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A manhã seguinte chegou mais rápido do que Sofia esperava. Seu despertador tocou às 6h, e ela se obrigou a sair da cama, mesmo com o estômago embrulhado pela ansiedade. Depois de um café rápido e um último retoque no visual — uma camisa branca impecável e uma calça preta ajustada —, ela prendeu os fios ruivos em um rabo de cavalo e respirou fundo diante do espelho.

— Você consegue, Sofia. É só um dia, depois mais um, e assim por diante — sussurrou para si mesma, tentando se convencer.

Com essa nova rotina começando, ela pegou sua bolsa e saiu.

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Quando chegou à Bellmont Corporation, o clima profissional do saguão a recebeu de braços abertos novamente, com funcionários apressados e o som de teclados ao fundo. Desta vez, porém, ela se sentia um pouco mais preparada. O elevador continuava a ser um desafio, mas Sofia enfrentou a subida com menos medo, focando no que precisava fazer ao chegar lá.

Assim que as portas do elevador se abriram no 12º andar, um colega mais velho chamado Carlos, que parecia um veterano na empresa, a abordou com um sorriso amigável.
— Sofia? Você deve ser a nova assistente do Sr. Castelli. Vou te mostrar a mesa onde você vai trabalhar.

Ela agradeceu e o seguiu. A mesa era pequena, mas funcional, com um computador e uma pilha de documentos que aguardavam sua atenção.

— Qualquer coisa, é só me chamar. O chefe é exigente, mas dá para lidar — disse Carlos com um sorriso encorajador antes de se afastar.

Sofia soltou um suspiro aliviado e se sentou, tentando se ambientar rapidamente.

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Por volta das 9h30, Leon Castelli apareceu no corredor. O terno escuro caía perfeitamente sobre seus ombros largos, e os cabelos castanhos bagunçados de sempre davam a impressão de que ele estava constantemente resolvendo alguma crise. Ele parou ao lado da mesa de Sofia, olhando-a com uma expressão que misturava seriedade e expectativa.

— Pronta para o primeiro dia? — perguntou ele, com a voz baixa e direta.

— Sim — respondeu Sofia, tentando soar mais confiante do que se sentia.

Leon entregou uma pasta com documentos.
— Aqui estão algumas tarefas para começar. Preciso desses relatórios revisados até o final do dia. E quero tudo bem-feito — disse, como se não houvesse espaço para erros.

— Pode deixar — respondeu ela, pegando a pasta e colocando-a sobre a mesa.

Leon a observou por alguns segundos, como se estivesse avaliando cada movimento. Sofia sentiu um leve rubor subir pelo rosto, mas manteve a postura.

— Qualquer dúvida, fale comigo — ele acrescentou, já se virando para sair. Mas, antes de se afastar completamente, lançou um último olhar para ela, mais suave do que o anterior. — E… bem-vinda.

Sofia piscou, surpresa pela gentileza inesperada, mas antes que pudesse responder, ele já havia desaparecido pelo corredor.

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As horas passaram rapidamente, e Sofia mergulhou nas tarefas. Os relatórios eram mais complicados do que ela esperava, e, em alguns momentos, sentiu que não daria conta. Mas a cada desafio, lembrava-se de que precisava provar que era capaz — não apenas para Leon, mas para si mesma.

Perto do final do expediente, ela revisou o último relatório com cuidado, certificando-se de que não havia erros. Às 17h em ponto, levou a pasta até a sala de Leon. Bateu na porta, e ele a mandou entrar.

— Terminei os relatórios — disse, colocando a pasta sobre a mesa dele.

Leon pegou os documentos e começou a folheá-los sem pressa, o olhar concentrado. Sofia permaneceu de pé, esperando algum tipo de feedback, mas ele manteve a expressão séria. Após alguns minutos, ele fechou a pasta e ergueu o olhar para ela.

— Bom trabalho — disse simplesmente.

Era apenas um elogio curto e objetivo, mas para Sofia aquilo significava mais do que ele poderia imaginar. Ela deu um leve sorriso.
— Obrigada.

Leon assentiu, e por um momento houve um silêncio estranho entre os dois. Sofia percebeu que havia algo nos olhos dele, uma espécie de curiosidade contida que ele tentava disfarçar atrás da fachada séria. Antes que pudesse pensar mais sobre isso, ele voltou a falar:

— Amanhã será mais puxado. Espero que esteja preparada.

— Estarei — respondeu ela, com firmeza.

Ao sair da sala, Sofia sentiu um misto de alívio e entusiasmo. Sabia que não seria fácil trabalhar com alguém como Leon Castelli, mas estava disposta a dar o seu melhor. E, por mais que ele tentasse esconder, havia algo nele que despertava sua curiosidade — e que ela sabia que descobriria, mais cedo ou mais tarde.

Enquanto o dia chegava ao fim, Sofia tinha a sensação de que essa jornada estava apenas começando. E, no fundo, mal podia esperar pelo que viria a seguir.

 E, no fundo, mal podia esperar pelo que viria a seguir

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