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O saguão da Bellmont Corporation era impecável, refletindo luxo e organização. Sofia, com o coração acelerado, caminhava nervosa, apertando a alça da bolsa e tentando não parecer deslocada. Seus sapatos faziam eco no piso, e ela sentia o peso da oportunidade — e da pressão. Essa entrevista era decisiva, e ela não podia falhar.

A recepcionista a cumprimentou com um sorriso profissional.
— Bom dia. Tem horário marcado?

— Sim, entrevista para assistente administrativa — respondeu Sofia, tentando soar confiante.

A mulher conferiu a agenda.
— Pode subir para o 12º andar. O Sr. Castelli a aguardará.

Essas palavras fizeram Sofia gelar. Subir até o 12º andar significava pegar o elevador, e poucas pessoas sabiam que isso a aterrorizava. Desde que ficara presa em um elevador na infância, esses espaços fechados a faziam reviver o medo paralisante.

Ela se aproximou das portas de metal, sentindo o corpo tenso e as mãos começarem a suar. Pensou em desistir por um breve instante, mas não podia se dar ao luxo. Respirou fundo e entrou no elevador vazio, pressionando o botão com dedos trêmulos. À medida que o elevador subia, ela se obrigou a contar mentalmente os segundos para manter a calma. Quando as portas se abriram no 12º andar, ela praticamente saltou para fora, aliviada por finalmente estar livre daquele cubículo sufocante.

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O andar era silencioso, com funcionários andando apressados de um lado para o outro, mas ninguém parecia notar Sofia. Ela ajeitou o rabo de cavalo alto que prendia seus fios ruivos e respirou fundo antes de bater na porta da sala de entrevistas.

— Entre — disse uma voz firme do outro lado.

Sofia abriu a porta e foi recebida pela visão de Leon Castelli, o jovem dono da Bellmont Corporation. Ele era ainda mais bonito do que ela esperava. Com 24 anos, parecia casualmente atraente, apesar da postura séria. O cabelo castanho estava ligeiramente bagunçado, como se ele tivesse passado os dedos pelos fios várias vezes. Ele vestia um terno escuro, mas os ombros largos e os braços fortes sugeriam que ele se cuidava muito além do ambiente de escritório.

Por um instante, Sofia perdeu a fala. Ele tinha uma presença magnética, com olhos penetrantes e uma expressão que alternava entre frieza e curiosidade.

— Sofia... — ele murmurou, consultando o papel à sua frente. — Pode se sentar.

Ela se acomodou, sentindo o estômago revirar. Leon a olhava de maneira intensa, como se tentasse decifrá-la, e isso a deixava ainda mais nervosa. Seus olhos demoraram um pouco demais no cabelo ruivo dela, que parecia captar toda a luz da sala. Leon desviou o olhar, incomodado por estar prestando atenção demais.

— Por que você quer trabalhar aqui? — perguntou, o tom firme e direto.

Sofia respirou fundo e começou a responder da forma mais objetiva possível, tentando ignorar o olhar perspicaz dele. Por dentro, Leon sentia uma leve inquietação. A postura determinada dela, misturada com um certo nervosismo contido, o intrigava. Ela era diferente do que ele esperava, e isso o irritava.

Depois de alguns minutos de perguntas e respostas, ele deu um leve aceno, encerrando a entrevista.
— Entraremos em contato em breve.

Sofia se levantou, aliviada, e saiu da sala com o coração batendo forte. Quando fechou a porta atrás de si, soltou o ar preso, sentindo que havia passado por um teste não apenas profissional, mas emocional.

Dentro da sala, Leon passou a mão pelos cabelos, frustrado. Aos 24 anos, ele se orgulhava de ser focado e profissional, mas algo naquela garota mexia com ele de um jeito que não entendia — e isso o incomodava.

— Isso vai ser um problema... — ele murmurou, olhando para a porta por onde Sofia acabara de sair.

 — ele murmurou, olhando para a porta por onde Sofia acabara de sair

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