vinte e nove

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Capitulo pode conter erros de digitação, desde já peço desculpas, e ótima leitura :)

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Lea abriu os olhos, sentindo-se desorientada no ambiente estéril e iluminado do quarto de hospital. Um misto de dor e desconforto a fez franzir a testa, e ela tentou ajustar a respiração enquanto as memórias do acidente voltavam lentamente. Movendo a cabeça, e percebeu que Billie estava ali, sentada ao seu lado, segurando sua mão com força. A cabeça de Billie estava inclinada para baixo, apoiada na cama, enquanto dormia, exausta.

Ela não resistiu a um sorriso fraco ao ver Billie tão perto, tão dedicada. Mexeu a mão levemente, o que foi o suficiente para Billie acordar. Ela abriu os olhos devagar, e assim que viu Lea acordada, levantou a cabeça rapidamente, os olhos arregalados de surpresa e alívio.

— Lea! — Billie disse em um sussurro emocionado, apertando sua mão. — Você está acordada... graças a Deus!

Lea tentou sorrir, mas uma mistura de confusão e exaustão impedia qualquer expressão clara.

— O que aconteceu? — ela perguntou, a voz fraca e rouca.

Billie passou a mão pelo rosto, suspirando fundo, como se buscasse as palavras certas.

— Você... teve um acidente de carro, Lea. — Ela falou com calma, mas seus olhos brilhavam com lágrimas contidas. — Estava voltando do mercado, e... teve uma crise.

Lea franziu a testa, lembrando-se da sensação de mal-estar, o tremor que começava a tomar seu corpo enquanto tentava se manter consciente. As imagens embaralhadas de luzes e sons antes do impacto retornavam agora, e ela sentiu o peito apertar.

— Desculpe, Billie — Lea murmurou, as lágrimas começando a se formar. — Eu devia ter contado antes... sobre isso.

Billie balançou a cabeça, afastando a mão de Lea apenas para segurar seu rosto delicadamente, fazendo com que Lea a encarasse.

— Não, Lea, você não precisa se desculpar. Não é sua culpa, nada disso é. — Ela tentou sorrir, mas a voz saía embargada. — Eu só queria que você soubesse que eu estou aqui, e que não vou a lugar nenhum.

Lea engoliu em seco, respirando fundo, tentando acalmar a culpa e a vergonha que sentia. Ela sabia que aquele segredo não poderia ser escondido para sempre, mas abrir o coração e contar tudo a Billie ainda era assustador.

— Minha epilepsia... começou depois que me mudei para a casa do meu pai — explicou com dificuldade. — Os médicos disseram  que foi um tipo de estresse pós-traumático. Depois do acidente com a mamãe, eu não tinha mais você e nem Finneas... Eu me sentia pessima

Billie acariciou seu rosto, mantendo o olhar firme e acolhedor.

— Eu não imagino o quanto você passou, Lea — murmurou. — Eu só queria ter estado com você nesse tempo todo.

Lea deu um pequeno sorriso, retribuindo o carinho. Aquela era uma das coisas que mais doía: ter sido forçada a lidar com tudo longe de quem amava.

— Foi difícil, sim, mas eu sobrevivi. — Ela deu uma risada fraca, tentando aliviar o clima. — E eu não queria preocupar ninguém... principalmente você. — Ela hesitou antes de continuar. — Eu só não queria ser vista como... fraca, sabe?

Billie segurou a mão dela com mais força, parecendo frustrada.

— Fraca? Lea, você é uma das pessoas mais fortes que eu conheço. Você passou por tanto, e mesmo assim está aqui, sempre com um sorriso, cuidando dos outros... — Ela abaixou o olhar, buscando as palavras certas. — Se eu soubesse antes, eu poderia ter feito alguma coisa, te ajudado...

notes of longing - billie eilish (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora