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O sol estava nascendo devagar, com a luz matinal entrando pelas frestas das cortinas do quarto onde Sofia e Leon estavam hospedados. A noite anterior havia sido um misto de emoções para ambos, e agora, cada um tentava processar o que tinha acontecido e as palavras que foram trocadas. Sofia ainda se sentia vulnerável após o confronto com Helena, mas as palavras de Leon ecoavam em sua mente, trazendo-lhe um conforto inesperado.

Depois de se arrumarem para o café da manhã, ambos desceram em silêncio. Na cozinha, a família de Leon já estava reunida, em meio à movimentação e risadas, e a animação dos pequenos membros da família já podia ser ouvida de longe. Alice foi a primeira a notar a presença de Sofia e Leon e correu até eles com um grande sorriso.

— Sofia! Tio Leon! Vocês demoraram para descer! — disse Alice, puxando Sofia pelo braço para que se sentasse perto dela.

Sofia sorriu, tentando ignorar os olhares discretos que sentia sobre si. Helena não estava por perto, o que a deixou um pouco mais à vontade, mas ainda assim era impossível não pensar no que acontecera.

Leon se aproximou de Sofia e, em voz baixa, perguntou:
— Está tudo bem? Quer que eu fale com alguém sobre ontem?

Ela fez que não com a cabeça, tentando afastar os pensamentos.
— Estou bem, Leon, obrigada… de verdade.

A manhã continuou com um clima agradável, e Marina, sempre atenta, percebeu a tensão entre o irmão e Sofia. Aproveitando um momento em que estavam apenas os três, ela olhou para Leon e comentou em tom brincalhão:

— Então… quer dizer que nossa família tem uma nova integrante? Sofia, você está pronta para todo esse caos? — disse Marina, rindo.

Sofia riu junto, tentando disfarçar o leve rubor que surgiu em suas bochechas.
— Vocês são todos incríveis. É… reconfortante, de certa forma.

Leon lançou um olhar suave para Sofia, orgulhoso de ver como ela estava lidando com tudo. Mas, antes que ele pudesse responder algo, Alice, que estava por perto, interrompeu com um brilho no olhar.

— Tio Leon, podemos sair para brincar na neve hoje? Eu quero fazer uma guerra de bolas de neve! — disse a pequena, animada.

— Claro, vamos sim! Mas só se a Sofia também for — respondeu ele, provocando um sorriso tímido nela.

Todos se prepararam para o passeio, e em pouco tempo, estavam do lado de fora, rodeados pela neve que cobria o chão e o ar gélido que deixava as bochechas de todos coradas. A família inteira se dividiu em dois times para a guerra de bolas de neve, com crianças e adultos correndo de um lado para o outro em meio às risadas.

Sofia observava a cena, maravilhada e sentindo uma leve nostalgia, como se fosse uma parte daquela família por um breve instante. Leon, notando seu olhar distante, se aproximou e, sem pensar muito, envolveu-a em seus braços.

— Sabe, você deveria se permitir viver isso com mais frequência. Momentos assim são raros, e você merece — ele sussurrou.

Sofia olhou para ele, surpresa, mas um sorriso genuíno se formou em seus lábios.
— Eu… estou tentando, Leon. Eu nunca tive uma família assim.

— Bom, então acho que você acabou de ganhar uma. — Ele piscou para ela, apertando-a de leve antes de voltar para a “batalha” com as crianças.

No final do dia, todos voltaram exaustos, com os cabelos molhados de neve e risadas que ecoavam pela casa. O calor do ambiente e o cheiro de chocolate quente preenchiam o ar. Sofia sentia uma leve paz se instalando no peito, e Leon, ao seu lado, mantinha uma expressão de tranquilidade que ela não tinha visto até então.

Ao se despedirem de todos para subirem para o quarto, Leon a puxou levemente para o lado.
— Amanhã vamos passear só nós dois. Acho que você merece um dia de descanso… e talvez um pouco de aventura. O que me diz?

Sofia sorriu, sentindo o coração bater mais rápido.
— Acho que posso gostar disso.

Eles subiram, com a sensação de que aquela viagem ainda guardava muito mais do que esperavam, e mal sabiam que o dia seguinte traria revelações que mudariam para sempre o que sentiam um pelo outro.

Eles subiram, com a sensação de que aquela viagem ainda guardava muito mais do que esperavam, e mal sabiam que o dia seguinte traria revelações que mudariam para sempre o que sentiam um pelo outro

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