notes of longing - billie eilish (G!P)

dezesseis

Capitulo pode conter erros de digitação, desde já peço desculpas, e ótima leitura :)

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O restaurante à beira-mar onde Billie levou Lea era simplesmente deslumbrante. As janelas enormes ofereciam uma vista desimpedida do oceano, e o som suave das ondas quebrando na praia criava uma atmosfera calma e quase mágica. Lea olhava encantada pela janela, tentando absorver cada detalhe, mas ao mesmo tempo se sentia levemente desorientada, com o estômago revirado por conta dos nervos.

A viagem de carro até o restaurante tinha sido agradável. Elas tinham trocado algumas palavras e risadas, mas nada profundo ou importante. Lea se pegou pensando que parecia impossível que aquela noite fosse terminar com uma conversa séria, algo que ela tanto temia e ao mesmo tempo desejava. Mas agora, sentada ali, com a vista do mar e a presença de Billie à sua frente, as coisas pareciam um pouco mais reais.

— Você está bem? — Billie perguntou enquanto o garçom se afastava após anotar o pedido de ambos

Lea piscou, voltando sua atenção para Billie. Ela tinha estado tão concentrada no ambiente que quase não tinha ouvido o garçom falar.

— Sim, estou bem — Lea respondeu, sua voz um pouco mais suave do que ela esperava. — Só... encantada com o lugar.

Billie sorriu, inclinando-se um pouco sobre a mesa.

— É lindo, não é? — disse ela. — Eu sabia que você ia gostar.

Lea assentiu, tentando focar no momento presente, mas a sensação de nervosismo não a deixava. Estava ali, sufocante, como uma sombra que a seguia aonde quer que fosse. Ela percebeu que Billie a estava observando, com uma expressão que misturava curiosidade e algo mais leve, quase brincalhão.

— Está nervosa? — Billie perguntou, com um sorriso provocador.

Lea bufou, cruzando os braços sobre a mesa e se inclinando para frente com uma expressão de falsa irritação.

— Billie, você realmente acha que eu não estaria nervosa? Como eu poderia não estar? Depois de tudo o que aconteceu... — Lea gesticulou, referindo-se à confissão impulsiva da festa, mas sem conseguir verbalizar tudo.

Billie riu levemente, um som suave e caloroso que fez o coração de Lea acelerar ainda mais.

— Eu entendo — Billie começou, sua voz mais séria agora. — E, honestamente, eu também estava nervosa. Por isso demorei tanto para te procurar depois daquela noite. Precisava de um tempo para pensar, para entender o que estava sentindo.

Lea sentiu um aperto no peito ao ouvir aquelas palavras. Por mais que quisesse que Billie se abrisse, o medo de rejeição ainda estava ali, rondando seus pensamentos.

— Então, eu quero te falar sobre o que realmente aconteceu na festa... — Billie começou, olhando diretamente nos olhos de Lea.

Lea prendeu a respiração, sentindo o coração batendo forte no peito. Finalmente, era o momento que ela tanto temia e ansiava.

— Odessa... — Billie começou, pausando como se estivesse escolhendo as palavras com cuidado. — Ela não foi convidada por mim para o aniversário de Finneas. E, definitivamente, eu não queria que ela me beijasse. A verdade é que ela apareceu de surpresa, sem que eu soubesse. Quando você me viu na cozinha, eu estava tentando afastá-la, mas Odessa foi... bem, Odessa. Ela sempre foi muito insistente, mas eu deixei claro que não queria nada com ela. Depois daquela noite, pedi para que nunca mais fizesse isso, e desde então, nós paramos de nos falar.

Lea ouviu atentamente, sentindo um misto de alívio e ainda um pouco de ciúmes. Era estranho ouvir sobre Odessa, mas, ao mesmo tempo, fazia sentido. Billie não a tinha beijado por vontade própria, e isso aliviava parte do peso em seu coração. Ainda assim, havia algo mais profundo que precisava ser resolvido.

— Então... — Lea começou, ainda hesitante. — Por que ela estava tão confortável ao seu lado? Parecia... sei lá... parecia que vocês estavam juntas.

Billie soltou um suspiro profundo e passou a mão pelos cabelos, claramente frustrada com a situação.

— Eu não vou mentir Lea. Eu e ela já tivemos um... Caso. Mas nunca daria certo, nunca. Ela é do tipo que age assim com todo mundo, como se estivesse tudo bem. — Billie explicou. — Odeia ouvir 'não', e, honestamente, eu me sinto mal por isso ter te magoado. Eu deveria ter lidado com isso de outra forma, talvez ter falado com você antes de tudo sair do controle. Mas a verdade é... eu estava com medo. Com medo de te perder.

Lea sentiu seu coração apertar com aquelas palavras. Ela sabia que os sentimentos de Billie eram complicados, e, de alguma forma, isso fazia com que Lea também entendesse por que as coisas tinham sido tão confusas entre elas.

— Medo de me perder? — Lea perguntou, sua voz quase um sussurro. — Como assim?

Billie desviou o olhar por um breve momento, e Lea percebeu o quanto aquilo era difícil para ela. Mas então, Billie respirou fundo e voltou a encará-la com determinação.

— Lea, você tem sido parte da minha vida desde que éramos pequenas. Sempre fomos próximas, mas, ao mesmo tempo, sempre havia essa tensão no ar, algo não dito entre nós. E, quando você me disse na festa que sentia algo por mim desde que tinha 14 anos... — Billie parou, sua voz falhando um pouco antes de continuar. — Eu fiquei com medo. Medo porque... eu também sinto algo por você, Lea. Sempre senti. Mas eu nunca soube como lidar com isso.

O mundo de Lea pareceu parar por um instante. As palavras que ela tanto esperou ouvir estavam ali, ditas com clareza. Seu coração, que antes parecia apertado, agora batia descompassado de um jeito completamente novo.

— Mas... — Billie continuou, seu rosto ganhando uma expressão de preocupação. — Eu também tenho medo de como as pessoas vão reagir. A internet pode ser cruel, você sabe disso. E se isso saísse de controle, se as pessoas descobrissem? Eu não sei se estou pronta para lidar com tudo isso.

Lea compreendia os medos de Billie. A fama dela sempre trouxe consigo um peso que poucos podiam imaginar. Mas, ao mesmo tempo, Lea sabia que o amor delas era importante demais para ser ignorado.

— Eu entendo — Lea disse suavemente. — Mas, Billie... eu não preciso que você faça nada que não esteja pronta. Só queria ser honesta com você, porque não aguentava mais esconder o que sinto. Eu só precisava que você soubesse.

Billie estendeu a mão sobre a mesa, pegando a de Lea. O toque era reconfortante e ao mesmo tempo cheio de promessas.

— E eu estou te dizendo agora — Billie disse com um sorriso suave. — Que eu sinto o mesmo. Só precisamos de tempo para descobrir como lidar com isso. Juntas.

Lea sorriu, sentindo um calor suave preencher seu peito. Pela primeira vez, ela não estava mais afogada em dúvidas. Havia medo, sim, mas também havia uma sensação de esperança.

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PS: Gente se vocês tiverem a oportunidade de assistir "Ainda estou aqui", assistam por favor. Que filme pqp!!! lindo, maravilhoso e muito importante sobre nossa história brasileira. E levem lencinho também, pq eu me acabei de chorar.