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Sofia estava concentrada em organizar alguns documentos no computador quando ouviu uma voz familiar soar pela recepção. Não precisou nem olhar para saber que era Alice, a sobrinha animada de Leon. Poucos segundos depois, a menina de quatro anos correu em sua direção, com aquele sorriso encantador que Sofia já começava a adorar.

— Oi, Sofia! — Alice falou, radiante.

— Oi, Alice — Sofia respondeu com um sorriso. A presença da menina sempre trazia um pouco de leveza para seu dia. — Como você está?

Alice puxou uma cadeira ao lado da mesa de Sofia, subindo nela com dificuldade, mas determinada. Seus olhos brilhavam de curiosidade e travessura. Ela se inclinou para perto de Sofia e, em um sussurro que mais parecia um segredo mal guardado, perguntou:
— É verdade que você é a namorada do meu tio Leon?

Sofia ficou paralisada por um segundo, tentando processar a pergunta inesperada. A menina piscava curiosa, esperando ansiosamente por uma resposta. Sofia se remexeu na cadeira, sentindo o rosto esquentar.

— Quem te contou isso, Alice? — Sofia perguntou, tentando ganhar tempo.

Alice deu de ombros.
— Eu ouvi a mamãe falar que o tio Leon contou que tem uma namorada. E eu achei que era você, porque você é muito bonita! — A menina sorria, orgulhosa da própria conclusão.

Sofia soltou uma risada nervosa, sem saber o que dizer.
— Hm... Bom, isso é uma surpresa, né?

Alice parecia satisfeita com a resposta, mas antes que pudesse continuar a conversa, Marina apareceu na recepção. Com os cabelos castanhos longos e bem cuidados, a irmã de Leon sempre passava uma sensação de confiança e carisma. Ela deu um sorriso acolhedor para Sofia antes de chamar a sobrinha.

— Alice, vamos, querida. Seu tio quer conversar comigo.

Alice resmungou baixinho, mas obedeceu. Antes de ir, no entanto, ela se inclinou para Sofia e sussurrou mais uma vez:
— Eu acho que vocês vão se casar!

Sofia riu sem graça, balançando a cabeça enquanto via a menina sair de perto. Assim que Marina entrou na sala de Leon com Alice a tiracolo, Sofia soltou um suspiro profundo. Se as coisas já estão assim agora, como vai ser quando todos descobrirem essa farsa?

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Marina entrou na sala do irmão, fechando a porta atrás de si e sentando-se sem cerimônia na poltrona à frente da mesa dele. Leon estava apoiado na cadeira, os braços cruzados e a expressão indecifrável.

— Certo, Leon. Pode começar a falar — ela disse, arqueando uma sobrancelha. — O que exatamente você aprontou dessa vez?

Leon soltou um suspiro pesado, passando a mão pelos cabelos bagunçados.
— Não é nada tão grave assim. Eu só... meio que disse para a nossa mãe que tenho uma namorada. E que vou levá-la comigo para a viagem nas férias.

Marina o encarou por alguns segundos, completamente incrédula.
— E você não tem uma namorada, obviamente. Então quem vai ser sua "namorada" falsa?

Leon desviou o olhar por um momento antes de confessar:
— Sofia.

Marina piscou algumas vezes, surpresa.
— A Sofia? A recepcionista?

Leon assentiu, tentando parecer calmo, mas Marina não deixou barato.
— Meu Deus, Leon. Você pediu para a garota se fingir de sua namorada?

— Eu não tive muita escolha — ele admitiu. — Mãe estava me pressionando, e se eu não inventasse algo, ela nunca iria parar. E você sabe como ela é quando cisma com alguma coisa.

Marina balançou a cabeça, impressionada.
— E Sofia... aceitou?

— Sim, depois de hesitar um pouco. Eu vou pagar por isso, é claro. Não quero que ela se sinta obrigada a nada.

Marina o observava atentamente, como se tentasse decifrar as verdadeiras intenções do irmão.
— E por que você não escolheu outra pessoa? Por que a Sofia?

Leon se mexeu desconfortavelmente na cadeira, desviando o olhar.
— Eu confio nela. E... ela precisava de dinheiro. Pareceu uma troca justa.

Marina não disse nada por alguns segundos, mas seu olhar denunciava que ela havia entendido mais do que Leon queria admitir.

— Você não está fazendo isso só pela nossa mãe, Leon — Marina comentou, sorrindo de leve. — Você gosta dela.

Leon fechou a expressão, como se quisesse afastar a ideia.
— Não é nada disso, Marina. É só uma situação prática.

— Claro, claro — Marina brincou, mas seu sorriso permanecia sugestivo. — Bom, espero que você saiba o que está fazendo.

— Eu sei — Leon respondeu, embora ele mesmo não tivesse tanta certeza disso.

— Eu sei — Leon respondeu, embora ele mesmo não tivesse tanta certeza disso

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