O Híbrido: Despertar do Híbrido {Livro 2}

Tomando Decisões Part/3

Élio

Naquela noite, eu e minha mãe enfim estávamos de volta ao nosso lar. Matteo nos acompanhava. Eu o pedi para que fosse conosco, pois ainda precisávamos conversar.

Estar de volta naquela casa, me causava uma certa sensação de nostalgia, era como se eu tivesse passado muitos anos longe dali.

Alguns objetos estavam fora do lugar, uma considerável quantidade de teias de aranhas e poeira já compunha o cenário.

Minha mãe largou a bolsa que carregava sobre o sofá, deu uma boa olhada ao redor, e em seguida falou:

- É... Esse lugar precisa de uma limpeza.

- Quer ajuda? - Perguntei. - Porque esse lugar está tão bagunçado?

- Muita coisa aconteceu enquanto você esteve fora, meu filho. - Ela respondeu. - Na noite em que Mare despertou, uma espécie de terremoto atingiu a cidade. Eu fiquei bastante assustada, por coicidência Matteo estava aqui. - Ela olhou para trás observando meu namorado que estava de pé mais próximo a entrada principal da casa.

- Não vai entrar? - Minha mãe disse o olhando, também o olhei questionando.

- Ah, sim. - Ele falou meio sem jeito enquanto fechava a porta e caminhava em nossa direção.

Eu dei um meio sorriso e voltei a encarar minha mãe. Então, mais uma vez a perguntei:

- A senhora quer ajuda para ajeitar as coisas?

- Não precisa, meu querido... Vou só dar uma rápida ajeitada, amanhã na hora que eu chegar do trabalho eu termino. Acho que ninguém está com cabeça para faxina agora, não é mesmo? - Ela deu um suspiro e em seguida cochichou para mim. - E eu acho melhor você dar atenção ao seu namorado agora... Vocês precisam conversar.

- Tá bom então. - Concordei.

- Além do mais, amanhã vocês têm aula. Precisam descansar. Faz o seguinte, só vê como estão as coisas no seu quarto e depois vão descansar. - Ela sorriu.

- Tá. - Comecei a caminhar em direção às escadas.

Assim que comecei a subir os degraus, olhei para trás. Matteo continuava parado no meio da sala de estar com as mãos nos bolsos do casaco. Imediatamente o perguntei:

- Você não vem?

- Vou. - Ele olhou para a minha mãe que sorriu para ele fazendo um discreto sinal de positivo com a cabeça.

Subimos para o andar de cima. Quando cheguei na porta do meu quarto, girei a maçaneta e a abri. Olhar o meu cantinho, o ambiente que eu tanto amava me enchia o coração de alegria. Enfim eu estava de volta.

Naquele quarto, eu passei momentos maravilhosos e inesquecíveis. Momentos especiais com Matteo, com nossos amigos... Momentos que por mais que o tempo passasse, eu jamais esqueceria... Momentos que haviam marcado minha vida para sempre.

O quarto estava um pouco desorganizado, caminhei até às janelas que davam acesso a minha parte favorita da casa: a varanda do meu quarto.

Abri as cortinas e em seguida as janelas, fui até o parapeito e me debrucei. Fiquei por alguns instantes observando a paisagem da cidade ao pé da colina, mais ao longe o mar que refletia a luz do luar daquela noite. Uma leve brisa fazia com que as árvores ao redor se movimentassem de um lado para o outro com delicadeza, produzindo um som agradável aos ouvidos.

Matteo debruçou-se ao meu lado no parapeito, também ficou com o olhar fixo naquela paisagem noturna. Ele mal tinha falado qualquer coisa desde que saímos do Ministério. Eu estava feliz de ser ele quem estava ao meu lado naquele momento tão importante para mim, o momento em que eu me sentia novamente em casa.