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"Alguém que deixasse o mundo pra me dar um beijo

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"Alguém que deixasse o mundo pra me dar um beijo. Alguém que encontrasse o que procurou a vida toda, aqui dentro de mim. Alguém pra eu contar meu dia e alguém pra falar "te amo". Alguém pra ser meu, de um jeito bem clichê"

NINA CARBONEL

Ele continuava ali, em cima de mim, agora um pouco mais ajeitado no meio das minhas pernas dividindo mais seu peso. Minhas mãos ainda percorriam suas costas por dentro da blusa, e meus dedos brincavam com seus cabelos enquanto as gente dava talvez todos os beijos que estavam ali guardado, e ficávamos mais um pouco ali, agarrados um no outro em silêncio.

Claro que o silêncio era apenas exterior, por dentro passada tanta coisa.. E eu tinha certeza que não era só comigo. Realmente era louco olhar pra gente ali.

Um dia eu chorei, eu senti a dor de achar que nunca mais poderia ter ele perto de mim. E essa foi a pior dor que eu já senti na vida. A dor de perder alguém sem ter chance de mais nada, sem mais tempo. E estar ali perto dele, era como se alguém me devolvesse de volta algo dentro de mim que tinha sido arrancado. Um sentimento bom, que vinha junto com um receio, mas que era bom.

Nina: Porque você tá quieto assim ? Aconteceu alguma coisa, ainda tá com dor ?.- perguntei colocando devagar a mão em cima do curativo e ele levantou um pouco a cabeça me olhando.- Você não falou que tomou um tiro, essa parte você pula né.- eu ri fraco

Zé: Pior que não loirinha, na hora que a gente se falou estava tudo bem, não era nem operação nem nada, mas a gente estava infiltrado no morro né, e ai deu maior rolo lá na casa de um traficante..- ele explicou sentando no sofá e eu continuei ali deitada olhando pra ele querendo saber o que aconteceu.- O resumo da coisa é que tinha uma mulher com uma bebezinha lá, envolvida com o 01 do morro. Ele tava só no ódio, morreu homem deles pra caralho, ele matou a Mulher, e ia matar a criança, própria filha do cara.- ele falou meio tenso passando a mão no rosto e travando o maxilar.- A Bala ou era em mim, ou na menina...- falou ainda mais pensativo e eu acariciei a nuca dele sentindo o peito apertar só de ouvir aquilo. Meu Deus, não conseguia nem imaginar o que era estar numa situação daquela.- Porra cara, e pior que a bebê era bonitinha nina, branquinha, bochechuda, Linda assim que nem tu, só não era loira.- ele apontou pra mim me fazendo rir

Nina: Idiota.- empurrei ele fraco.- O que fizeram com ela ?

Zé: Como foi resgatada pela PF e ninguém encontrou nenhum familiar trouxeram ela pro rio, eu ia tentar ver onde pra vê se ela estava bem, mas o Leonardo não deixou porque eu ia me envolver emocionalmente, Envolver é o Caralho, eu sou alguma criança eu ? Ele acha que me manda só porque é meu superior, deixa ele..- falou puto de cara fechada

Nina: Tu vai atrás dela ?.- perguntei e ele assentiu balançando a cabeça.- Certeza ?

Zé: Só quero saber se tá tudo bem, não consigo tirar ela da cabeça.. Imagina, daquele tamanho de gente sozinha ai agora no mundo.. Podia ser o Henrique com aquela Maluca lá, não gosto nem de pensar..- ele abaixou a cabeça passando a mão na barba e umedecendo os lábios

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