quatorze

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Capitulo pode conter erros de digitação, desde já peço desculpas, e ótima leitura :)

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Lea acordou com uma dor de cabeça latejante. O sol entrava pelas frestas da cortina, e ela fechou os olhos com força, tentando se esconder da luz. Seu estômago ainda estava embrulhado, e a boca seca denunciava os efeitos da bebedeira da noite anterior. Com um gemido, ela se virou na cama, sentindo a cabeça girar levemente.

Enquanto tentava se orientar, flashes da noite passada começaram a invadir sua mente. O gosto amargo da cerveja, o riso descontrolado e... Billie. O rosto de Billie surgiu em sua mente, e junto com ele, a lembrança mais vívida de todas: ela, bêbada, confessando seus sentimentos para Billie. Um pânico imediato tomou conta de seu corpo, e Lea agarrou o travesseiro, enfiando-o com força contra o rosto.

"Não, não, não..." murmurou, a voz abafada pelo travesseiro. Como ela pôde ter feito aquilo? Todos aqueles anos guardando seus sentimentos, todos os momentos planejando como contaria a Billie... e acabou contando tudo em meio a uma bebedeira ridícula. "Por que eu bebi tanto?" ela pensou, amaldiçoando a si mesma.

Enquanto tentava ignorar os flashes da noite anterior, o som da porta do apartamento se abrindo ecoou pelo ambiente. Claudia entrou sem cerimônia, carregando um copo de café na mão e uma expressão curiosa no rosto.

— Bom dia, flor do dia! — exclamou Claudia, cheia de energia, contrastando totalmente com o estado de Lea. — Como está a ressaca?

Lea tirou o travesseiro do rosto apenas o suficiente para fitar sua amiga com os olhos semicerrados.

— Eu tô morrendo — murmurou, voltando a cobrir a cara. — E eu... fiz besteira.

Claudia se aproximou, sentando-se na beira da cama e estendendo o café para Lea.

— Ok, o que você fez? — perguntou Claudia, rindo. — Conta logo, vai.

Lea suspirou profundamente, pegando o café com as mãos trêmulas e tentando tomar um gole sem fazer careta. Ela colocou a caneca no criado-mudo e se sentou, ajeitando o travesseiro no colo. O embaraço subia por sua garganta só de pensar em tudo que havia dito para Billie.

— Eu... me declarei para a Billie — confessou, sem rodeios.

Claudia arregalou os olhos, uma mistura de surpresa e excitação.

— Sério? Tipo, você contou tudo?

Lea assentiu lentamente.

— Contei tudo. Disse que gosto dela desde que a gente tinha 14 anos... — Ela cobriu o rosto com as mãos, sentindo a vergonha escaldante. — E, claro, eu estava bêbada... totalmente fora de controle.

Claudia ficou em silêncio por um momento, processando a informação, antes de perguntar com curiosidade:

— E o que a Billie disse? Como ela reagiu?

Lea suspirou novamente, jogando-se de volta na cama e encarando o teto.

— É aí que está o problema... ela não disse nada. Quer dizer, ela ficou me ouvindo, segurando meus cabelos enquanto eu vomitava, cuidando de mim... mas não me deu nenhuma resposta. Eu nem sei se ela levou a sério ou se estava só tentando não me deixar pior ainda.

Claudia ficou pensativa, observando Lea com empatia.

— Bom, pelo menos você colocou tudo para fora, né? Deve ter tirado um peso enorme das suas costas.

— Sim — concordou Lea, voltando a olhar para o teto. — Foi bom contar. Eu me sinto... aliviada. Eu nunca imaginei que diria tudo isso, e agora que está feito, é como se eu tivesse finalmente parado de mentir para mim mesma. Mas ainda assim, é estranho. Eu queria uma resposta, e não ter nenhuma está me deixando mal.

notes of longing - billie eilish (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora