Oscar Piastri- DRAMARAMA

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Tocar Música da Midia!

Oscar POV

A sensação de estar preso num ciclo interminável de drama era algo que me consumia mais do que qualquer outra coisa. Cada curva da pista parecia refletir os altos e baixos da minha vida fora dela, e a verdade é que o meu maior adversário não era outro piloto, mas sim os fantasmas que me acompanhavam. Não era só a pressão das corridas, nem a responsabilidade de carregar o nome de uma equipa; o verdadeiro peso vinha de algo muito mais íntimo, algo que nem todos conseguiam ver. Era S/N.

Quando conheci a S/N, foi como se o meu mundo tivesse acelerado a uma velocidade que nem mesmo os carros da Fórmula 1 conseguiriam alcançar. Ela era intensa, imprevisível, uma força da natureza. No início, era isso que me atraía; era como um motor potente, imprevisível, mas cativante. Mas, tal como os motores, às vezes, o que é demasiado intenso pode acabar por explodir. E foi assim que comecei a perceber que o nosso relacionamento era uma corrida constante sem linha de chegada.

Cada dia era uma nova etapa, um novo desafio. S/N era fascinante, mas imprevisível. Havia dias em que tudo entre nós parecia perfeito, como se as nossas vidas estivessem sincronizadas, tal como um carro perfeitamente ajustado para a pista. Mas, de repente, sem aviso, o drama surgia como um acidente na última curva de uma corrida perfeita. Uma pequena discussão rapidamente se tornava um confronto de emoções, um jogo perigoso onde, por mais que eu tentasse travar, já estava demasiado rápido para parar.

A sensação de estar preso num ciclo infinito de altos e baixos era sufocante. Às vezes, sentia-me como se estivesse numa espiral descendente, sem conseguir encontrar a saída. O amor que eu sentia por ela era inegável, mas também era a mesma razão pela qual me sentia encurralado. O que inicialmente parecia ser uma adrenalina boa, excitante, começou a transformar-se numa montanha-russa emocional que eu já não conseguia controlar.

Havia momentos em que estávamos no topo. Ríamos, partilhávamos segredos, e nesses momentos, era fácil esquecer tudo o resto. Ela tinha uma forma de me fazer sentir vivo como ninguém mais conseguia. Era como se, por breves momentos, o mundo parasse e só existíssemos nós os dois. Mas logo depois, o desentendimento surgia, e a realidade caía sobre nós como uma bandeira vermelha a interromper uma corrida. O nosso relacionamento era marcado por momentos de tensão que pareciam surgir do nada. Cada palavra mal interpretada, cada gesto não correspondido, transformava-se num conflito de proporções épicas.

O pior de tudo era a imprevisibilidade. Eu nunca sabia o que esperar. Havia dias em que S/N era carinhosa, atenciosa, como se nada pudesse perturbar o nosso equilíbrio. Mas bastava um pequeno detalhe, uma mensagem que eu não respondia a tempo, uma palavra que saía da minha boca de forma errada, e tudo desabava. Eu tentava manter o controle, tentava encontrar soluções para acalmar as tempestades, mas por mais que tentasse, acabava sempre a sentir-me como se estivesse a perder o controlo.

No entanto, apesar de tudo, não conseguia afastar-me. Por mais doloroso que fosse, algo em mim estava preso a ela. Talvez fosse a adrenalina, a emoção constante de não saber o que esperar. Ou talvez fosse o facto de que, no fundo, eu acreditava que as coisas poderiam mudar. Havia sempre uma parte de mim que esperava que, um dia, o drama desaparecesse e nós pudéssemos finalmente encontrar paz juntos. Era essa esperança que me mantinha ali, preso a uma história que parecia não ter fim.

Às vezes, questionava-me se o problema estava em mim. Será que eu era demasiado sensível? Será que estava a exigir demasiado? Quando entrava em pista, conseguia desligar-me de tudo, mas bastava a corrida terminar para que a realidade me voltasse a esmagar. As mensagens de S/N apareciam no meu telemóvel, umas vezes carinhosas, outras cheias de frustração, e eu já não sabia como responder. Era como se o nosso relacionamento tivesse um manual de instruções que eu não conseguia decifrar.

Houve um momento, durante uma das corridas mais importantes da temporada, em que percebi que algo tinha de mudar. Estava no meio de uma volta rápida, concentrado, quando, por breves segundos, a imagem de S/N invadiu os meus pensamentos. A discussão que tínhamos tido na noite anterior, a sua expressão zangada, as suas palavras afiadas como facas... Tudo isso voltou à minha mente num momento em que precisava de estar focado. E foi aí que cometi um erro. Uma pequena distração, mas o suficiente para me fazer perder segundos preciosos na pista. Foi nesse momento que percebi que o nosso drama estava a afetar mais do que apenas o meu coração – estava a afetar a minha carreira.

Depois dessa corrida, soube que algo tinha de mudar. Não podia continuar assim, preso num ciclo que me estava a destruir lentamente. Mas como é que se larga alguém que, apesar de todo o caos, é a pessoa que te faz sentir mais vivo? Como é que se escolhe entre o amor e a sanidade? Essas perguntas martelavam na minha cabeça cada vez mais, e eu não sabia como encontrar as respostas.

As semanas que se seguiram foram um turbilhão de emoções. Tentava manter a calma, tentava ser racional, mas o facto era que, com S/N, nada era simples. Houve momentos em que pensei em terminar tudo, em colocar um ponto final nesta história, mas sempre que tentava, algo me puxava de volta. Era como se estivesse preso num circuito fechado, a correr em círculos, sem nunca encontrar a saída.

No final, percebi que o nosso relacionamento era como uma corrida sem fim. Talvez houvesse uma linha de chegada algures, mas eu não conseguia vê-la. O drama constante, as discussões, as reconciliações, tudo isso fazia parte da dinâmica entre nós. E por mais que tentasse negar, havia algo em mim que estava viciado nessa montanha-russa emocional. O problema é que, tal como numa corrida, a exaustão eventualmente apanha-nos, e eu não sabia quanto mais tempo conseguiria aguentar.

Agora, enquanto me preparo para mais uma corrida, sei que o drama com S/N ainda está lá, à espreita, à espera de aparecer no momento mais inesperado. Mas desta vez, sinto que algo mudou. Talvez tenha finalmente percebido que, para ganhar, não basta ser rápido – é preciso ter controlo. E, no fundo, sei que, para encontrar o controlo na minha vida, terei de tomar uma decisão que há muito evito.

Mas como é que se sai de uma corrida quando já te acostumaste a correr sem parar?


Olá pessoal!Espero que tenham gostado deste imagine.Se tiverem algum pedido, não hesitem em fazê-lo que irei com todo o gosto, amor, carinho e dedicação escreve-lo.

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