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Sofia estava na mesa, revisando mais um relatório, mas sua mente insistia em se desviar para um ponto fixo: Leon Castelli. Nos últimos dias, ela vinha lutando contra a crescente atração que sentia por ele, e, por mais que tentasse, não conseguia impedir que pensamentos sobre o chefe surgissem de maneira inesperada.

Ela se lembrava da maneira como ele a olhara mais cedo na copa, com aquele olhar penetrante que parecia enxergar além do que ela mostrava. O sorriso breve, quase escondido, ainda estava vivo em sua mente. Por que ele mexe tanto comigo? — pensou, mordendo levemente o lábio.

Era impossível não notar o quão atraente ele era. O cabelo castanho sempre um pouco bagunçado, a postura firme e confiante, os braços fortes que ela percebia mesmo sob o tecido impecável dos ternos. Tudo nele exalava poder e controle. E, ao mesmo tempo, havia momentos em que ela sentia uma vulnerabilidade escondida, uma hesitação que Leon tentava disfarçar.

Sofia sabia que desenvolver sentimentos por alguém como ele era complicado. E perigoso. Afinal, ele era seu chefe. Alguém reservado, difícil de ler e aparentemente distante de todos. Ele nem ao menos sorri com frequência... Então por que eu estou começando a pensar nele o tempo todo?

Ela passou a mão pelos cabelos ruivos e suspirou, frustrada consigo mesma. As coisas estavam começando a sair do controle, e isso a deixava insegura.

— Eu nem deveria estar pensando nisso... — murmurou para si mesma, enquanto batia os dedos nervosamente na mesa.

Além da questão profissional, havia outro medo crescendo dentro dela: e se ele não fosse nada do que aparentava? E se ele realmente fosse apenas um chefe arrogante que, eventualmente, perderia o interesse? Sofia já tinha sofrido decepções antes e não queria passar por isso novamente, principalmente no trabalho.

Não posso me distrair. Preciso manter o foco.

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Durante a pausa para o almoço, sentada sozinha na copa, Sofia deixou seus pensamentos vagarem mais uma vez. Por que ele me olha daquele jeito? Será que ele sente alguma coisa também? Eram perguntas que ela sabia que não deveria fazer, mas que surgiam naturalmente, como uma maré impossível de controlar.

A insegurança crescia à medida que ela tentava racionalizar o que estava sentindo. Começar a gostar do chefe era a última coisa de que precisava. Além de ser um território perigoso, ela temia que isso pudesse prejudicar sua carreira e tornar o trabalho ainda mais complicado.

Ele é só meu chefe, mais nada, repetia mentalmente, como um mantra.

Mas, no fundo, sabia que estava mentindo para si mesma. Alguma coisa estava acontecendo entre eles, mesmo que ambos estivessem tentando ignorar.

O pior era a incerteza. Leon era difícil de entender, e ela não sabia se o que sentia era recíproco ou se ele a via apenas como mais uma funcionária. Cada vez que ele a olhava, cada vez que trocavam palavras rápidas e cheias de subentendidos, Sofia sentia seu coração acelerar, e isso a deixava perdida.

Ela fechou os olhos por um momento, tentando acalmar a mente. Não queria criar expectativas, não queria se iludir. Afinal, o que ela sabia sobre ele? Leon era um mistério. E mistérios, na experiência de Sofia, raramente terminavam bem.

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Quando voltou ao trabalho, forçou-se a mergulhar nos relatórios e ignorar a inquietação que Leon provocava. Mas, lá no fundo, sabia que o sentimento já estava ali, plantado como uma semente. E por mais que tentasse afastá-lo, tinha a sensação de que, eventualmente, ele iria crescer.

O pior era que, quanto mais ela se convencia de que deveria se afastar, mais desejava entender o que se escondia por trás dos olhares silenciosos de Leon Castelli. E isso a assustava mais do que qualquer medo de elevador.

Sofia só esperava que seu coração não acabasse pagando o preço por se deixar envolver por alguém que ela não sabia se poderia alcançar.

Sofia só esperava que seu coração não acabasse pagando o preço por se deixar envolver por alguém que ela não sabia se poderia alcançar

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