07

10 2 0
                                    

O dia seguinte chegou, e Sofia se levantou determinada a manter sua rotina firme. Escovar os dentes, preparar o café e domar os fios ruivos, que insistiam em escapar do coque, já faziam parte de um ritual quase automático. Enquanto se vestia, não conseguia afastar a sensação de que o trabalho estava começando a ser mais do que um simples emprego. Algo na empresa — ou mais precisamente, em Leon — mexia com ela de forma inquietante.

Respirando fundo, calçou os sapatos e conferiu mentalmente o plano do dia: ir pela escada novamente. Nada de elevador. Nada de pânico hoje.

---

Assim que chegou à Bellmont Corporation, Sofia deu um rápido olhar para o elevador e desviou para a escada sem hesitar. Durante os doze andares de subida, o corpo protestava, mas ela se concentrava em manter a mente calma. Cada degrau era uma pequena vitória sobre seu medo.

Quando alcançou sua mesa, ainda recuperando o fôlego, já encontrou o ambiente agitado. Documentos aguardavam sua análise, e a agenda de Leon estava lotada de compromissos. Sem perder tempo, Sofia se jogou nas tarefas, organizando e-mails e atualizando os relatórios do dia.

Por volta das 10h, Leon passou por sua mesa, o olhar atento, como sempre. Ele carregava uma pilha de papéis e parou por um momento, os olhos ligeiramente estreitados.
— Subiu pelas escadas de novo? — perguntou casualmente, mas havia algo mais na voz dele.

Sofia congelou por um instante.
— Sim… — respondeu, tentando parecer despreocupada. — Gosto de me manter ativa.

Leon arqueou uma sobrancelha, como se não estivesse totalmente convencido.
— Hm. Doze andares todos os dias. Impressionante.

Ela apenas sorriu, torcendo para que ele não insistisse. Por sorte, ele deu de ombros e seguiu para sua sala, mas Sofia sentiu que ele ainda a observava, tentando montar um quebra-cabeça invisível.

---

No meio da manhã, Sofia se levantou para buscar café na copa. Enquanto mexia no açúcar, ouviu passos leves se aproximando e, quando se virou, encontrou Leon ali, observando-a em silêncio. Ele se apoiou casualmente no batente da porta, mas havia uma intensidade nos olhos castanhos que a deixava sem jeito.

— Marina disse que Alice adorou você — comentou ele, de repente, quebrando o silêncio.

Sofia sorriu.
— Ela é adorável. Foi uma surpresa conhecer sua irmã e sua sobrinha ontem.

Leon assentiu, os braços cruzados sobre o peito, exibindo discretamente sua postura forte.
— Alice não se apega a qualquer um. Então, você está em uma lista bem exclusiva.

— Que honra — brincou Sofia, tentando aliviar a tensão que sentia no ar.

Leon soltou um meio sorriso, quase imperceptível, mas voltou rapidamente ao seu semblante sério.
— Você se adapta rápido. Isso é bom.

— Obrigada. Estou me esforçando — respondeu ela, tentando ignorar o calor que sentia ao perceber o olhar dele sobre si por tempo demais.

Por um breve momento, eles ficaram ali, apenas trocando olhares silenciosos. Leon parecia querer dizer algo mais, mas se conteve. Ele era reservado demais para admitir que aquela mulher de olhos brilhantes e cabelo de princesa estava começando a bagunçar seus pensamentos.

— Tenho uma reunião agora — disse ele finalmente, afastando-se. — Mas... se precisar de alguma coisa, me avise.

— Claro — respondeu Sofia, observando-o sair com passos decididos.

---

De volta à mesa, Sofia tentava se concentrar no trabalho, mas a presença de Leon parecia ter deixado uma marca em seu dia. Cada interação com ele era uma mistura de tensão e curiosidade, e ela sabia que o chefe reservado escondia mais do que aparentava.

Enquanto trabalhava, não percebeu que Leon, de sua sala, lançou mais uma olhada em sua direção. Ele não sabia o que havia em Sofia que o fazia querer quebrar suas próprias regras, mas uma coisa era certa: aquela ruiva que evitava elevadores já havia mexido mais com ele do que ele queria admitir.

E, pelo jeito, aquilo era apenas o começo.

E, pelo jeito, aquilo era apenas o começo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Amores de ConveniênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora