Capítulo 76
Enquanto Helena conversava com o chefe sobre o incidente, Adrian aproveitou para contatar os seguranças e reforçar as medidas de proteção. A tensão no ar era palpável, e ele estava visivelmente preocupado. Nesse momento, Mariah entrou no escritório, percebendo o clima sério.
— O que está acontecendo? Por que vocês estão tão tensos? — perguntou ela, com uma expressão de apreensão.
Adrian olhou para a mãe e respirou fundo antes de responder.
— Mãe, acho que você precisa saber o que está acontecendo. — Ele fez uma pausa, como se buscasse as palavras certas. — Houve uma invasão em casa. Eles estavam atrás de algo... ou alguém.
Mariah arregalou os olhos, levando as mãos à boca, chocada.
— Meu Deus! E... e você acha que foi uma tentativa de... — ela hesitou, com medo de completar a frase.
Nesse momento, John, o pai de Adrian, também entrou no escritório e, ao ver o semblante da esposa e o rosto sério do filho, perguntou:
— O que foi, Adrian? Está tudo bem?
Adrian suspirou, assentindo levemente para Helena antes de explicar ao pai:
— Não, pai. Não está tudo bem. Parece que alguém tentou invadir a minha casa... provavelmente para intimidar Helena, ou até pior. Pode estar relacionado com a investigação que ela está conduzindo sobre o roubo na empresa — disse para o pai após fechar a porta.
John franziu o cenho, preocupado.
— Então, eles já sabem que ela está no caso? Por que não me contou isso antes? O que mais eu preciso saber Adrian? — Ele trocou um olhar apreensivo com Mariah, que parecia ainda mais alarmada.
— Ninguém pode saber, pai. Nem meu irmão, tio, ninguém. A empresa está sendo roubada há quase três anos e não consegui descobrir quem era, Helena está me ajudando.
Helena então interrompeu, tentando tranquilizá-los:
— Estamos tomando todas as precauções, e já pedi reforço policial. Mas entendo que a situação assusta, e agradeço por estarem preocupados. Prometo que terei muito cuidado daqui em diante e farei de tudo para resolver de uma vez por todas.
Mariah se aproximou, segurando a mão de Helena, ainda trêmula.
— Minha querida, nós só queremos que você fique bem. Não consigo imaginar o que faríamos se algo acontecesse com você.
Helena sorriu, tentando passar calma.
— Eu sei. E agradeço todo o apoio de vocês. Mas não vou descansar até resolver essa situação.
Adrian colocou a mão no ombro de Helena, determinado a mostrar seu apoio.
— Não se preocupe, mãe, pai. Nós vamos cuidar disso juntos, e não vamos deixar que nada de ruim aconteça. A polícia está envolvida, temos contatos, detetives e agora vamos ter depoimento dos presos.
John assentiu, apesar da preocupação visível em seu rosto.
— Vamos confiar em vocês. Mas, por favor, sejam cautelosos. Todo cuidado é pouco nesses casos.
Todos se dirigiram para a sala de estar, onde John, ainda preocupado, disse a Adrian e Helena:
— Espero que tudo se resolva logo...
Antes que pudessem responder, Raphael, que estava no canto da sala observando a conversa, deu de ombros e saiu discretamente, sem demonstrar muito interesse no que estava acontecendo.
Helena decidiu se aproximar das crianças para brincar um pouco e animar o ambiente antes de irem para a cama. Ela se abaixou na frente do garoto mais velho e sugeriu:
— Que tal jogarmos um jogo rápido antes de dormir? Que tal cartas? Você pode pegar o baralho, Ethan? — disse ela com um sorriso, buscando desviar o foco do assunto sério de antes.
O menino, sorriu empolgado.
— Boa ideia, tia Helena! Vou pegar o baralho! — disse ele, correndo animado até uma mesinha próxima para buscar o baralho.
Helena olhou para Adrian, que a observava com um sorriso discreto, orgulhoso de sua forma natural de lidar com as crianças e trazer alegria para o ambiente.
Quando Ethan voltou com o baralho, Helena deu uma piscadinha para o garoto e sussurrou conspiratoriamente:
— Vamos ver se você consegue vencer a "Grande Mestra das Cartas"! Venha, Lily. Sente-se ao meu lado.
Após brincar com as crianças, Helena foi até a cozinha em busca de um copo d’água. Aproveitando a tranquilidade do momento, suspirou aliviada, mas logo percebeu que não estava sozinha. Raphael havia entrado em silêncio e, agora, estava sentado à mesa, observando-a com um leve sorriso debochado.
Ao se virar com o copo já na mão, ela notou seu olhar provocador.
— Então a digníssima esposa do meu primo anda com problemas? — ele perguntou, com um tom de ironia.
— Isso não te interessa, Raphael — respondeu Helena, com firmeza.
— Está com medo? Por isso não quer responder?
Helena riu, sem perder a compostura.
— Você não me conhece — retrucou, encarando-o. — Não faz ideia do que eu já enfrentei, mas posso te garantir que você não passaria nem metade do que passei na minha carreira. Se eu fosse medrosa, já teria desistido há muito tempo.
Raphael a observava com um sorriso desafiador.
— Às vezes, você não passou por algo tão ruim assim. Pelo que percebi, parece que tem alguém realmente perigoso atrás de você.
Helena franziu o cenho, intrigada. Como ele parecia saber tanto? Ela estreitou os olhos, desconfiada, enquanto terminava de beber a água, sem dizer mais nada.
Com um último olhar desdenhoso, virou-se para sair da cozinha e, antes de passar pela porta, murmurou friamente:
— Vá à merda, Raphael — ela disse, indo até a porta.
— Interessante. Vamos ver até onde essa valentia vai te levar — ele provocou, quase sussurrando, com um ar de desprezo.
— Se acha que pode me intimidar, está perdendo seu tempo. E um conselho. Fique fora do meu caminho, Raphael. Você não tem a menor ideia com quem está mexendo.
— Talvez eu saiba mais do que você imagina, Helena.
Ela parou por um instante, mas não olhou para trás. Em vez disso, respirou fundo e saiu, deixando Raphael sozinho, ainda com aquele sorriso cínico no rosto.
Ao se afastar, Helena sentiu o coração acelerado, mas sabia que precisava manter a calma. Raphael parecia saber demais, ou pelo menos estava tentando fazer parecer que sabia.
Passando pela sala de estar, ela encontrou as crianças adormecidas no sofá, e um sentimento de paz a invadiu momentaneamente. A presença delas a lembrou do que realmente importava, e de por que estava tão determinada a ir até o fim, custasse o que custasse. Essa família, ganhou seu coração.
Quando voltou para o quarto, encontrou Adrian, e ele logo notou a tensão em seu rosto.
— Algum problema? — ele perguntou, preocupado, puxando-a para perto após colocar uma bermuda.
Helena suspirou, encostando a cabeça em seu ombro.
— Nada que eu não possa resolver. Só... uma pedra no caminho.
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Casada Por Contrato com o CEO
RomantizmIniciada em setembro de 2024. Adrian Turner, um CEO poderoso, precisa salvar sua empresa de um traidor oculto. Para isso, ele contrata Helena Vasquez, uma investigadora implacável, e propõe um casamento de fachada para proteger sua identidade. Enqua...