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O despertador de Leon tocou pontualmente às 5h30. Ele nunca precisou de muito tempo para acordar; a rotina era sua aliada, e acordar cedo era parte essencial do seu dia. Após desligar o alarme, levantou-se da cama de uma só vez, sem se permitir enrolar. Seu apartamento era minimalista, refletindo sua necessidade de praticidade: poucos móveis, cores neutras, e nada que não fosse necessário.

Depois de trocar de roupa, vestindo uma camiseta leve e shorts esportivos, ele foi até a cozinha e preparou um café rápido e forte, a única coisa que precisava para começar a correr. Enquanto o café terminava de passar, amarrava os cadarços dos tênis com firmeza e checava no relógio seu ritmo habitual: uma hora de corrida e trinta minutos de treino de força.

A corrida era sua parte preferida do dia. Não apenas pela sensação de liberdade, mas porque, enquanto corria pelas ruas vazias, sua mente tinha espaço para organizar os pensamentos. E, ultimamente, esses pensamentos tinham um nome: Sofia.

Ele não gostava de admitir, mas a jovem estava ocupando mais do seu tempo mental do que gostaria. Era irritante e intrigante ao mesmo tempo. Desde o primeiro encontro na entrevista, algo nela o inquietava. Era como se houvesse uma barreira invisível entre eles, uma história não contada que ele sentia necessidade de desvendar.

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Ao sair pela porta do prédio, o ar fresco da manhã lhe deu boas-vindas. Leon ajustou os fones de ouvido e iniciou a corrida pelas ruas silenciosas da cidade. O ritmo das passadas e o som da música eram reconfortantes, uma cadência perfeita para desligar o ruído mental. No entanto, mesmo correndo, os pensamentos sobre Sofia continuavam a persegui-lo.

Por que ela evitava o elevador? Por que ela sempre parecia tão reservada, como se carregasse o peso do mundo sobre os ombros? Ele não gostava de misturar sentimentos com o trabalho, mas sentia que, com Sofia, isso já estava acontecendo. E, pior, ele não sabia como parar.

Depois de quarenta minutos de corrida, Leon fez o caminho de volta para casa, respirando fundo e sentindo o suor escorrer pelas têmporas. De volta ao apartamento, ele foi direto para a área de treinos que havia montado na sala, onde fez sua rotina de força. Flexões, abdominais, e levantamento com pesos curtos. Era um ritual tão necessário quanto o café da manhã. Manter-se em forma era parte do que o fazia sentir que tinha controle sobre a vida.

Mas controle era algo que ele estava começando a perder. A presença de Sofia na empresa vinha mexendo com sua concentração, e isso o deixava frustrado. Leon era acostumado a manter distância emocional das pessoas, especialmente no trabalho. Porém, a ruiva parecia capaz de atravessar essa barreira sem nem mesmo tentar.

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Depois do treino, ele seguiu para o banho, deixando a água quente lavar o suor e os pensamentos inquietos. Ao terminar, vestiu-se com um terno azul-escuro, ajustado na medida certa, e deu uma última olhada no relógio. Ainda tinha tempo para preparar seu habitual café da manhã: ovos mexidos e torradas com abacate. Com a refeição pronta, sentou-se à mesa, olhando para o celular.

Havia mensagens do grupo de trabalho e alguns e-mails urgentes, mas ele ignorou por um momento, concentrando-se no silêncio da manhã. Era nesse momento que sempre fazia uma pausa para refletir sobre o dia que estava por vir.

Hoje, ele tinha duas certezas. A primeira era que precisava resolver questões internas da empresa. A segunda, mais difícil de admitir, era que precisava encontrar uma maneira de entender o mistério que cercava Sofia.

Por fim, ele pegou a chave do carro e saiu do apartamento. A manhã estava clara e agradável, e o caminho até a empresa seria tranquilo. Porém, no fundo, Leon sabia que o dia traria novos desafios. E ele não sabia se estava preparado para o maior deles: a ruiva que, sem perceber, estava começando a virar seu mundo de cabeça para baixo.

 E ele não sabia se estava preparado para o maior deles: a ruiva que, sem perceber, estava começando a virar seu mundo de cabeça para baixo

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