Sofia estava em casa, deitada no sofá com um chá nas mãos, tentando se recuperar das tensões do trabalho. A voz dos funcionários cochichando sobre ela ainda ecoava em sua mente, deixando-a insegura. Antes que pudesse relaxar, o celular começou a tocar. O nome da mãe apareceu na tela. Fazia tempo que não recebia notícias dela, e o coração de Sofia apertou. Sabia que, quando sua mãe ligava, dificilmente era por algo simples.
— Oi, mãe — Sofia atendeu, já tentando conter a ansiedade.
— Oi, filha — a voz do outro lado parecia hesitante, carregada de preocupação. — Eu sei que é inesperado, mas preciso de ajuda.
Sofia fechou os olhos e respirou fundo, preparando-se para o que viria a seguir.
— Seu pai... Ele teve alguns problemas de novo — a mãe começou, a voz baixa, quase um sussurro. — E a gente precisa de 9 mil reais. É para pagar uma dívida antiga.
Sofia mordeu o lábio, sentindo um nó na garganta. Não era a primeira vez que sua mãe ligava pedindo ajuda, mesmo depois de tudo que ela e o pai haviam feito a Sofia durante sua infância. As lembranças dolorosas começaram a invadir sua mente: as brigas, as agressões e o trauma do elevador. Ela sabia que deveria dizer não, mas, ao mesmo tempo, não conseguia abandonar completamente a mãe.
— Eu vou dar um jeito, mãe — Sofia sussurrou, com um peso no peito.
— Obrigada, meu amor. Sabia que podia contar com você.
Quando a ligação terminou, Sofia ficou ali, imóvel, sentindo o peso da responsabilidade. Ela não tinha o dinheiro que a mãe pedia, mas precisava arrumar um jeito. Não importava o quanto seu pai tivesse passado dos limites; de alguma forma, ela ainda queria acreditar que poderia ajudá-los.
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No dia seguinte, Sofia chegou à empresa determinada a se concentrar no trabalho. Assim que entrou, avistou Leon de longe, mas ele parecia mais distante que o normal. Por alguma razão, ele a estava evitando, o que apenas aumentava sua insegurança.
Já estava na hora do almoço quando algo inesperado aconteceu: Leon a chamou para uma conversa particular em sua sala. Sofia ficou nervosa, pensando que poderia ter feito algo errado, mas tentou manter a calma enquanto entrava no escritório dele.
— Sente-se, Sofia — Leon pediu, passando a mão pelos cabelos bagunçados e parecendo um pouco desconfortável.
Sofia obedeceu, sem saber o que esperar. Ele respirou fundo antes de começar:
— Preciso te fazer uma proposta um tanto... incomum.Sofia franziu a testa, intrigada.
— Que tipo de proposta?Leon hesitou por um momento, como se estivesse escolhendo cuidadosamente as palavras.
— Minha família acha que eu estou namorando, e eu disse a eles que levaria minha “namorada” para uma viagem nas férias. A verdade é que não estou namorando, e eu... preciso de alguém para fingir ser minha namorada por alguns dias.Sofia o encarou, surpresa, sem acreditar no que estava ouvindo.
— Você quer que eu finja ser sua namorada?— Sim — Leon confirmou, com um sorriso leve, tentando aliviar a tensão. — E, claro, eu pagaria por isso. Nove mil reais.
O coração de Sofia acelerou ao ouvir o valor. Era exatamente a quantia que sua mãe havia pedido. Ainda assim, a ideia de se envolver em uma mentira como aquela a deixava hesitante.
— Leon... Eu não sei se posso aceitar — Sofia murmurou, mexendo as mãos nervosamente.
Leon inclinou-se para frente, com um olhar sincero.
— Eu entendo que é um pedido incomum. Mas prometo que não será nada difícil. Só precisamos fingir por alguns dias. E você pode encarar isso como... um favor que estou te pagando para me ajudar.Sofia ficou em silêncio, a mente girando em mil pensamentos. Ela sabia que deveria recusar. A mentira poderia complicar tudo, especialmente considerando seus sentimentos por Leon, que começavam a crescer, mesmo que ela tentasse negar.
— Pense nisso. Não precisa decidir agora — Leon sugeriu, tentando ser gentil.
Sofia apenas assentiu, levantando-se e saindo da sala, ainda confusa.
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Ao longo do dia, Sofia não conseguia se concentrar. A proposta de Leon a atormentava. Era exatamente a quantia que ela precisava para ajudar sua mãe, mas a mentira a deixava desconfortável. Por mais que tentasse racionalizar, sabia que seus pais não a procurariam sem motivo. Eles não me ligam à toa...
No caminho para casa, a decisão parecia pesar cada vez mais em seus ombros. Quando finalmente chegou e se deitou na cama, soube que não havia outra escolha.
Sofia pegou o celular e enviou uma mensagem rápida para Leon:
— Eu aceito.A resposta dele veio quase instantaneamente:
— Ótimo. Não vai se arrepender.Mas Sofia não tinha tanta certeza disso.
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Amores de Conveniência
FanfictionSofia, desesperada por um emprego, é contratada na empresa de Leon Castelli, um chefe arrogante, porém de bom coração. Desde a entrevista, Leon sente algo diferente por ela e, para evitar se envolver, mantém distância. Quando precisa visitar a famíl...