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A noite estava animada com toda a família reunida, risadas e conversas enchendo a sala. Sofia observava o movimento ao seu redor, sentindo-se mais confortável no ambiente familiar que tanto admirava. De repente, a porta se abriu, e uma mulher loira e elegante entrou. A expressão de Leon mudou na mesma hora, o olhar tenso e os músculos enrijecidos.

— Quem chamou a Helena? — ele sussurrou para Marina, visivelmente incomodado.

A irmã franziu a testa, confusa.
— Eu não sei, Leon. Ninguém me disse nada sobre ela vir.

Sofia observava a troca de olhares entre os dois, sentindo-se um pouco deslocada, sem entender exatamente o que estava acontecendo. Mas, ao olhar para o rosto de Leon, ela percebeu o desconforto e a irritação estampados ali. Aquela mulher parecia mexer com ele de um jeito que Sofia nunca havia visto.

Helena, a ex-namorada de Leon, cumprimentava a todos com um sorriso confiante. Ela lançou um olhar de desprezo para Sofia antes de se aproximar dela, forçando uma conversa.

— Então, você é a nova namorada do Leon? Que interessante — disse Helena, com um sorriso que parecia mais uma provocação.

— Sim… — Sofia respondeu, tentando manter a calma. — Mas com licença, vou ao banheiro.

Ela se afastou rapidamente, o coração acelerado, desejando apenas se afastar daquela situação desconfortável. Mas, minutos depois, quando Sofia estava prestes a sair do banheiro, Helena apareceu na porta, impedindo sua saída com um sorriso presunçoso.

— Escuta aqui — começou Helena, cruzando os braços. — Acho que você sabe muito bem que não é nada para o Leon. Ele sempre gostou de mulheres de verdade. Sabe, mulheres que realmente chamam atenção. Não uma qualquer… como você.

Sofia engoliu em seco, sentindo a garganta apertar.
— Não sei do que você está falando.

Helena soltou uma risada irônica.
— Ah, por favor, não se faça de ingênua. Leon nunca ficaria com alguém como você de verdade. Olhe para si mesma. E agora me diz, o que exatamente você acha que tem a oferecer? Isso é ridículo.

As palavras cruéis de Helena foram como facadas, e Sofia sentiu os olhos começarem a arder com as lágrimas. Ela queria responder, mas as palavras ficaram presas na garganta. Em vez disso, ela apenas se virou e tentou sair, mas Helena bloqueou o caminho.

— Não pense que só porque ele está te "namorando" agora isso significa alguma coisa. Você é uma fase, e logo ele vai te largar, porque ele sempre volta para mim — Helena continuou, com um sorriso frio e cruel.

Sofia não conseguiu se conter e, sem dizer mais nada, saiu em disparada, subindo as escadas e indo direto para o quarto onde estavam hospedados. Lá, ela finalmente deixou as lágrimas caírem, cada palavra de Helena ecoando na sua mente. Ela se sentia humilhada, desconfortável, e tudo aquilo a fez questionar seu lugar ali.

Enquanto isso, Leon percebeu a ausência de Sofia na sala e começou a ficar inquieto. Ele olhou ao redor, tentando localizá-la, mas nada.

— Marina, você viu a Sofia? Ela sumiu — perguntou, com uma expressão preocupada.

Marina deu de ombros.
— Achei que ela estivesse aqui por perto. Mas agora que você mencionou, faz um tempo que não a vejo.

Com o coração apertado, Leon subiu as escadas, checando cada cômodo até que finalmente encontrou a porta do quarto deles entreaberta. Quando ele entrou, viu Sofia sentada na cama, com o rosto escondido entre as mãos, soluçando baixinho.

— Sofia? — Ele se aproximou devagar, a voz cheia de preocupação. — O que aconteceu?

Ela tentou disfarçar, secando as lágrimas rapidamente.
— Nada… só… estou cansada, só isso.

Leon se sentou ao lado dela, ignorando sua tentativa de esconder o que sentia.
— Sofia, eu sei que você não chora por "nada". Foi a Helena, não foi?

Sofia desviou o olhar, sem conseguir mentir. Ele sabia. Leon respirou fundo, tentando controlar a raiva que começava a ferver dentro dele.

— Aquela… ela passou dos limites — ele murmurou, os olhos brilhando de fúria. — Me desculpe. Eu não deveria ter deixado isso acontecer.

Sofia balançou a cabeça, tentando minimizar.
— Não é culpa sua, Leon. Eu… só não esperava que ela dissesse essas coisas.

— E o que exatamente ela disse? — Ele insistiu, apertando a mão dela levemente.

Ela hesitou, mas acabou confessando.
— Ela disse que… eu não sou ninguém para você. Que você não ficaria com alguém como eu de verdade.

Leon apertou os lábios, o olhar decidido.
— Não escute nada do que ela diz. Helena adora manipular as pessoas para se sentir no controle. Ela sabe que é uma história entre nós e não consegue aceitar que eu segui em frente.

Ele ergueu o rosto dela, os olhos firmes nos dela.
— Sofia, eu… sei que as coisas entre nós começaram de forma complicada, mas você é importante para mim. Não deixe que ninguém te faça sentir menos do que merece.

Ela o olhou, surpresa e comovida com as palavras dele. Aquela expressão sincera e protetora fez com que algo dentro dela se aquecesse. Leon a envolveu em um abraço apertado, como se quisesse proteger cada pedaço machucado de sua alma.

— Obrigada, Leon — ela murmurou, a voz ainda embargada.

— Não, Sofia. Eu que te agradeço — ele disse, afastando-se o suficiente para encará-la. — Por me mostrar como é sentir de verdade outra vez.

Eles permaneceram em silêncio, apenas olhando um para o outro, como se tudo ao redor tivesse desaparecido. Naquele momento, nada mais importava — nem as inseguranças, nem as dúvidas, nem as palavras cruéis de Helena. Era como se aquele instante tivesse finalmente revelado algo verdadeiro, algo que ambos estavam dispostos a proteger.

 Era como se aquele instante tivesse finalmente revelado algo verdadeiro, algo que ambos estavam dispostos a proteger

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