Capítulo 32

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Capítulo 32

Helena observou Adrian e John se afastarem, ambos imersos em uma conversa que parecia urgente. Ela deu um leve sorriso, acenando com a cabeça quando ele prometeu voltar logo. A mãe de Adrian logo saiu, dizendo que iria falar com os cozinheiros, deixando Helena praticamente sozinha na sala espaçosa. Melissa, por outro lado, levantou-se calmamente e caminhou até uma porta que dava para o jardim. Curiosa e buscando uma companhia mais agradável, Helena decidiu segui-la.

Do lado de fora, o ar fresco a envolveu, e ela ficou encantada com o ambiente. O jardim da mansão era um verdadeiro oásis de flores e plantas, tão bem cuidado que parecia uma pintura. Ao longe, a piscina refletia o céu azul, criando um ambiente sereno e convidativo. Melissa caminhava em direção à piscina, mas Helena, intrigada com a beleza do lugar, continuou explorando o jardim.

— Este lugar é incrível — disse Helena em voz alta, admirando o verde que a cercava.

Melissa olhou para trás e, pela primeira vez, esboçou um leve sorriso. Ela parecia ainda triste, mas naquele momento, parecia se sentir um pouco mais à vontade.

— É realmente lindo. Foi um dos últimos projetos que... — ela parou de falar, como se tivesse reconsiderado, e depois continuou. — Eu venho aqui sempre que quero pensar.

Helena se aproximou da piscina, tocando de leve a superfície da água com a ponta dos dedos.

— Imagino que seja um bom lugar para encontrar paz — comentou, observando as expressões de Melissa, tentando entender o que mais se escondia por trás daquele semblante melancólico.

— Sim, é. — Melissa concordou, voltando seu olhar para o horizonte do jardim. — Às vezes, precisamos de um lugar assim.

Enquanto continuava caminhando pelo jardim, Helena não pôde deixar de sentir que havia algo mais naquela casa.

Ela seguiu adiante, absorvida por seus pensamentos, mas encantada pela beleza do local, até chegar num lago.

Helena se sentou à beira do lago, o som suave da água correndo proporcionava um momento de tranquilidade que ela raramente conseguia encontrar em seu cotidiano agitado. Ela pegou o celular na bolsa, observando as mensagens que surgiam na tela. Uma delas era de seu superior na polícia, pedindo um relatório detalhado sobre o andamento de um caso em que ela estava envolvida. Suspirando, ela começou a digitar rapidamente, os dedos ágeis deslizando pela tela.

No entanto, mesmo concentrada no celular, seu instinto policial permaneceu alerta. Ao ouvir o som de algo se aproximando, folhas e galhos secos sendo pisados, seu corpo se retesou imediatamente. Ela levantou a cabeça devagar, com os sentidos em alerta máximo. Seus olhos varreram a área ao redor, buscando identificar a fonte do som.

Não muito distante, ela avistou uma sombra se movendo entre as árvores. O sol da tarde projetava longas sombras sobre o local, dificultando a visão completa de quem ou o que se aproximava. Helena rapidamente guardou o celular na bolsa, mantendo-o acessível caso precisasse fazer uma ligação rápida.

Ela permaneceu sentada, observando com cautela, tentando aparentar uma calma que não sentia. Sabia que, em uma situação como essa, reagir de forma precipitada poderia colocá-la em perigo. Seu treinamento policial a ensinara a avaliar a situação antes de agir, e foi isso que ela fez.

— Quem está aí? — perguntou, sua voz firme, mas calma.

A sombra hesitou por um momento, e o som dos passos cessou. Por alguns segundos, o silêncio foi absoluto, e Helena sentiu seu coração bater mais rápido.

Então, finalmente, a figura emergiu das árvores. Era Raphael. Ele sorria de maneira despreocupada, mas havia algo em seu olhar que a incomodava. Ele se aproximou lentamente, as mãos nos bolsos, como se não houvesse qualquer urgência em seus movimentos.

— Ah, desculpe se te assustei — disse Raphael, com um sorriso malicioso. — Vi você se afastar e pensei que talvez quisesse companhia.

Helena relaxou um pouco, mas manteve-se em guarda.

— Estou bem sozinha, Raphael — respondeu de forma direta, sua voz fria.

Ele parou a alguns passos de distância, os olhos de Raphael se demoraram sobre ela, especialmente em suas pernas cruzadas e o jeito como ela estava sentada.

— Você é uma mulher intrigante, Helena. Tem certeza de que não quer conversar? Podemos aproveitar a paisagem juntos...

Helena sorriu, mas foi um sorriso que não chegou aos olhos.

— Acho que prefiro apreciar o lugar sozinha, como disse antes. Tenho certeza de que você entende.

Raphael deu de ombros, sem se abalar. Ele se aproximou ainda mais de Helena, ignorando o espaço pessoal dela. Seu olhar percorreu cada centímetro da mulher à sua frente, e um sorriso malicioso apareceu em seus lábios.

— Por que tanto distanciamento? — ele disse, em um tom provocador. — Aposto que se você desse uma chance, ia gostar da minha companhia.

Helena manteve-se firme, os olhos fixos nos dele, sem recuar um centímetro. Ela já estava incomodada com a presença dele e a forma descarada como se insinuava.

— Raphael — disse ela, em um tom firme —, se afaste. Agora.

Ele soltou uma risada baixa, cheia de autoconfiança, como se achasse a advertência dela uma brincadeira.

— Relaxa, Helena. Eu só estou tentando ser amigável. — Ele se inclinou um pouco mais. — Tenho certeza de que você também sente isso. A química entre nós. Não adianta negar...

A paciência de Helena já estava no limite. Ela descruzou as pernas e se preparou para reagir. O olhar dela endureceu, a voz fria como gelo.

— Se você der mais um passo, vai se arrepender, Raphael — advertiu ela.

Ele, no entanto, não acreditou. Com a confiança inflada, deu mais alguns passos, aproximando-se o suficiente para sentir a respiração dela. Ele estendeu o braço, ousadamente, e tocou o ombro de Helena, como se tivesse o direito de fazer isso.

Foi a gota d'água.

Em um movimento rápido, quase impossível de ser previsto, Helena agarrou a mão de Raphael, torcendo o pulso dele com firmeza e precisão. Raphael gritou de dor, seu corpo se inclinando involuntariamente na direção que ela forçou.

— O que...?! — ele gemeu, surpreso e claramente não acreditando no que estava acontecendo.

Helena se levantou, ainda segurando o pulso dele, e puxou-o para mais perto, seus olhos queimando de raiva.

— Eu avisei — ela sibilou. — Não ache que pode me tocar sem a minha permissão. Se você fizer isso de novo, eu quebro seu braço. Entendido?

Raphael, contorcendo-se de dor, balançou a cabeça rapidamente, agora ciente do erro que cometera.

— Entendido, entendido! — ele disse, a voz trêmula.

Ela o soltou com um empurrão firme, e ele cambaleou para trás, massageando o pulso, o olhar de arrogância desaparecendo rapidamente, substituído pelo medo.

— Se mantenha longe de mim — disse Helena, antes de se virar e caminhar de volta em direção à mansão, deixando Raphael parado, humilhado e em choque.

Casada Por Contrato com o CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora