Dois dias depois da entrevista, Sofia estava em casa, organizando papéis e pensando no quanto precisava de um milagre. Cada vez que seu celular vibrava, seu coração saltava, esperando que fosse a Bellmont Corporation com uma resposta. Já estava quase perdendo as esperanças quando, finalmente, o telefone tocou.
— Alô? — atendeu Sofia, tentando disfarçar o nervosismo.
— Sofia? Aqui é Camila, da Bellmont Corporation. O Sr. Castelli gostaria que você voltasse amanhã para uma conversa final.
Sofia sentiu um alívio tão grande que precisou se sentar.
— Claro! Estarei lá. Obrigada pela oportunidade.Ao desligar, seu coração ainda batia acelerado. Não era uma contratação, mas já era alguma coisa. Talvez Leon Castelli não tivesse sido tão intimidador quanto ela pensava, afinal.
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Na manhã seguinte, Sofia se arrumou com ainda mais cuidado. Escolheu uma blusa simples, mas elegante, e uma saia lápis que a fazia parecer profissional, mas confortável. Prendeu o cabelo ruivo em um coque baixo, na esperança de transmitir seriedade. Desta vez, no caminho para a Bellmont, repetiu para si mesma que precisava manter a calma. É só mais uma conversa. Respira, Sofia.
Ao chegar ao prédio, encarou o elevador novamente. Seu corpo travou por um momento, mas ela lembrou-se do que estava em jogo. Com uma respiração profunda e os olhos fechados, entrou e apertou o botão para o 12º andar. Desta vez, a viagem foi um pouco mais fácil — não porque o medo havia desaparecido, mas porque a esperança a empurrava adiante.
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Quando chegou à sala de Leon, a porta já estava entreaberta. Bateu duas vezes e ouviu a mesma voz firme de antes.
— Entre.Sofia abriu a porta e encontrou Leon de pé, com a mesma postura impecável, embora o cabelo bagunçado desse a entender que ele estava lidando com mais do que apenas papéis naquela manhã. Ao vê-la, ele fez um leve aceno e indicou a cadeira à frente de sua mesa.
— Obrigado por vir tão rápido — ele disse, sentando-se à sua frente.
Sofia assentiu, cruzando as mãos no colo para evitar que ele percebesse o leve tremor em seus dedos.
— Preciso ser direto — Leon começou, apoiando os cotovelos na mesa. — Gostei das suas respostas na entrevista, mas ainda não estou convencido.
Sofia sentiu o estômago revirar, mas manteve a compostura.
— O que posso fazer para mudar isso? — perguntou, desafiando-o com a voz mais firme que conseguiu.Por um momento, os olhos de Leon brilharam com algo próximo a um sorriso, mas ele logo recuperou sua expressão séria.
— Estou oferecendo um período de experiência. Duas semanas. Se você provar que consegue lidar com a pressão e as demandas do cargo, a vaga será sua.Sofia tentou esconder o alívio e assentiu rapidamente.
— Entendido. Eu aceito.— Ótimo — Leon disse, inclinando-se para trás na cadeira. — Comece amanhã. E, Sofia… — ele fez uma breve pausa, olhando-a com um ar que misturava interesse e cautela. — Não me decepcione.
Ela respirou fundo e deu um leve sorriso.
— Não vou decepcioná-lo.Quando saiu da sala, sentiu como se tivesse vencido uma batalha. Leon Castelli era um desafio por si só, mas Sofia estava pronta para encarar qualquer coisa. Mal sabia ela que os verdadeiros desafios estavam apenas começando — e que dois mundos muito diferentes estavam prestes a colidir de um jeito que nenhum dos dois poderia controlar.
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Amores de Conveniência
FanfictionSofia, desesperada por um emprego, é contratada na empresa de Leon Castelli, um chefe arrogante, porém de bom coração. Desde a entrevista, Leon sente algo diferente por ela e, para evitar se envolver, mantém distância. Quando precisa visitar a famíl...