Inefável é encontrar alguém disposto a se entregar no meio desse mundo de pessoas desinteressadas e com medo de se apaixonar.
É aquela viagem de fim de ano com a pessoa certa que a gente esperou tanto para poder fazer.
É como se chama dias bons dem...
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"O tempo lapidou todo desejo guardado para quando ser vivido ser mais do que o instante para ser inesquecível."
JOSÉ LUCAS
Nina: Tá acordado a muito tempo ?.- ouvi aquela voz me fazendo virar pra trás e ela tava parada na entrada da cozinha, com a minha blusa no corpo, cabelo preso num coque, rosto amassado, esfregando uns olhos. Por alguns segundos me lembrou o Henrique, maior cara de neném.
Quase me fez esquecer a tensão que eu tava ali. Ela costumava ter esse efeito.
Zé: Não muito, me ligaram lá do batalhão, aí eu levantei pra ajeitar as paradas.- falei vendo ela parar do meu lado e encostou rápido a cabeça no meu braço dando um beijo não muito longo ali e eu olhei pra mesma por alguns segundos
Nina: Bom dia..- ela deu um sorriso pequeno e logo se afastou. Tava mesmo sonhando dela chegar me dando um beijo...- Você vai sair ?
Zé: Deus ruim lá, a gente vai ter que ir hoje.- falei sem muita animação. Era sempre estranho sair pra essas operações maiores. Depois de tantos meses parados mais ainda. Eu queria estar lá, mas diferente das outras vezes agora eu tinha alguém me esperando, e eu precisava voltar. Essa era uma sensação estranha, que u não tive nos últimos anos..
Nina: Tá com uma cara de preocupado, tá tudo bem ?.- ela chamou minha atenção colocando um pouco de café no copo mas também não se aproximou
Zé: Só pensando no Henrique, falei pra ele que ia daqui uns dias. Sei nem se vai da pra me despedi.. Ainda tenho que arrumar as paradas dele também..- falei passando a mão na cabeça
Nina: Vamos lá eu te ajudo, também não precisa de muita coisa. E você sabe que ele vai ficar bem, daqui a pouco você tá aí pra encher o saco dele.- ela deu um sorriso e eu olhei no seu olho por algum tempo...
Lembrei na hora da gente dormindo agarrado um no outro. Chegava ser estranho, o tanto que a gente se agarrou ali. A cama parecia pequena, mas não. A gente só queria mesmo tá um perto do outro. Dormi sentindo o perfume dela, seu corpo no meu, o cabelo na cara, e isso nunca foi tão bom. Foi uma noite do caralho, tinha meses que eu não dormia tão bem. E eu queria muito ter acordado sem sentir aquela distância de novo que já estava ali. Ela insistia em manter.
Eu entendi, sabia que isso foi causado por tudo, e por mim. Mas eu queria que ela acreditasse em mim. Eu queria ela perto. E eu também sabia que ela queria estar.
Horrível aquilo de não saber como fazer.
A gente foi pro quarto dele, que na verdade eu ainda tava tentando organizar e a Nina foi pegando algumas roupas enquanto eu ia colocando dentro da bolsa sentindo o cheiro do mini lobinho ali. Já tava com saudade do meu pivete.. Porra aquele garoto era foda!
