Sofia, desesperada por um emprego, é contratada na empresa de Leon Castelli, um chefe arrogante, porém de bom coração. Desde a entrevista, Leon sente algo diferente por ela e, para evitar se envolver, mantém distância.
Quando precisa visitar a famíl...
Na manhã seguinte, Sofia acordou cedo, com a cabeça ainda girando diante de tudo o que estava acontecendo. Sabia que tinha muita coisa para organizar antes da viagem, e precisava começar o quanto antes. Depois de um café rápido, pegou a lista de compras e saiu, decidida a comprar algumas roupas apropriadas para o frio intenso que enfrentaria.
Passou algumas horas visitando lojas e escolhendo casacos, luvas e outros itens que não costumava usar com frequência. Quando terminou, já carregada de sacolas, sentiu o celular vibrar. Era uma notificação bancária: a primeira parte do pagamento que Leon havia prometido estava na conta. Ela respirou aliviada, sentindo-se um pouco mais segura em relação ao apoio que poderia oferecer à sua família.
Após as compras, Sofia tomou a difícil decisão de ir visitar sua mãe. Embora as lembranças ainda fossem dolorosas, o impulso de vê-la e ajudá-la financeiramente era mais forte. Ela pegou o ônibus para o antigo bairro, e cada rua que passava trazia uma enxurrada de memórias, algumas doces, mas a maioria amargas. Quando finalmente chegou, respirou fundo antes de bater na porta.
A mãe a recebeu com um abraço emocionado. O tempo havia deixado marcas em seu rosto, mas o sorriso caloroso ao ver Sofia parecia iluminar suas feições.
— Que bom te ver, filha — disse sua mãe, abraçando-a novamente.
Sofia correspondeu ao abraço com força, sentindo uma mistura de saudade e medo. Não conseguia evitar o receio de que a qualquer momento seu pai surgisse, trazendo de volta o terror que ela havia deixado para trás.
— Ele... ele está aqui? — perguntou Sofia, a voz quase sussurrada, enquanto olhava ao redor, tentando se certificar de que estavam sozinhas.
— Não, ele saiu para resolver algumas coisas — respondeu sua mãe, com uma expressão de tristeza velada. — Ele só deve voltar no fim da tarde. Pode ficar tranquila.
Sofia assentiu, aliviada. Mas, mesmo com a tranquilidade de não encontrá-lo, não conseguia relaxar completamente. Ficou alguns minutos conversando sobre a viagem, omitindo os detalhes sobre o acordo com Leon. Antes de sair, entregou um envelope com uma parte do dinheiro à mãe, que a olhou com gratidão e carinho.
— Muito obrigada, Sofia. Isso vai ajudar bastante.
Com um último abraço apertado, Sofia se despediu e saiu antes que seu pai pudesse voltar. Enquanto caminhava de volta para o ponto de ônibus, sentia uma mistura de alívio e apreensão. Cada passo a afastava daquela casa e da sombra que seu pai deixava em sua vida. Ela só queria seguir em frente, sem olhar para trás, focando no novo papel que teria de assumir ao lado de Leon, e, talvez, em uma chance de recomeçar.
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