vinte e cinco

41 3 0
                                    



Capitulo pode conter erros de digitação, desde já peço desculpas, e ótima leitura :)

****************






O fim de semana estava próximo, e Lea já havia decidido que contaria tudo para Billie. Passados alguns dias desde a festa de Halloween, os sintomas de sua última crise haviam se dissipado, e ela se certificava de tomar seus remédios de maneira rigorosa. Estava ansiosa, mas sentia-se fortalecida para compartilhar com Billie sobre sua condição. A namorada havia se tornado uma parte tão importante de sua vida que a ideia de não ser completamente honesta a incomodava. Por mais que temesse a reação de Billie, a confiança mútua parecia crescer a cada encontro.

Era uma tarde agradável quando o sinal finalmente soou para encerrar o dia letivo. Lea estava terminando de recolher os materiais de sua aula e conversando com seus alunos, que vinham se despedir um por um.

— Tchau, tia Lea! — disse uma das crianças, acenando com um grande sorriso.

— Tchau, crianças! Não se esqueçam de fazer o dever de casa, hein? — respondeu Lea com uma voz calorosa, mas firme, ganhando algumas risadinhas de seus alunos.

Com a sala vazia, Lea terminou de guardar seus papéis e, segurando uma pilha de livros, caminhou até o estacionamento da escola. Ela não era fã de dirigir, mas o carro era conveniente para dias como aquele, em que planejava fazer compras. Entrou no carro, suspirou e ligou o motor, já pensando no que precisava comprar para o fim de semana.

Assim que estacionou no mercado e pegou seu celular para conferir a lista de compras, notou uma notificação inesperada. Era uma mensagem de seu pai. A vontade imediata foi de ignorá-la, mas, ao entrar no mercado, o celular tocou novamente. Lea olhou para o visor, bufou e, relutante, atendeu.

— Alô?

A voz dele era fria e firme.

Lea, já faz tempo que tento falar com você. É sempre a mesma coisa. Sabe, eu realmente faço tudo para você se encaixar. Minha família é organizada, e eu sempre abri uma brecha para você, mesmo sendo problemática e... doente, como sua mãe.

Lea sentiu o peito apertar com a insensibilidade do pai. Ele sempre fora assim, exigente e intransigente, ignorando os sentimentos dela.

— Problema? Doença? Eu? — Ela tentou não levantar a voz, mas a frustração era evidente em seu tom. — Desculpe, mas eu nunca precisei de nada que viesse de você. E, se quer saber, sua "família perfeita" não me serve de exemplo.

O pai bufou do outro lado da linha.

Não venha me ensinar o que é uma família! Não é à toa que sempre foi... difícil. — A palavra saiu como se tivesse um peso amargo. — Nem sei por que me incomodo.

A ligação foi encerrada abruptamente, deixando Lea com um misto de raiva e tristeza. Ela estava no corredor do mercado, parada, tentando processar a conversa. Depois de alguns segundos, respirou fundo, tentando limpar os pensamentos e focar nas compras. Ignorou a mensagem do pai, que ainda brilhava na tela, e concentrou-se na lista.

Já de volta ao carro, Lea colocou a sacola de compras no banco do carona, soltou um longo suspiro e passou as mãos pelo volante, tentando aliviar a tensão acumulada. No caminho para casa, o celular vibrou novamente, revelando duas notificações, uma de Claudia e outra de Billie.

clau:
amiga, não olha as redes sociais, tá?
liga pra mim assim que puder.

Logo em seguida, uma notificação de Billie:

bill:
lea, vai ficar tudo bem.
já estou resolvendo tudo isso.
me desculpa, eu amo você.

Um alerta surgiu no peito de Lea. O que elas queriam dizer com aquilo? Estava acostumada com a vida discreta ao lado de Billie, onde podiam viver sem a pressão das redes sociais ou da mídia. Mas algo claramente havia mudado.

Parou no sinal vermelho, e, tomada pela curiosidade, desbloqueou o celular. Suas redes sociais pipocavam de tantas notificações. Foi então que viu o que Claudia e Billie tentavam protegê-la de ver: uma manchete que estampava o topo de vários sites e redes sociais.

"Quem é a garota misteriosa de Billie Eilish? Descobrimos quem é Lea Lewis, a namorada secreta da cantora."

Abaixo, várias fotos dela e Billie apareciam em encontros, de mãos dadas, trocando sorrisos e até beijos discretos. Havia uma invasão explícita de privacidade, e cada imagem carregava consigo um peso de exposição que Lea não sabia se poderia lidar.

Os olhos dela correram pelas fotos e pelas palavras que se desenrolavam no texto: "Lea Lewis, uma jovem professora que conquistou o coração da nossa popstar favorita..."

As palavras pareceram se dissolver na tela. Lea sentiu o ar faltar e uma onda de tontura a atingir. As mãos começaram a formigar, e um zunido se fez presente em sua cabeça. Ela sabia que aquilo poderia ser o prenúncio de uma crise epilética.

Lea tentou se concentrar, respirando fundo. "Calma, Lea. Respira..."

Mas o nervosismo aumentava. A cabeça parecia girar, e o calor se intensificava. As palavras "doente como sua mãe" ecoavam em sua mente, somando-se à vergonha e à pressão de ser exposta dessa forma.

Quando percebeu, seus sentidos se apagaram, e tudo aconteceu rápido demais. A crise epilética a consumiu, e ela perdeu o controle. Em um segundo, estava consciente; no outro, tudo se apagava. A última imagem que teve foi a de sua mão escorregando do volante antes de seu carro avançar descontroladamente.

Tudo se tornou um borrão de sons, batidas e escuridão.





*******************

Obrigado por acompanhar minha escrita!

Se você gostou, não esqueça de deixar seu voto e comentário. Sua opinião é muito importante para mim!

Ajude uma simples senhora, e curta sua história e se possível deixe um comentário :)

notes of longing - billie eilish (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora