que mais me preocupa, é se meu filho está bem, se está se alimentando... Essas preocupações tem me sufocado, tirado meu sono.

- Ele está bem... - Toquei o ombro dela com delicadeza.- Quanto a isso, você pode ter certeza. Você é a mãe dele, e eu tenho certeza que você não só sente, como também sabe o quanto seu filho é forte, apesar de parecer tão frágil e ingênuo... Ele passou por muita coisa.

- Obrigada pelas palavras, Mareena. Acho que eu precisava ouvir essas suas palavras para renovar pelo menos um pouco minhas esperanças. - Quando Tia Grace disse isso, pude notar uma lágrima silenciosa e solitária escapar de seu olho direito e rolar pelo seu rosto.

- Eu sei que vamos encontrá-lo! Ou quem sabe no final das contas não seja ele que acabe vindo até nós? Temos que alimentar todas as nossas esperanças. - Dei um sorriso amarelo para ela.

- Eu não tenho certeza... A única pista que temos dele, é o terno que foi encontrado nas margens do riacho, lembra? Tenho medo que ele estivesse fugindo de alguém ou de algo e tenha arrancado pelo caminho antes de ser pego!

- Temos que pensar positivo, Grace... Também tem aquela cratera estranha no alto da montanha, que ninguém sabe ao certo como surgiu. Segundo Matteo, aquela cratera surgiu na noite que eu despertei depois da queda de raios e luzes misteriosas... Não entendi direito o que ele falou... Mas... - Fiz uma pausa mais demorada para pensar. - Você sabe que pra eu ter voltado a ser de carne e osso, Élio teria que ter acordado antes de mim, né?

O Híbrido: Despertar do Híbrido {Livro 2}Onde histórias criam vida. Descubra agora