Capítulo 48: Genocídio

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Ao entrar no quarto, não as vejo de imediato. Dou alguns passos, sentindo a ausência delas no espaço.

— Meninas? — chamo, com um leve receio, esperando que estejam no banheiro.

Mas ao me aproximar da cama, encontro Aenaera encolhida num canto da parede, abraçando os joelhos como se tentasse se tornar invisível.

O vento frio invade o quarto, vindo da varanda aberta. Vithara está lá, apoiada no parapeito, olhando para o céu com uma expressão que mistura saudade e dor.

Caminho até Aenaera, abaixando-me para ficar ao seu nível.

— Aenaera... você não precisa ficar no chão — digo, estendendo a mão com delicadeza. — Vem, vamos sentar na cama. Aqui você está segura.

Ela levanta o olhar, mas hesita, a expressão tomada por um misto de vergonha e dor.

— Suja... estou suja... — murmura, a voz embargada, quase inaudível.

Dou de ombros, mantendo minha mão firme e oferecendo um sorriso compreensivo.

— Isso não importa. Você não está mais nas câmaras. Agora, vocês terão o conforto que um dia lhes foi tirado.

Ela hesita por um instante antes de, finalmente, segurar minha mão. Com cuidado, a ajudo a se levantar e a guio até a cama, onde ela se senta, ainda sem relaxar completamente.

— Eu posso te chamar de Aena? — pergunto com um sorriso gentil. — Seu nome é um pouquinho difícil.

Ela assente, um brilho suave de aceitação em seus olhos, como se a leveza desse pequeno gesto fosse uma surpresa agradável.

— Legal, Aena... — murmuro, enquanto a observo com mais atenção. Ela tem uma beleza única, com traços delicados, mas uma força oculta que parece impressa em cada linha de seu rosto.

Estou curiosa pra saber sua história.

Nesse momento, Vithara se afasta da janela e vem até nós, ainda mancando um pouco.

— Faz tanto tempo que não vejo um céu assim... Mesmo meio escuro, é... libertador — diz ela, com uma voz que mistura alívio e admiração.

— Você precisa ver o céu da Corte Primaveril — comento, deixando escapar um sorriso ao me lembrar da paz que senti ao vê-lo pela primeira vez. — É incrível.

Por um instante, sou invadida pela memória daquela vastidão de cores e da tranquilidade que emanava da paisagem. Paz... algo que talvez elas nunca tivessem experimentado de verdade, mas que, agora, eu prometo a mim mesma, vão conhecer.

— Ouvi histórias sobre lá, aliás... O seu acordo não foi feito com aquele Grão-Senhor? — Vithara pergunta, com curiosidade brilhando em seus olhos. Aena joga um olhar sério para ela, quase um aviso pra parar de ser tão intrometida.

Corte de Sombras e Lembranças | AmaranthaOnde histórias criam vida. Descubra agora